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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
(créditos: Independent)
Volvido um ano sobre o início da brutal "operação militar especial" russa na Ucrânia, nome atribuído a uma verdadeira declaração de guerra, invasão e destruição de um país soberano à luz da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional vigente; e com milhares de mortos, estropiados, desalojados e refugiados depois, eis que de quem ao longo dos anos se fez notar pela ambiguidade chegou um pretenso plano de paz para o conflito ucraniano.
Entretanto, também já passaram nove anos sobre a ocupação e anexação da Crimeia. Convém recordá-lo.
O que não se percebe de todo, para além do foguetório, é para que serve um "plano de paz" que não apresenta soluções e se limita a proclamações de circunstância, cuja vacuidade para colocar termo ao conflito e permitir o regresso à normalidade dos ucranianos é absolutamente notável.
Por exemplo: dizer coisas como que a "soberania, a independência e a integridade territorial de todos os países devem ser efectivamente defendidas", ou que "todos os países, sejam grandes ou pequenos, fortes ou fracos, ricos ou pobres, são membros igualitários da comunidade internacional", ou, ainda, que "todas as partes devem defender conjuntamente as normas básicas que regem as relações internacionais e salvaguardar a justiça e a equidade internacionais", sem que se diga como se propõem alcançar esses objectivos no actual contexto de beligerância, é "conversa para boi dormir".
Pode servir para encher páginas de jornais, mover discussões académicas, mas em nada contribui para a solução do conflito.
E que assim é, basta ver a satisfação e a abertura dos papagaios do facínora Putin e dos terroristas iranianos para analisarem, no primeiro caso, e apoiarem, no segundo, um "plano de paz" com essas características.
Fica tudo dito sobre as suas virtualidades.