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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
(créditos: Manuel Fernando Araújo/LUSA)
Hoje há melão no Mercado do Bolhão. Não um, mas muitos.
A época chegou mais cedo e é devido um agradecimento ao "Monstronegro" pela auspiciosa visita. Há que repetir.
Sem palavras. Foi um campeonato à Ayton Senna. Saímos à frente e chegámos à frente, sozinhos. Como é próprio de quem alumia o caminho dos outros. Com uma chama imensa.
Deles será o futuro. Para já, enquanto bem jovens, ganharam tudo o que de importante havia para ganhar: Campeonato Nacional, Champions League (UEFA Youth Cup) dos pequeninos e a Taça Intercontinental de Sub-20. A final contra o Peñarol, no Estádio Centenário, em Montevideu, e perante 40 mil pessoas, reeditou velhos encontros dos graúdos. Há ali muito talento, muita esperança e muito trabalho. Espero que não se percam. Hoje estão de parabéns, inteiramente merecidos. Esperemos poder repeti-los amanhã com outros troféus.
Gastaram milhões a renovar os estábulos, deram-lhes bons pastos, e de nada serviu.
Aquele conjunto de enjeitados, reforçado com alguns vitelos que logo seguem atrás dos bois velhos que por lá andam, continua a não reconhecer a manada a que pertence. Limitam-se a circular de um lado para o outro enquanto o fala-barato do pastor vai arengando para os tolos.
Os dividendos dos 80 milhões de investimento foram assim largados em Salónica sob a forma de emissões de metano.
Não é bonito ver uma fantástica vitória em White Hart Lane manchada por atitudes deste calibre. O Benfica é suficientemente grande para dispensar este tipo de atitudes. Como benfiquista e apreciador do fair-play de um Eusébio ou de um Coluna não podia deixar de manifestar o meu desagrado. Os campeões têm de saber ganhar e não podem prestar-se a equívocos manhosos.
A velha Lourenço Marques vira-o nascer em 6 de Agosto de 1935. A jovem cidade do Maputo viu-o ontem partir. Pelo caminho ficam 57 jogos com a camisola de Portugal, capitaneando a selecção nacional que brilhou no Mundial de 1966. Com um domínio perfeito dos espaços, uma presença física que impunha respeito e uma calma e lucidez que desconcertavam qualquer um, dominava o centro do terreno como poucos. Com a camisola das quinas ou a do Benfica representava na hora de defender a primeira barreira dos adversários. E quando se tratava de construir o jogo ofensivo era o motor que fazia disparar os homens das alas e o foguete Eusébio. O último golo fê-lo no antigo Estádio da Luz, no dia 25/10/1969, numa tarde em que o Boavista saiu da Luz com oito golos no cabaz. Com Mário Coluna vão dez títulos de campeão nacional, mais sete taças de Portugal e duas taças dos campeões europeus, registando-se que marcou nas duas em que esteve presente. Irá agora fazer companhia ao seu protegido e amigo Eusébio, no Olimpo das lendas, deixando por aqui muitas saudades pelo exemplo e pela classe.