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matumbos

por Sérgio de Almeida Correia, em 24.04.25

SMM.jpeg(créditos: daqui)

Houve quem viesse criticar, quem se insurgisse, contra o facto das cerimónias do 25 de Abril – “agenda festiva”, escreveu-se –, tivesse sido "cancelada". Esta expressão surgiu em toda a comunicação social a que tive acesso após as declarações do ministro Leitão Amaro. João Gonçalves recomendou que “as vestais do “Estado laico” e do “fascismo nunca mais” fossem ler a legislação que define o luto nacional e as restrições que implica.

Eu, que não sou uma vestal do Estado laico, não emprenho pelos ouvidos nem participo em manifestações delirantes, tirando as que ocorrem de tempos a tempos no Estádio do Sport Lisboa e Benfica, onde mantenho – penso – sempre a distância e o bom senso –, pois que nem em pequenino gostava de “ajavardar”, fosse na linguagem ou nos actos – verifiquei a legislação e lá não encontrei nada que obrigasse ao cancelamento das “festividades”. Abrilistas ou outras.

O Governo veio depois "esclarecer" – não há nada que fique esclarecido à primeira – que afinal não havia cancelamento. Apenas um adiamento dos "momentos festivos". 

Cada vez estou mais longe, graças a Deus, de algumas das preocupações dos meus compatriotas. E como não alinho em arraiais, e também não deverei conseguir votar nas próxima eleições – porque na CNE não sabem ler a lei e encerraram mais cedo do que o devido a actualização dos cadernos, impedindo-me de votar presencialmente, sendo que até hoje também ainda não chegou sobrescrito com a documentação para poder votar –, tive o cuidado de verificar o que se irá fazer em Itália, cujo Dia da Libertação cai exactamente a 25 de Abril. Este ano comemorar-se-á o 80.º aniversário da Libertação.

Pois bem, tanto quanto numa pesquisa rápida me apercebi, as mais altas figuras do Estado italiano, e todo o país comunal, não deixarão de celebrar, leia-se festejar, o Dia 25 de Abril, dia da libertação do nazifascismo, embora com um programa "aligeirado" quanto às principais figuras do Estado.

Na verdade, nesse dia, o Presidente Sergio Matarella e a Presidente do Conselho, Giorgia Meloni, estarão ambos em Roma, no Altare della Patria, na piazza Venezia, onde depositarão uma coroa de flores. Depois, Matarella, ainda convalescente após alguns problemas de saúde, seguirá para Génova, onde decorrerão as comemorações oficiais. Aí almoçará, regressando mais cedo a Roma para receber os dignitários estrangeiros que começarão a chegar para as exéquias fúnebres do Santo Padre.

As cerimónias oficiais devido ao luto oficial serão “aligeiradas” – "hanno spinto il Quirinale a sfoltire le voci in agenda", escreveu o la Repubblica, isto é, salvo melhor tradução, a "reduzir os pontos da ordem do dia" –, o que é bem diferente de cancelamento ou adiamento, embora por todo o país, todas as comunas italianas, incluindo Roma, e com excepção, creio, apenas de Ponte San Nicoló, no Veneto, que cancelou todas as cerimónias, de Norte a Sul, não se deixará de festejar, sublinho, festejar, celebrar, comemorar, o 25 de Abril.  

Estou certo de que em Itália, onde o luto declarado foi de 6 dias, haveria muito mais razões, até pela proximidade ao Vaticano, para pura e simplesmente se anunciar o cancelamento ou o adiamento dos eventos oficiais. Não foi isso que aconteceu. E Meloni pode ter muitos defeitos, mas seguramente que não é de esquerda, menos ainda da esquerda radical. E também não é parva.

O Governo errante de Montenegro, se estava à espera do Conselho de Ministros, poderia ter enveredado pelo luto oficial a partir do próprio dia 26 de Abril – dia do funeral do Papa Francisco, em que talvez fizesse mais sentido iniciar o luto –, de maneira a não contender com o 25 de Abril. Não o quis fazer por mero tacticismo político, criando mais um motivo de discórdia e polémica em período pré-eleitoral. Aliás, bastaria observar o tom e o modo das declarações de Leitão Amaro para se perceber como a agenda e o estilo do “trumpismo” tomaram conta deste rebanho de ignaros e pastores sem mundo que, à direita hoje, à esquerda ontem ou amanhã, manda em Portugal. Governar é só para quem sabe.

E isto, refiro-me ao luto, não tem nada a ver com o facto de o Estado português ser por natureza laico, independentemente de o catolicismo ser a religião predominante no país e entrar pela nossa carne, de portugueses e ainda mesmo naqueles que se reconhecem como ateus, e só parar no tutano. Em causa está o respeito pelo falecimento de um Chefe de Estado de um país estrangeiro com o qual Portugal e os portugueses têm relações diplomáticas e de amizade há séculos. É válido para o defunto ou para outro qualquer.

Francesco, Francisco, Francis, qualquer que seja a língua em que pronunciem o seu nome foi um homem que marcou o seu tempo. Dentro e fora da Igreja. E não foi pelas más razões.

Pela sua bondade, pelo seu carácter, pela sua generosidade, por tudo aquilo que nos trouxe, a católicos, ateus, agnósticos, gente de outros credos, na recuperação de valores do humanismo cristão, na lealdade ao próximo e na entrega aos outros, no exemplo, no desprendimento, na genuinidade e lhaneza de carácter, na sua autenticidade de dimensão universal, usando a palavra e o credo como factor de união, e não de criação de conflitos, protegendo quem tem de ser protegido, procurando lavar e desinfectar o chão da sua Igreja, livrando-a de escaravelhos e delinquentes, criticando os dogmas, a estupidez, a imbecilidade e a criminalidade instalada, recebendo todos no seu seio, fazendo diferente até na hora da sua partida, mostrando ser capaz de com toda a lucidez voltar a escolher a sobriedade, a discrição, a herança e o recolhimento de Santa Maria Maggiore, não merecia que este fosse mais um momento de profundo atavismo moral dos matumbos que governam o nosso país.

Nunca, nos tempos mais recentes, se diria com mais propriedade que quiseram ser, e mostrar que são, "mais papistas do que o papa”.

Os Pauliteiros de Miranda virão a 1 de Maio. Os novos trauliteiros já estão em Lisboa. 

 

P.S. Estou fora. Não me revejo nestes broncos, nem nos antecessores. E aqui, onde 25 de Abril não é feriado, a não ser na minha alma e no Consulado de Portugal e conexos, embora se celebre, muitos choram a perda de Francisco. Mas estou exausto, cansado, farto de tanta estupidez, de tanta discussão estéril, de tanto conflito inútil que me chega da Pátria. Na Igreja de Francisco havia lugar para todos. No Portugal de hoje, onde não se distingue o escrutínio da difamação, só há lugar para os sonsos, para os labregos, para os chicos espertos, para estas abencerragens, sejam eles quem for, que se revezam na ocupação da cadeira do poder, enquanto esperam que os governados, os lorpas, lhes ofereçam os votos e os aplausos, e veneradamente lhes dêem lustro aos sapatos “marron clarinho”.

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revolução

por Sérgio de Almeida Correia, em 25.04.24

Foto da capa do livro 'Capitão de Abril', de Salgueiro Maia(créditos: daqui)

Os portugueses e as suas instituições celebram em 25 de Abril o Dia da Liberdade. Eu chamar-lhe-ia antes, como os italianos, o Dia da Libertação (“Festa della Liberazione”). Muitos, mais novos, perguntarão que libertação é essa; e porquê. Outros, mais velhos, olharão para a data como mais uma simples efeméride referida a qualquer coisa que aconteceu num passado cada vez mais distante e que de tempos a tempos é recordada nas escolas, nos jornais, nas rádios e televisões. Não mais do que isso.

Há cravos vermelhos, discursos, fanfarra, cantoria e romaria. Há festa.

E depois, a seguir à festa, voltam todos à escola, os que a frequentam, ao trabalho, à inflação, ao desemprego, às doenças, aos subsídios, ao futebol, aos Santos Populares, ao fado, aos tribunais e às praias. Outros voltam às ruas para reclamarem por melhores condições de vida, um ambiente mais saudável, cidades mais sustentáveis, reivindicarem ajustamentos salariais, melhores carreiras, dignificadas e revalorizadas, por mais feriados, mais habitação, mais creches, mais saúde, mais igualdade. Querem mais, sempre mais, cada vez mais. E, no entanto, são incapazes de lutar pelo básico, de orientar as suas vidas por um verdadeiro altruísmo que nos liberte das amarras criadas à sombra da libertação, à sombra de Abril.

Quem viveu, quem ainda conheceu, quem se recorda do muito que aconteceu, em especial a partir da ocupação dos territórios portugueses na Índia e do início das guerras coloniais, do que foram esses anos que antecederam o 25 de Abril de 1974, estará hoje menos sensível a grandes mudanças. Dá a democracia – a verdadeira, não a que outros dizem “que funciona”, a que alguns ditos “democratas” se adaptam com grande facilidade, exultando-a, e que não passa de uma ditadura que distribui gelados quando não está ocupada a distribuir máscaras, controlar, vigiar, reprimir, prender e punir – como adquirida e cumprida com a bênção ritual e regular de formalidades. Tudo se esgota no poema decorado, lido, declamado e apregoado até à náusea, no jantar de confraternização, no entoar compassado e ritmado da canção.

Esquecendo, a avaliar pelas pérolas que se ouvem nalgumas entrevistas ou em concursos televisivos, que há quem confunda Otelo com um hostel ou Salazar com Soares, não sabendo quem foi Salgueiro Maia, desconhecendo que Ramalho Eanes foi Presidente da República. Nada disso seria grave não fosse dar-se o caso de até o líder parlamentar de um partido estruturante do regime confundir Diogo Freitas do Amaral com Adelino Amaro da Costa. E teimar.

Os indicadores económico-sociais permitem-nos ver a distância a que estamos do Estado Novo e da primavera marcelista. Em 1975 as nossas estatísticas indicavam que havia 122 médicos por cada mil pessoas; em 2023 já eram 578 para os mesmos mil. Os enfermeiros eram 205, hoje são 783. A esperança média de vida era em 1970 de 67 anos. Em 2023 é superior aos 80. Em 1975 apenas 60% dos partos ocorria em hospitais e clínicas. Actualmente são 99,8%. O número de habitações mais do que duplicou. No início da década de 70 do século XX havia 53% de habitações sem água canalizada; em 36% não havia electricidade e 40% não tinha esgotos. Hoje não se constrói nenhuma que não tenha tudo isso. A taxa de analfabetismo era em 1970 de 25,7%, mas nas mulheres era superior a 30%. Hoje são 3,1% os analfabetos. É muito menos sem deixar de ser um número triste e avassalador. São mais de 250 mil os portugueses que não sabem ler nem escrever. A mortalidade infantil desceu colocando-nos entre os dez países mais seguros para se nascer. O número de estudantes no ensino superior aumentou sete vezes. A mulher adquiriu outros papéis. Muitas puderam deixar de ser parideiras militantes para abraçarem carreiras profissionais sendo ao mesmo tempo mães.

Quase tudo mudou. Muitos dirão que quase tudo mudou para melhor. Eu também.

Mas quando num país como o meu, o nosso, se verifica que em 1985 as mulheres recebiam um salário que era, em média, inferior ao dos homens em 23,2% nos cargos superiores, e em 2022 essa diferença aumentou para 25,6%, é porque há qualquer coisa que não está a funcionar. Há o dobro das casas. Porém, há mais de 80 mil famílias com carências habitacionais graves. E há mais de 700 mil habitações devolutas. Há dois anos, uma sondagem indicava que mais de 80% dos portugueses não estavam plenamente satisfeitos com a sua democracia. E o ano passado uma outra sondagem revelava que apenas dois em cada dez portugueses confiavam no Governo e na Assembleia da República. Nos vinte anos anteriores ao 25 de Abril de 1974, mais de um milhão e meio de portugueses emigrara. Segundo a ONU, em 2024 serão 2,3 milhões os portugueses nascidos em Portugal que vivem no estrangeiro. Não estamos a falar de filhos de emigrantes. Quanto ao estado dos tribunais e à situação do Ministério Público nem vale a pena falar. Acabaram os tribunais plenários, é verdade, mas a imagem que os portugueses hoje têm do sistema judicial é a de uma coutada atávica sem rei nem roque, ao serviço dos ricos e poderosos, das corporações e dos bandidos das seitas do regime, e em muitos casos entregue a gente frustrada que se preocupa com tudo menos com a realização da justiça em tempo útil. Há excepções? Há. Muitas. Há, felizmente, gente séria e decente. É para esses que escrevo. São os que me importam.

Gente séria e decente que com o apodrecimento do regime e das instituições não se revê com força nem poder suficiente para fazer a mudança a que todos aspiram. Porque os sonhos dos votantes do Chega, sendo portugueses como os outros, não são diferentes dos sonhos de quem vota no PSD, no PS, no IL, no BE, no PAN ou no PCP. Todos aspiram à mesma dignidade, ao mesmo bem-estar, a um tecto digno, à mesma decência, à mesma saúde, à mesma educação, à mesma segurança.

Perguntar-me-ão então que solução aponto para tão deplorável estado de espírito. Responderei dizendo que defendo uma revolução. Uma revolução na verdadeira acepção da palavra. Uma revolução integral. Não um golpezinho misericordioso num regime podre que se transformou numa festa bunga-bunga permanente para algumas famílias que engradeceram à sombra dos partidos. Uma revolução sem dó para com os quadrilheiros das juventudes partidárias que se assenhorearam do regime e tomam conta de uma casta de portugueses mansos que só sai à rua quando lhes cravam um ferro curto nos bolsos.

Uma revolução que leve por diante o que se começou em 25 de Abril de 1974. Uma revolução que preservando-nos a alma nos mude os costumes, os vícios, as manhas e as entranhas da mentalidade. Uma revolução que nos faça sair do estado de letargia em que nos colocamos. Uma revolução que abane os alicerces do sistema judicial, que a todos nos eduque nas virtudes do verdadeiro espírito republicano, que desfira golpes sem parar nas oligarquias partidárias, nos gangues que se apoderaram do regime, uma revolução que dê uma machadada no corporativismo, no exibicionismo da mediocridade, na falta de vergonha da ignorância, que construa um sistema fiscal verdadeiramente distributivo, sem manhas, que faça assentar a democracia num sistema eleitoral moderno e mais justo, que rasgue auto-estradas para o mérito, que premeie a intervenção cívica, que proteja quem tem de ser protegido, que seja implacável com os poderosos que falham e rigoroso com todos os outros. Uma revolução assente na ética política, no conhecimento e na sensatez. Uma revolução que não marginalize os melhores para premiar os mais espertos dos piores. Uma revolução digna desse nome, que afaste o medo que nos rodeia, que dê um pontapé na falta de coragem e no comodismo, uma revolução que não nos castre diariamente a identidade e faça de nós uns perfeitos eunucos cívicos, sempre aos saltinhos, sempre contentinhos com mais um subsídio e um golo do CR7. Uma revolução que não atire o bebé ao rio com a água do banho.

Está, pois, na hora de fazermos a revolução.

Cinquenta anos, para nós, portugueses, não é nada. Para a nação é muito tempo quando ainda está toda uma revolução por fazer. Quando há toda uma mentalidade para mudar. Quando há um país para amar e uma nação para honrar. Não percamos mais cinquenta anos. Comecemos hoje a revolução. Em casa, nas escolas, nos partidos políticos, nos sindicatos, nos quartéis, nas ruas. Antes que a nova fradalhada do regime crie a carreira de dona de casa.

(Hoje, no Ponto Final)

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abril

por Sérgio de Almeida Correia, em 25.04.23

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(Salgueiro Maia, na lente de Alfredo Cunha)

 

Abaixo os fascistas e os filhos da ... acomodados que se colaram ao 25 de Abril!

Viva Portugal!

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reconhecimento

por Sérgio de Almeida Correia, em 25.04.22

salgueiromaia_alfredocunha.jpg(Salgueiro Maia, imortalizado pelo génio de Alfredo Cunha)

Passa hoje mais um aniversário sobre o golpe militar de 25 de Abril de 1974. Data única da nossa história recente, constitui um marco na restituição da liberdade, da democracia e de direitos básicos de cidadania a todos os portugueses e a outros povos subjugados.

Em relação a Macau, o 25 de Abril também permitiu o seu regresso pacífico à administração chinesa, contribuindo para o estupendo desenvolvimento das últimas quatro décadas e o reforço da cooperação e das relações diplomáticas entre Portugal e a China. 

O ano passado, na primeira cerimónia de Dez de Junho a que esteve presente, no Consulado-Geral de Portugal em Macau, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, agradeceu o profundo empenho dos portugueses e macaenses e o seu contributo, "excepcional", para a multiculturalidade e o desenvolvimento de Macau, e a sua boa cooperação e forte empenho para o combate à pandemia. Outros responsáveis, de Macau e da China, não se cansam de repetir esta lengalenga que a todos sensibiliza em todos os actos oficiais que se prestem a isso.

Todavia, na prática, esse reconhecimento do papel dos portugueses não existe ou é letra morta. Os portugueses vêem a sua língua com um estatuto cada vez mais menorizado nas relações com os tribunais e a administração pública. E mesmo os residentes acabam por ser penalizados por um estatuto de igualdade aparente que diariamente lhes torna a vida mais onerosa.

O caso das limitações de deslocação impostas pela pandemia são disso boa prova. As regras são diferentes para os residentes que vão à China, a Hong Kong ou a Portugal, apesar do número de casos neste último país ser reduzido,  o de vacinados ser dos mais elevados a nível mundial e da situação epidémica em algumas regiões chinesas ser muito grave.

Por estes dias, quando as quarentenas foram reduzidas de 21 para 14 dias, os portugueses residentes também ficaram a saber que para o Governo da RAEM é indiferente vir do Bangladesh, da Venezuela, da Tanzânia ou de Portugal. Os residentes que regressem de Portugal, ainda que com três doses de vacinas de boa qualidade, reconhecidas na China e internacionalmente, e com certificados negativos, continuam a ser obrigados a períodos de quarentena que em nada os distingue, nem ao país de onde vêm, daqueles outros que têm um registo de casos diários elevadíssimo, taxas de vacinação sofríveis e milhares de internados em situação grave.

Como se tal não bastasse, ontem foram brindados com a novidade de que passarão a pagar os testes obrigatórios de ácido nucleico que terão de realizar durante a quarentena, e que o número e valor dos testes (oito e MOP2.000,00) será superior aos impostos aos residentes que venham de "zonas de risco do interior da China" (cinco e MOP1.250,00).

Para quem há mais de dois anos tem cumprido religiosamente os pedidos do Governo da RAEM, e que durante todo este período não saiu de Macau, não beneficiando de qualquer quarentena ou de testes gratuitos por motivo de deslocação ao estrangeiro,  e se preparava para aproveitar a recente redução da quarentena para 14 dias para finalmente poder visitar os seus familiares e os velhos e doentes, gozar uns dias de férias e ir a médicos no exterior, a suas expensas, este é mais um brinde do Governo da RAEM e uma prova da sua satisfação pelo contributo "excepcional" dos portugueses ao desenvolvimento de Macau. 

Não era bastante ter colocado os residentes a viverem numa espécie de colónia penal e não haver hotéis em quantidade, com número suficiente de quartos disponíveis, mesmo que fossem pagos, e com qualidade mínima para se cumprirem as quarentenas. Era fundamental penalizar nesta altura, ainda mais, os residentes portugueses que estavam a pensar sair este Verão, criando-lhes um encargo adicional, embora muitos nunca tivessem usufruído anteriormente de qualquer quarentena à custa da RAEM ou de testes gratuitos durante esse período. Vai tudo a eito. Os que cumprem, os que não quiseram cumprir, os que contribuem mais, os que contribuem menos, e também os que não contribuem para nada.

Aqui está mais uma forma original que o Governo da RAEM encontrou para agradecer o papel dos portugueses residentes em Macau, motivá-los para o futuro, e de se associar à celebração de mais um aniversário do 25 de Abril de 1974.

Palavras leva-as o vento. Nalguns locais mais depressa do que noutros. Todos os dias e a toda a hora.

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abril

por Sérgio de Almeida Correia, em 25.04.14

Dois dedos de luz, uma palavra, um gesto. Às vezes um sorriso.

O resto é passatempo para os estafermos.

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