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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
"As nossas elites são herdeiras daqueles nobres que não queriam aprender", Carlos Fiolhais (na RTP)
Nada de mais verdade, mas eu acrescentaria que há, ainda assim, uma diferença: é que aqueles não tinham os meios que hoje temos. As elites de hoje têm tudo ao seu alcance para poderem ser muitíssimo melhores do que foram aqueles nobres. Só não aprendem porque não querem, por desvirtuamento dos valores ou por pura e simples preguiça. Como se tem visto com muita abundância nos governos, no parlamento e, ultimamente, também nas autarquias. E alguns dos figurões que aparecem são dignos de uma boa banda desenhada, tal é a sua imaginação e falta de vergonha.
Nunca escondi o meu apreço pela sua estatura de intelectual e de historiador comprometido com a verdade, que para alguns será sempre um valor relativo, sem prejuízo de cada um ter a sua. Mas não me querendo antecipar, arriscaria dizer que este texto de José Pacheco Pereira será um dos textos do ano. Do ano? Não, da última década. Está lá tudo, até a vergonha de que muitos têm medo de falar (e de ler). Nesta altura deve haver muita gente a espumar depois de saber da recusa do Banco de Portugal em ver na nova administração os perfumados de sempre. Agora a família vai entregar a instituição a um dos que nunca seria reconhecido como um dos deles. Por falta de pedigree. A República, por vezes, ainda sabe estar à altura das situações.