Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Ouvi alguns excertos da entrevista do general Garcia Leandro à Antena 1 e posso dizer que concordo com quase tudo. Da impreparação de quem governa à ausência de reformas. Há um momento, porém, em que caiu uma nódoa, aliás perfeitamente desnecessária. Não me custa acreditar no relato do encontro de 28 de Outubro de 2011, com o ministro da Defesa, e até poderia ter alguma compreensão para com o estado de espírito do senhor general. Mas como sempre aprendi que tudo pode ser dito dependendo da forma como se diz, admito que um homem como o general Garcia Leandro, com o seu passado, conhecimento e experiência, também tinha obrigação de saber isso. Não posso, por isso mesmo, reconhecer nele o homem que desvendou o encontro com Aguiar Branco e veio relatar, publicamente e mais de dois anos volvidos, o teor de uma conversa a dois. E não estamos a falar numa situação do tipo das que obrigaram Passos Coelho a ser desmentido quando disse que não tinha sido informado sobre o pedido de ajuda à troika ou que nunca tinha estado em S. Bento com o anterior priemiro-ministro. O ministro da Defesa, que aproveitou já para o vir desmentir, como seria de esperar, não sai melhor nem pior, porque todos compreenderam há muito tempo que este executivo só chegou ao poder sem saber ler nem escrever graças a um desastrado e teimoso José Sócrates que lhe abriu caminho. Quanto a Garcia Leandro, lamento dizê-lo, sai muito desfocado na fotografia. E não sei se algum dia conseguirá voltar a ter uma lente que lhe faça justiça. Se não foi uma deslealdade, pelo menos aparenta sê-lo.