Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Sou surpreendido, mesmo longe da pátria, com uma notificação para pagar mais uma prestação do famigerado IMI. Nada de que não estivesse já à espera desde Agosto. Desta vez, porém, ao contrário dos anos anteriores, o pagamento da terceira prestação é para efectuar durante o mês de Novembro. Mas não só. Afinal o montante da prestação também não será igual às prestações precedentes. É quase o dobro. De caminho, fiquei a saber da existência da Circular n.º 4/2013. Aparentemente tudo muito claro; na prática, e traduzindo por miúdos, a única salvaguarda é do fisco que garante o seu aumento da colecta. As prestações únicas viram nascer adicionais, as terceiras prestações cresceram à medida da gula fiscal.
Há nisto tudo, nesta maneira de actuar, na forma como se procede à liquidação e arrecadação de receita, algo de profundamente sádico, diria mesmo ultrajante para o contribuinte. Aquela circular era de Março, podia ter sido devidamente divulgada e dada a conhecer logo nessa altura. Que diabo, se mandam toda a trampa e mais alguma para as nossas caixas postais e de correio electrónico, incluindo notificações para pagamento de dívidas prescritas, será que não podiam ter procedido à publicitação do que iria agora acontecer para as pessoas não serem apanhadas desprevenidas?
Já cá não temos, para mal dos nosso pecados, nem o Prof. Saldanha Sanches nem o Manuel Torres para nos defenderem destas "pauladas" fiscais, mas espero que ainda haja quem tenha voz para se manifestar. E repare-se que apesar deste saque contínuo a dívida atingiu no segundo trimestre 131,3% do PIB. Os únicos que são esfolados e cumprem o Memorando com a troika são os contribuintes.
Não podemos ficar em silêncio. Não podemos ser coniventes com os estafermos. Não podemos ser como eles.