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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Vejo-os a marchar contra os outros. Com ela à cabeça.
Os outros somos nós. Alguns são estrangeiros, a outros chamam-lhes não-residentes. Também os há residentes, mas vindos de fora, como eu, e os que trouxeram atrás de si os antepassados, também eles chegados de outras paragens, para que alguns como ela fossem hoje residentes.
Não é só a petulância ululante que a crisma. A falta de humildade do discurso é típica de quem cresceu sem aprender a pensar.
Que seria de Atenas, de Roma ou do Império do Meio sem o contacto com os outros, sem a influência dos outros? O estagirita Aristóteles foi meteco em Atenas durante mais de quarenta anos. Morris mostrou-nos bem como Veneza nunca teria sido Veneza sem os que vinham de fora.
Em rigor, o problema não é de xenofobia. É o lastro da ignorância que lhe tolda o senso. E contra a ignorância só há um caminho: resistir.