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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Havia quem sonhasse com o Quinto Império, com um homem das Arábias, com tipos saídos das mil e uma noites. Vêm sempre para nos resgatar de alguém ou de alguma coisa. Há séculos que é assim.
O drama de Portugal é o drama dos mitos. Como nunca são suficientes, os portugueses agarram-se ao primeiro que lhes sai na rifa. Quando mais precisamos de ajuda correm a entronizar um parlapatão. Quando nos livramos deste sai-nos um biltre. Não há santos que nos valham. E os que nos podiam valer já estão fartos da nossa estupidez. Perderam a paciência. Agora só se preocupam com quem merece.