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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Ainda há semanas tinha pensado nele. Era um daqueles amigos que raramente encontrava. Via-o pouco, mas era sempre uma festa. A Mélita gostava muito dele. Conhecia-lhe a família toda. Ele fora companheiro e amigo do Ricozé desde o tempo em que andaram juntos nos Maristas. Sempre bem disposto, sempre simpático e atencioso, bonacheirão, de sorriso largo, farto e ingénuo; às vezes malandro, rindo muito por debaixo dos óculos e da barba. Já me tinha dito para ir visitá-lo ao Alentejo, à sua herdade, seu refúgio desde antes de se reformar e onde gostava de estar entre oliveiras e animais sempre que fugia de Cascais. Os jardins do Casino devem-lhe muitas horas de atenção e cuidado. Todos perdemos alguma coisa. Hei-de voltar a tomar um copo com o Jorge Pinto Basto quando chegar a minha vez. Um vinho de estalo. E voltaremos a rir-nos, saudavelmente, de nós próprios e dos outros, com mais amigos. Até lá, irei ter saudades dele.