Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Compreendia-se. Compreende-se.
De repente, alguém lhe terá dito que era um talento. Dos bons. Como antes lhe disseram para reestruturar e rejuvenescer o quadro dos assessores jurídicos da AL.
E ele, não desconfiando da marosca, sem duvidar da seriedade do que lhe diziam, descobriu que aquilo que não possuía ou não havia adquirido durante uma vida para desempenhar o cargo com a genica, a competência e o brilho necessários não lhe faziam falta nenhuma. Afinal sempre tinha um dom: mexia-se bem na cozinha, entre os tachos, quentes ou frios.
Poderá, é verdade, nunca vir a ser um Ducasse, um Avillez, um Ferran Adrià. Que é quem como quem diz um Churchill, um Kennedy ou um Deng Xiao Ping. Mas é preciso reconhecer que há vocações escondidas, talentos que se descobrem tarde.
Ainda bem que há quem procure.
Com alguns mineiros também é assim. Descobrem o filão quando se lhes leva a vela. Para o verem.
E isso é bom. É assim como uma bênção. Vitalícia.