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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Zelo é sinónimo de diligência, interesse, atenção, desvelo. Por vezes, igualmente, de pontualidade.
Alguns tem-no em excesso. Para outros é termo totalmente desconhecido. Neste último grupo encontramos, de há longo tempo a esta parte, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).
A escadaria da praia de Cheoc Van, depois de um conturbado e longo período de obras, ficou toda catita e voltou a servir a população. Todavia, foi sol de pouca dura.
Quem hoje se atreva a descer ou subir aquelas escadas, e eu faço-o quase diariamente, com frio ou com calor, reparará no estado de abandono em que se encontram.
Meses de obras, rios de dinheiro para comprar candeeiros novos, construir novas escadas, adaptá-las a pessoas com mobilidade reduzida e quando se passa nelas, em pleno mês de Agosto e com a piscina a funcionar, o estado de abandono e desleixo é uma dor de alma.
A iluminação, pese embora os candeeiros sejam novos, é praticamente inexistente. Porquê? Porque ninguém cuida da vegetação. Alguma já morreu. Passam-se semanas sem que o IAM, ou alguém por esta entidade, trate de alguma coisa.
O resultado dessa falta de zelo entra pelos olhos e reflecte-se na aparição cíclica das doenças do subsenvolvimento. Com a falta de limpeza e de higiene também se instalam no "Centro Mundial de Turismo e Lazer" o dengue, a varíola dos macacos, a cólera, e outras maleitas que preocupam os SSM e nos envergonham.
O fenónemo não é exclusivo de Coloane, nem de zonas mais afastadas do centro da cidade.
Esta tarde, pelas 13:30, apreciei mais um exemplo do zelo do IAM junto a uma passadeira, na Avenida 24 de Junho, do lado oposto a uma entrada do casino do MGM Macau. Caixote de lixo a abarrotar, todo empenado e com ar de não ser esvaziado há muito tempo, lixo espalhado pelo chão. Uma vergonha que diariamente se repete.
O próximo Chefe do Executivo não vai ter só de limpar os meandros da economia, das obras públicas, dos transportes, da administração pública. Para além disso, e a par da incontornável diversificação, também vai ter de dar a volta ao IAM. Da limpeza da RAEM aos horários de recolha do lixo.
É imperioso que se mande higienizar a capoeira, os jardins e espaços adjacentes, aproveitando para se dar uma mangueirada às peruas e aos pavões. Andam tão inchados, e com tanto pó nas palpebras e nas penas, que têm dificuldade em ver a porcaria nos locais por onde se exibem.
O IAM, depois das brilhantes reformas que lhe introduziram, continua a não dar resposta às necessidades. Ou então, como nos casos citados, aquela que dá é insuficiente ou medíocre.
O IAM existe para servir Macau e a sua população. E não para alimentar toda a espécie de aves que dali se abeira.