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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
(créditos: daqui)
Alguém devia dizer ao marçano que o Muro de Berlim já caiu, que a Stasi já não está a recrutar. E que há limites para a baixeza, a subserviência, mesmo quando paga em suaves excursões aos campos de algodão.
Mas lá que o laparoto tem lata a falar dos “brancos”, lá isso tem.
Pena é não saber que há “jornalistas” a quem os anfitriões nunca dizem o que escrever porque já sabem o que eles vão escrever antes de lhes sugerirem.
Ao fim de décadas, qualquer burocrata está cansado de saber que há sempre alguns desses que são pavlovianos por antecipação, em razão do carácter e do feitio.
Acontece em todas as profissões, mas nalgumas é mais evidente porque o crescimento das barrigas e das peidas é público. Embora haja quem tente disfarçar puxando as calças para cima, até ao pescoço; resultado do hábito de se enterrarem na lama à medida que os bolsos enchem, na esperança de salvarem algum que seja limpo. Sério.
Enfim, uma espécie de galgos que são usados para correr em canídromos sem lebre mecânica. O que não constitui, porque correm por gosto, e com gosto, violação dos direitos dos animais. Se fosse com lebre, por convite, já era. O bom do Albano explicou-me essa parte teórica, que eu percebi, e com a qual concordei.
Só que esses galgos chamados de "semi-brancos" — também há alguns semi-amarelos, outros semi-ruivos, uns semi-castanhos, de tanto lamberem os tratadores, e por aí fora — ainda não se aperceberam de que só servem para fazer número. São incaracterísticos, não acrescentam nada à espécie, à raça.
Não contam para o campeonato dos galgos de quem todos querem saber o que correm, como e quando. Ou seja, traduzindo, o que pensam e o que escrevem.
É que ainda há galgos letrados. E uns são brancos, outros amarelos. Nenhum é semi. E aposto que nenhum consegue ler as instruções de um televisor Blaupunkt no idioma original. Não há galgos perfeitos.