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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
O Luís Almeida Pinto já tinha chamado a atenção para o facto das moradas dos eleitores portugueses residentes no estrangeiro serem disponibilizadas aos partidos políticos, para efeitos de campanha eleitoral, nos termos da lei.
Com efeito, o art.º 54.º da Lei 14/79, n.º 4, dispõe que "[p]ara os efeitos da realização da campanha pela via postal, os partidos políticos e coligações podem obter, junto do Ministério da Administração Interna, cópia dos cadernos eleitorais dos eleitores residentes no estrangeiro em suporte digital".
Ou seja, o Ministério da Administração Interna, neste caso dirigido por uma pessoa do Governo da AD, a conhecida Margarida "Fiasco" Blasco, é que disponibiliza, através da respectiva Secretaria Geral, as moradas dos eleitores.
Em Macau, os primeiros panfletos de campanha chegaram por via do PS, há mais de duas semanas.
Muitos residentes se indignaram então porque consideraram um abuso essa disponibilização de dados, convencidos de que se trataria, imagine-se, de uma acção concertada com elementos ao serviço do Estado português na RAEM. Teorias da conspiração não faltam.
Pois agora esses indignados terão não apenas uma, mas duas boas razões para se voltarem a indignar.
A primeira pelo facto do PSD ter repetido a graça do PS. Se foi um abuso antes, continua a ser.
A segunda porque estando nós, praticamente, a apenas uns dias do final da campanha eleitoral, havendo quem ainda não tenha sequer recebido a documentação para poder votar, e com os CTT a demorarem três semanas, em média, o mais provável é que os votos não cheguem a Lisboa a tempo de poderem ser contabilizados e a acção de propaganda que agora chegou às caixas de correio dos eleitores não sirva para nada. Puro desperdício pago pelos contribuintes.
Sem a comendadora Rita Santos em campo, a arregimentar e cacicar os votos, o mínimo que se poderá dizer é que o PSD, Montenegro e Cesário até nisto se revelaram profundamente incompetentes. Indignem-se pois. Por ali, com esta eficiência, Portugal continuará parado.