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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
O regresso da actividade judicial a partir de Setembro vai ser particularmente interessante. Os julgamentos já agendados e que aí vêm de Alvin Chau e Li Canfeng e companhia prometem. Quanto a Levo Chan, deduzida que foi a acusação, é ainda preciso aguardar os próximos passos.
Conhecendo-se Macau e o que nas últimas décadas por aqui se fez (nalguns casos o que não se fez ou se fez mal para não se prejudicarem os interesses de uns quantos), com a habitual impunidade e a bênção de quem mandava, não faltam os motivos de interesse.
No banco dos réus também vai estar quem lhes deu a mão que tudo permitiu e que os protegeu, mas antes convém reler algumas peças que foram publicadas nos jornais e passadas na TDM, recordando as dúvidas que oportunamente foram levantadas em relação a alguns talentos que já vinham com um vasto "currículo" do tempo colonial português e que na altura, em vez de estarem presos, foram agraciados por Rocha Vieira. É fundamental fazer-se um bom trabalho de casa.
Espero que os (poucos) bons jornalistas que ainda estão em Macau, e que não obstante todas as dificuldades que enfrentam conseguem publicar alguma coisa de útil, possam fazer esse trabalho preparatório. Basta ir aos arquivos, e ver as fotografias, não precisam de falar com ninguém. Para avivar memórias e dar uma nota de enquadramento histórico a quem muito pouco conhece, pese embora os cargos que ocupam, da história recente de Macau.
No caso do ex-director das Obras Públicas, em especial, essa será uma boa oportunidade para se perceber – e desta vez sem falhas de memória – qual foi o contributo que Li Canfeng deu depois do seu regresso para o aumento da tão prometida transparência administrativa, tanto mais que, como se sabe, "o Governo analisa o carácter, as habilitações e a experiência do pessoal antes da nomeação para os cargos".
O que presume-se que também faça antes da realização de obras públicas em relação às empresas que escolhe para consigo colaborarem quando estudam, projectam, constroem e fiscalizam os monos que para aí vemos.