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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
(foto de Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)
A frase tem tanto de genuína e singela quanto de ingénua. Revela bem a natural preocupação de um pai pelo destino, neste caso político, do seu filho. E pertence ao pai do novo secretário-geral do Partido Comunista Português.
Mas qual é a frase?, perguntar-se-á com razão.
Pois bem, o que o pai de Raimundo disse foi tão só que “ter um filho, de 46 anos, a receber um partido nas mãos, nas condições em que o PCP está neste momento, não é algo que se deseja”.
Ele lá saberá por que a disse naquele momento. E não valerá a pena discorrer, por agora, sobre o que estará na base da sua conclusão sobre "as condições em que o PCP está". Presume-se que não sejam as ideais.
Para já acompanhemos o pai de Raimundo na sua apreensão, manifestando-lhe a nossa solidariedade.
Por muito que acredite nas competências e potencialidades do filho, e com ele partilhe dos mesmos ideais, o homem não anda a dormir, e não se deixa cegar pela ideologia ou o amor filial.
Assim se vê, não a força do PC, mas antes qual a natureza dos trabalhos em que o Raimundo se meteu.
Os comunistas deviam conversar com o senhor José Raimundo. O Paulo Raimundo, depois do discurso que fez na sua cerimónia de entronização, também. Fazia-lhes bem uma aproximação à realidade. Aos portugueses. Deixarem-se de ronaldices.