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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Agora que foi divulgado mais um relatório do Comissário Contra a Corrupção, que em regra responde pelo acrónimo "CCAC", convém recordar a saga dos parquímetros, com tendência para se agravar e infernizar a vida dos cidadãos.
Dos anteriores havia a ideia de que funcionavam bem embora muitas vezes fossem uma chatice; por vezes, uma chatice necessária. Entretanto, resolveram substituí-los e e confesso que continuo sem alcançar uma razão plausível para tal. Gastou-se tempo e dinheiro na mudança, presumo que também na escolha do fornecedor e nas obras, e multiplicaram-se os incómodos, visto que estes novos ocupantes do espaço urbano vieram inclusivamente invadir espaços onde antes a sua presença não era notada e não fazia qualquer falta.
Ontem tocou-me a mim.
Numa artéria principal da Taipa, Rua de Seng Tou, bem próximo da PSP, por volta das 13:40, estacionei o meu carro no único lugar disponível. Dirigi-me à maquineta para pagar e quando lá cheguei duas senhoras informaram-me de que estava avariada. Sem qualquer indicação, e a uma hora em que normalmente há sempre alguém que em vez de andar atrás dos bandidos anda a multar os veículos estacionados, arrisquei introduzir uma moeda pela ranhura. A moeda ficou lá dentro, o número correspondente ao lugar de estacionamento continuava com a indicação "expirado" e a seguir piscou, por breves segundos, a menção "coin jam".
Quinze minutos depois, estando eu de plantão ao parquímetro, aparece-me um tipo num motociclo, que rapidamente pára na via pública, em plena faixa de circulação, portanto, mal estacionado, e vai abrir a caixinha. Havia um monte de moedas acumulado do lado de dentro da ranhura, talvez umas quinze ou vinte. Com esforço, o sujeito liberta as moedas, fecha a portinhola e gesticula no sentido de me fazer perceber que o problema estava solucionado. Perguntou-me quantas das moedas que lá estavam eram minhas e pediu-me que lhe indicasse qual o meu carro. A seguir marcou o número do meu lugar, introduziu uma nova moeda e de imediato repetiu-se a indicação "coin jam" no visor. Só que naquele momento era a única moeda lá dentro.
Não perdi mais tempo. Não precisava. A excelência do que os "talentos" ao serviço da RAEM continua a fazer está bem exemplificada nesta situação. Infelizmente não é a primeira naquela rua, nem nas vizinhas, nem no estacionamento contíguo ao Parque das Merendas de Coloane por onde normalmente acedo aos trilhos.
Por otod o lado, os aceleras da PSP continuam a rondar, como se fossem uns verdadeiros perdigueiros, farejando avidamente todos os parquímetros, por onde quer que passem, a qualquer hora do dia ou da noite.
Se eu ontem não tivesse perdido o meu tempo e ficado à espera do encarregado dos parquímetros, assim precavendo a eventualidade de ser multado tendo a razão do meu lado, não poderia agora aqui trazer-vos o relato da situação e as fotografias que obtive no local.
Esta é uma pequena amostra. O ex-director dos Serviços de Meteorologia de Macau vai ficar sem pensão de reforma, mas há muitos mais, e com mais responsabilidades do que ele, que já deviam ter sido demitidos compulsivamente. Por má fé e manifesta incompetência.