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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Ainda não começou o julgamento do processo que envolve José Sócrates, e não se sabe qual vai ser o seu desfecho, e já aí está a acusação do processo Tutti Frutti a que a comunicação social deu adequado destaque nos últimos dias.
Quem se dê ao trabalho de ler as 1325 (mil trezentas e vinte cinco) páginas da acusação não poderá deixar de se aperceber da dimensão do polvo, neste caso específico com predominância do laranja, nas autarquias e do seu peso na vida política nacional.
E de novo, tal como noutros casos envolvendo gente do PS, se vê de onde vem toda aquela malta, qual o papel desempenhado pelos aparelhos do PSD e da JSD na ascensão de mais uma manada. Aparelhos tão sinistros quanto são os dos seus adversários políticos mais azuis, vermelhos ou rosados. Que, quanto a estes últimos, a confirmar-se o que está na acusação, também não se terão coibido de fazer ajustes uns com os outros para no fim todos ganharem alguma coisa.
De alguns só confirmei a péssima impressão que tinha deles do tempo em que fiz a investigação e as entrevistas para a minha tese.
Entretanto, pelo caminho, o justicialismo encarregou-se de deixar uns quantos no limbo durante anos.
A seu tempo, que espero seja menos do que uma década, saberemos o desfecho deste último filme do submundo dos partidos políticos que temos.
De qualquer modo, o que quero mesmo aqui perguntar é se depois de ler a acusação, e sabendo-se o que foi dito e escutado em relação a alguns intervenientes, todos os que estão no actual Governo consideram ter condições para lá continuar.
E o primeiro-ministro para nele manter, como se nada tivesse acontecido, os que "apadrinharam" as pornográficas "golpadas" de mais um gangue da vida política.