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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
(créditos: Macau News)
Embora não seja ainda conhecido o texto do diploma que o Governo da RAEM vai enviar para a Assembleia Legislativa, registo com particular satisfação a decisão do Chefe do Executivo de terminar com o monopólio da Air Macau, em vigor desde 1995, quando o aeroporto começou a funcionar, liberalizando finalmente o sector da aviação civil.
Trata-se de uma excelente notícia, que há muito tardava, para a região e os seus residentes, atentas as oportunidades que vai gerar e a previsível redução do custo das viagens de e para Macau.
Acompanhei, desde os primeiros passos, quer a construção do aeroporto, quer a chegada da TAP, da CNAC, da Singapore Airlines, da EVA, da Malaysia Airlines e de outras companhias, algumas das quais entretanto partiram, e a constituição da própria Air Macau com a chegada dos primeiros aviões, pelo que foi com tristeza que vi o caminho que se seguiu e a forma como aos poucos, em virtude do monopólio e das vistas curtas, um aeroporto que se queria internacional se tornou praticamente num aeroporto que servia apenas para voos internos e alguns poucos regionais. Houve quem disso tirasse partido, mas não foram certamente os residentes de Macau.
Depois, também assistimos à progressiva sinicização da companhia, especialmente visível no seu modesto e pouco amigo site, na dificuldade que muitas vezes se encontrava em conseguir comunicar com alguém noutra língua que não fosse em chinês. A companhia perdeu carisma, dinamismo, oportunidades e também pessoal muito competente que por cá passou. Longe vão os tempos dos Caldas que por aqui andaram.
Pode ser que a partir de agora as coisas possam melhorar e a companhia volte a ter uma gestão mais internacional, mais virada para o exterior e para os interesses da população de Macau, de maneira a que possa servir efectivamente a RAEM, contribuindo para a sua maior internacionalização e o afluxo de gente de outras paragens. De gente que sirva para elevar o nível do turismo que temos tido, de gente mais interessada em conhecer a história, a cultura e as tradições locais do que em provocar rixas em casinos, em acrescentar problemas aos que já cá temos ou que fomente uma oferta turística para montanheses e pobres de espírito, que é a vigente desde há mais de uma década e que apenas serviu para a RAEM estagnar e embrutecer.