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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Não sei quem assessora hoje Paulo Portas, mas o facto dele ultimamente andar muito ocupado com as betoneiras da Mota-Engil deve-lhe ter feito perder algumas leituras. Vir a Macau, a convite do establishment, posar para a fotografia com o Chefe do Executivo, e ao mesmo tempo tecer no seu discurso elogios à Uber e à AirBnb parece-me pouco conveniente para os anfitriões. Alguém lhe devia ter dito que essas empresas são perseguidas pelas autoridades chinesas de Macau, que de acordo com os poderes locais são ilegais, e que por aqui podem ser tudo menos um exemplo a seguir. Às vezes, o dinamismo dá nisto. Uma espécie de "Brexit".
(Ricardo Estudante/Global Imagens/DN)
Jorge Coelho foi muito criticado, em 2008, quando iniciou a sua colaboração com a Mota-Engil. Ainda assim demorou sete anos a vestir a camisola da empresa de António Mota. Paulo Portas, como bom político que é e menos terra-a-terra que Coelho, foi agora muito mais lesto e bastaram-lhe apenas alguns meses para pôr em prática a sua cartilha da diplomacia económica.
Se recordarmos as experiências andina, chavista e madurista de Portas, onde até os computadores de José Sócrates promoveu com apreciável sucesso, o Conselho Estratégico para a América Latina tem tudo para ser uma boa aposta. Tanta rapidez pode não ficar a dever-se a um qualquer Jaguar, mas é bom saber que a Mota-Engil continua a querer impor-se pela novidade e diversificação em mercados difíceis e com grande potencial.
Espero, sinceramente, é que a aposta de António Mota não se fique pelo mercado dos submarinos, e se possa alargar aos periscópios, bússolas, bóias, coletes salva-vidas e afins, de maneira a que a sua empresa, finalmente, consiga entrar onde até agora não está presente.
Afinal, Marte não fica assim tão longe como isso. E os marcianos que conhecemos são todos bem simpáticos.
(Global Imagens)
Só em quatro de Outubro é que a deusa se manifestará, dando a uns o que merecem e castigando os que tiraram partido da fortuna para se arruinarem e arruinarem os seus. Assim que passe o Verão estaremos lá. Nessa altura se saberá qual a medida da punição, que a acreditar nos sinais não serão benevolentes.
Aceitar a integração do CDS/PP nas listas do PSD foi uma decisão politicamente acertada e susceptível de acautelar perdas eleitorais substanciais com inequívoco reflexo no número de deputados do CDS na composição da próxima Assembleia da República. Fazer figura de Heloísa Apolónia e ir abrilhantar a festa do Pontal, como se o CDS/PP fosse uma espécie de Verdes alaranjados, é que não me pareceu uma decisão inteligente. Com o Pontal deste ano só houve uma pessoa a ganhar: Ribeiro e Castro.
"Segundo fonte do Governo de Macau, Paulo Portas, vice-primeiro ministro de Portugal foi recebido à saída do jet-foil pelo Secretário para a Economia e Finanças da RAEM, Francis Tam, e ´obviamente conduzido ao corredor VIP, não tendo existido quaisquer demoras ou dificuldades de transposição da fronteira´. As declarações da ´fonte ministerial´estão agora a causar desagrado em Macau, na medida em que colocam o ónus da culpa do atraso de Paulo Portas no governo local. Por outro lado, o HM sabe que pelas 21 horas de domingo Paulo Portas estava já no hotel onde pernoita durante a sua estadia na região administrativa especial." - Hoje Macau, 06/11/2013, pág. 2.
"Passaram dois dias e ontem, na reunião do Fórum Macau, as mesas foram enchendo, a comitiva chinesa e algumas comitivas lusófonas já preenchiam as cadeiras e na secção dedicada aos representantes de Portugal ainda não se via vivalma. A comitiva lá chegou, os discursos oficiais fizeram-se e o Fórum continuou o seu caminho de vago ponto de encontro para agentes decisores da China e dos países de língua portuguesa." - Hélder Beja, Ponto Final, 06/11/2013, pág. 3.
Tirando estes episódios novelescos com os "ligeiros" atrasos do ministro e o facto de Campos Ferreira se ter referido várias vezes à R.P.C. como "República da China", nome oficial de Taiwan, dir-se-ia que continua tudo a correr como dantes. No final, alguém dirá que as nossas gravatas eram mais bonitas do que as deles.
"Inenarrável. Recepção na residência consular. Paulo Portas chegou duas horas atrasado, não se desculpou e fez um discurso equívoco. Metade dos convidados já se tinha ido embora. A comunidade portuguesa perdeu face. Obrigadinho, senhor vice-primeiro-ministro." - Hoje Macau, 1ª página, 05/11/2013
A chamada à primeira página dispensa comentários. Um dia perceberão que nem tudo pode ser feito por amadores.