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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
E lá começou, na curva dos quarenta anos, a 36.ª edição do Festival Internacional de Música de Macau. Não me recordo há quanto tempo não havia uma programação com tanta qualidade.
Juntar nesta edição a equipa do Mariinsky Theatre e a sua Orchestra, começando com a Tosca, e uma orquestra dirigida pelo grande Valery Gergiev, receber Leonidas Kavacos e o AppollΩn Ensemble, ouvir e ver Hélène Grimaud e a Camerata Salzburg (que extraordinária performance!), enquanto se aguardam Winton Marsallis e Jazz at Lincoln Center Orchestra, Ivo Pogorelich, Herbie Hancock e Mariza, para só referir alguns, não é fácil.
Alguns dirão que há muitos russos, mas isso é fruto das circunstâncias em que vivemos, dos tempos conturbados que atravessamos. E além de não se poder confundir o povo com a canalha do regime que o conduziu para a guerra, a arte, a beleza e o génio não escolhem nem conhecem fronteiras. Já bastam as que temos e as que a estupidez se encarrega de erguer.
Dois reparos, para já, e espero que não haja mais nenhum.
O primeiro para a continuação do péssimo serviço de bar do Centro Cultural de Macau que não está, obviamente, à altura do local e da qualidade do festival. Trata-se de uma tecla que não deixará de bater. Será que não há ninguém no Instituto Cultural que consiga perceber esse básico? Será que os seus dirigentes nunca foram a um espectáculo do mesmo género em Hong Kong? E será assim tão difícil perceber que tão mau serviço é uma vergonha, uma afronta à imagem internacional de Macau, ao trabalho da organização e à dignidade dos seus residentes? Talvez que a Fundação Oriente, a Fundação Rui Cunha ou a Casa de Portugal possam dar uma ajuda ao pessoaI do ICM facultando-lhe os contactos de quem possa disponibilizar uns copos decentes, umas chávenas de café e preparar uns salgados para os intervalos.
O segundo ponto não diz respeito ao FIMM, mas ao facto de alguém se ter lembrado de trazer Plácido Domingo para um espectáculo no Cotai no mesmo dia em que Ivo Pogorelich actua. Era difícil mais pontaria.
Entretanto, é ir aproveitando o que nos está a ser proporcionado. Confesso que já estava com saudades de ver e ouvir gente desta craveira por estas bandas.