Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


reconfortante

por Sérgio de Almeida Correia, em 16.09.23

Fiji-s-number-eight-Viliame-Mata-runs-with-the-bal(créditos: Romain Perrocheau, AFP)

As últimas grandes alegrias desportivas tenho-as visto e vivido em França, ao vivo sempre que possível. E quando tal não pode ser é pela televisão, não sendo sequer necessário que esteja em campo ou em pista uma equipa que eu apoie. Mas o simples prazer de acompanhar a competição, admirar a energia, o estilo, a convicção, a velocidade, e acima de tudo a classe, a dignidade e o respeito com que normalmente tudo se processa faz-me sentir reconfortado pelo que em todas as outras semanas do ano vejo acontecer no meu país. Excepção apenas há dias em dois gestos nas finais de futsal entre Benfica e Sporting e na final feminina da Supertaça de futebol.

Desta vez está em causa o Mundial de Rugby.

Momentos notáveis de dignidade, sacrifício, alegria e desportivismo. Da arrepiante homenagem dos All Blacks aos soldados neo-zelandeses tombados na II Guerra Mundial, aos cânticos e à confraternização nas bancadas entre adeptos das equipas que no terreno se defrontam, sem que a integridade de velhos, crianças, mulheres ou a de qualquer adepto seja colocada em risco, é um festival de civilidade, boa disposição e fair play.

Quantas vezes, e em quantas modalidades, se vê um jogador da equipa que acabou de ver validado a seu favor um ensaio duvidoso dirigir-se de imediato ao árbitro, com a maior naturalidade deste mundo, a dizer que a oval não entrou e que não vale a pena o árbitro perder tempo a ver as imagens do VAR, sem que com isso seja de imediato insultado ou apodado de palerma pelos apoiantes da sua equipa?

Esta noite entrarão em campo os Lobos, Selecção Nacional de Rugby, contra uma das potências mundiais, o País de Gales. Qualquer que seja o resultado espero deles o melhor.

E apoiá-los-ei com a mesma força, abnegação e determinação com que vi chilenos, argentinos, escoceses ou namibianos entrarem em campo, correrem, placarem e lutarem como se fosse o último jogo das suas carreiras, para depois, reconfortados pelos adversários, festejarem e serem acarinhados, no final das suas magníficas prestações, com e pelos seus adeptos, apesar das derrotas sofridas.

O desporto, o amor à camisola, a entrega, é muito mais do que uma vitória ou uma derrota. E é isso que se torna tão reconfortante quando se vê a elite mundial do rugby em acção.

Que exemplos para a nossa vida simples de todos os dias. E para o futebol português.

Autoria e outros dados (tags, etc)

zanardi

por Sérgio de Almeida Correia, em 20.06.20

P90319409_highRes_misano-ita-26th-augu.jpg(foto BMW, daqui)

Se há quem admire nesta vida, um dos indiscutíveis é seguramente Alessandro Zanardi.

A notícia que todos recebemos do acidente que sofreu ontem, numa prova de estrada destinada a deficientes, constitui mais uma desgraça que se abate sobre a vida de um homem com o seu talento, a sua força, a sua perseverança.

Já não bastava tudo o que lhe aconteceu ao longo da vida, a forma como foi superando obstáculos que para a maioria seriam absolutamente intransponíveis, indo buscar força e motivação onde se suspeitaria só existir desespero e resignação, para agora ter um acidente da magnitude do de ontem. Capotar com o triciclo de handbike duas vezes, acabar batendo num camião que seguia em sentido contrário, e o helicóptero não poder aterrar no local do acidente tendo de ser primeiro transportado de ambulância para um heliporto, não é apenas um azar, mais um, na vida de Zanardi. É a continuação de uma condenação inaudita, sem sentido, de um homem bom, de um exemplo de tenacidade, e de um verdadeiro herói de carne e osso.

Se, como dizem para aí, Deus é grande, é incompreensível que alguém tenha de sofrer o que Zanardi enfrenta.

Espero que uma vez mais consiga recuperar, e que nos volte a dar a todos um motivo para continuarmos a acreditar nalguma coisa. Forza, Alex.

Autoria e outros dados (tags, etc)

aristides

por Sérgio de Almeida Correia, em 28.01.19

"As we mark Holocaust Remembrance Day on Sunday, we should honor this man who engaged in what one historian called "perhaps the largest rescue action by a single individual during the Holocaust.", Richard Hurowitz, New York Times, 27 de Janeiro

Pese embora o esforço que alguém fez para obscurecer a sua indelével marca, é reconfortante saber que passados todos estes anos um dos mais conceituados e lidos jornais do mundo honra a sua memória, mantendo-a viva para os seus leitores.

Um exemplo que nunca será demais recordar, em especial porque ele não o fez a troco de dinheiro, de títulos ou da glória, ao contrário de algumas sumidades locais que gostam de mostrar a sua beneficência.

Autoria e outros dados (tags, etc)

exemplos

por Sérgio de Almeida Correia, em 04.02.14

O "dux" da Universidade de Coimbra assumiu num programa televisivo que há vinte e quatro anos se matricula naquela casa. Quando questionado para a razão de tão longo percurso académico, justificou-se dizendo que é trabalhador-estudante há duas décadas. Conheço muitos que o foram e fizeram os seus cursos dentro do período normal para a sua conclusão por um estudante a tempo inteiro. Desconheço o número de cadeiras que o sujeito faz por ano, mas com tanto ano acumulado fico a pensar se o verdadeiro objectivo dele não era mesmo ir coleccionando matrículas até conseguir ser "o dux". De qualquer modo, independentemente de se discutir a extinção da praxe, as universidades públicas não deviam servir para isto. Devia haver outra maneira destes fulanos chegarem a "dux", se for esse o seu objectivo, sem terem de andar a frequentar uma universidade à custa de todos nós. Trabalhador até pode ser que seja, estudante não é certamente. 

Autoria e outros dados (tags, etc)




Mais sobre mim

foto do autor


Pesquisar

  Pesquisar no Blog



Calendário

Dezembro 2023

D S T Q Q S S
12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31



Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D