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surreal

por Sérgio de Almeida Correia, em 07.11.20

Lanterna C/ 5 Leds Recarregável Bivolt 9MU EDA - TudodeFerramentas -  Levando Praticidade ao seu Dia a Dia

Quando alguém, numa associação pública profissional, a única da cidade, depois de estar à frente dela durante cerca de 25 anos, tendo sido Presidente do seu Conselho Superior (1991-1993 e 2000-2001),  Presidente da Assembleia Geral (1993-1995) e Presidente da Direcção (de 1996 a 1999; e desde 2002 até 2020), e ainda assim se predispôe fazer mais um mandato tendo cara para dizer que vai escolher um sucessor e que o Presidente do Tribunal de Última Instância está lá há muitos anos e deve sair, uma pessoa é capaz de pensar que está na Rússia de Putin ou na Coreia do Norte.

Mas depois, vendo-se com mais atenção, percebe-se que é em Macau (R.P. da China), no século XXI, quando esse alguém esclarece que anda à procura e promete encontrar um "sucessor", e que fará, imagine-se, "todos os possíveis para arranjar uma sucessão sem ruptura com o passado e que evite que eu continue a ser o presidente". E tudo sem necessidade de alterar a Constituição porque já estava tudo previsto.

Um verdadeiro mandarinato.

Eu sei que uma sucessão dinástica é sempre menos traumatizante, mas isso só é verdade se o imperador ainda conseguir ser escutado. É que não havendo sucessores, ao fim de tantas décadas, o poder acaba por cair na rua.

E não se podendo pedir alguém que esteja na linha de sucessão à Coroa Espanhola, nem à Rainha Isabel II, a solução talve seja a de os membros da dita fazerem uma vaquinha para oferecerem uma lanterna ao incumbente.

Ao fim de tantos anos à procura de um sucessor, se não for de lanterna nunca mais se encontra quem lhe tire o fardo. Quem lhe suceda no trono.

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metades

por Sérgio de Almeida Correia, em 04.11.13

Disse o primeiro-ministro que "metade do que aumentou a dívida em termos brutos, metade desse caminho são reclassificações, era dívida que já lá estava". A frase vem no Diário Económico e é mais uma frase genial que um seu ex-ministro certamente não desdenharia ter proferido.

Tinha ficado com a ideia de que o actual Governo português, entre outras missões não menos importantes, estaria vinculado ao controlo do aumento da dívida, fosse em termos brutos ou em termos relativos. Era coisa para estancar. Ponto. Dois anos e meio depois , mesmo dando de barato, e que para já não passa de pura retórica, que "metade do que aumentou" era "dívida que já lá estava", o que temos? A outra metade, diz o primeiro-ministro, são depósitos "que nós temos à ordem para pagar a dívida". Dinheiro, dinheiro vivo, portanto.

Ou seja, do aumento da dívida só metade é que é dívida, a outra metade da dívida não é dívida. É dinheiro.

Bem sei que a inteligência em política é hoje em dia um bem de tal forma escasso que qualquer coelho com uma cenoura num cartaz chega a líder partidário. E que nem todos podem ter as mesmas aptidões para dominarem os números complicados da economia nacional. Mas se isto é tão simples, se metade da dívida é dinheiro vivo, dinheiro que está em depósitos para pagar a outra metade da dívida e tudo o resto que se "herdou", por que razão foi necessário mandar fazer uma brochura com 57 páginas e 41 gráficos para o explicar aos próprios militantes do PSD?

Temo que com a dificuldade que deve ter sido encontrar esta explicação ainda haja neurónios capazes de substituírem os que entretanto se terão queimado. Engendrar a reforma do Estado, preparar o orçamento para 2014 e explicar a dívida aos militantes do PSD não são coisas fáceis.

 

Começa a ser dramático perceber qual é neste momento a metade do País que ainda pensa sem recorrer aos neurónios alheios. A distância só complica a compreensão do que é simples estando perto. Neurónios, infelizmente, não é coisa que se possa emprestar. Ou trocar por dívida. Ou por pneus. Talvez um dia, quem sabe, a ciência descubra maneira de recauchutá-los. Já não digo todos, mas talvez metade seja ainda uma hipótese em aberto.

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