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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
No sentido texto que escreveu no Delito de Opinião a propósito do falecimento do Jorge Coelho, um homem bom e de bem que cedo partiu, e cuja simpatia, humor e afabilidade a poucos deixava indiferente, o Pedro Correia recordou um episódio ocorrido em Macau a propósito de uma manifestação de polícias que ameaçavam invadir o Palácio do Governo, ali na Praia Grande, num tempo que ainda havia baía e a especulação imobliária não tinha tomado conta da cidade.
Nesse tempo, o Palácio não tinha muros, nem grades, que não tendo sido necessários no tempo colonial só foram introduzidos por decisão do novo governo da RAEM depois da transferência de administração em 1999.
Como ali bem se lembra, houve manifestação de polícias. E também me recordo de outras, como uma de indocumentados, cujas situações foram regularizadas numa época em que a Região tinha muito menos gente, a todos acolhia, e a cidade ainda não estava pejada de câmaras e da mais moderna tecnologia securitária para proteger os governantes do seu próprio povo.
Os tempos são outros. Hoje, são os polícias que então se manifestavam, sem que nenhum mal lhes acontecesse, os primeiros a proibirem manifestações, desfiles e reuniões. Ora sem motivo, ora pelas razões mais estapafúrdias.
É por isso oportuno trazer de volta essa memória, em especial para alguns ignorantes, vindos sabe-se lá de onde, que vociferam por tudo e por nada contra o passado colonial sem que ao menos o conheçam.
E também a outros, que tendo-se habituado a servir de gatas os anteriores senhores, agora se afadigam em mostrar serviço aos novos, escondendo de onde e como vieram, mesmo que para tal desvirtuem a história e a memória a troco de pacotes de amendoins.