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plantas

por Sérgio de Almeida Correia, em 21.01.25

NAPE 2101 2025 flowers2.jpg

Já aqui tinha chamado a atenção para a falta de racionalidade e ausência de transparência do negócio das flores que há anos é conduzido pelo IAM.

Esta tarde, pouco antes das 15:00, ao atravessar um dos jardins do NAPE, mais concretamente no Parque Dr. Carlos D' Assumpção, do lado oposto ao Centro Unesco, pude de novo observar a destruição de plantas recentemente colocadas, em perfeitas condições, que eram violentamente arrancadas pela raiz e enfiadas em sacos de lixo, o que pode ser documentado pelas fotografias que tirei quando ali passava.

Trata-se de um fenómeno que se repete com uma regularidade impressionante sem que se questione a sua razão, o seu custo e quem são os beneficiários deste negócio.

Em qualquer parte do mundo há jardineiros que cuidam das plantas. Na China também. Por que motivo em Macau os jardineiros não cuidam das plantas e o IAM prefere que as arranquem à terra, dos canteiros onde estão, para deitá-las fora? A quem serve este negócio?

Estas e outras questões podiam ter sido colocadas pelos jornalistas da TDM ao tal Tavares, que deixou o IAM, e a quem foram dadas horas de emissão nos últimos dias para se auto-engrandecer, como se tivesse deixado alguma obra que se visse, em vez de lhe perguntarem qual a razão para o problema dos ratos se ter agravado – motivando intervenções de preocupação por parte de residentes e de membros de entidades da sociedade civil –, sobre o estado nojento dos passeios, para que esclarecesse o motivo para ter estado tantos anos à frente do IAM e reformar-se sem que aqueles sejam regularmente lavados, e com produtos desengordurantes e desinfectantes, como sucede em muitas cidades, ou nos elucidar sobre as razões para os caixotes de lixo estarem sempre abertos, de Inverno ou de Verão, assim como os contentores, e para as esfregonas nojentas e caixotes de lixo continuarem espalhados pelas arcadas de prédios e nos passeios, e por aí fora.

Vejam, por exemplo, o que também acontece na Taipa, o estado deplorável em que está aquele inexplicável depósito de caixotes de lixo, imundos, mesmo em frente do parque de estacionamento junto ao edifício do antigo Jockey Club, numa zona residencial e de comércio, que ainda há dias (domingo, 12/01/2025, pelas 13:30) apresentava o aspecto que as imagens documentam, com os passeios sujos, gordurosos, e de onde saía um cheiro acre e nauseabundo. Para Centro Mundial de Turismo e Lazer não está nada mau, como podem ver pelas imagens que aqui deixo e que se repetem em muitos outros locais da cidade e das ilhas.

Aliás, foram tantas as peças, os anúncios da entrevista que fizeram ao tal Tavares, os excertos, as repetições na rádio e na televisão, que dir-se-ia que a TDM lhe estava a dever alguma coisa e se sentiu na necessidade de pagar na hora da reforma.

Sobre o que deviam ter perguntado zero. O que, obviamente, permitiu ao entrevistado mostrar a vacuidade do discurso e desfiar um rol de banalidades sobre a sua vida de funcionário, como se isso interessasse a alguém, para além da própria TDM.

Começa mesmo a ser penoso ver a forma como alguns actores são tratados.

Outro exemplo é o do presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau que se queixa do tempo de antena que dão aos outros quando ele próprio está diariamente na rádio e na televisão. A TDM entrevista-o com uma regularidade impressionante, normalmente durante longos períodos, onde o deixam perorar livremente, sem qualquer contraditório, e depois passam a entrevista, na íntegra e retalhada em múltiplas peças, todos os dias, no telejornais e nos noticiários, de manhã, à tarde e à noite, repetindo os excertos até à exaustão, para assim fazerem render o peixe.

E os entrevistadores agradecem compungidos as graças e as boutades das sumidades.

De quando em vez lá vem uma ou outra nota, ou um comunicado, como ontem sucedeu com a APIM, a esclarecer a opinião pública sobre o que o entrevistado disse a propósito da concessão do terreno da Escola Portuguesa. Mas no momento em que as declarações foram prestadas e antes de as enviarem para o ar não terá havido a preocupação de ouvir as opiniões de outros interessados. E é pena porque a TDM, apesar das recentes "deserções", ainda tem lá gente capaz, profissional e que sabe fazer reportagens com interesse sobre assuntos pertinentes e actuais. É só deixá-los fazer o que sabem.

Quanto ao mais, ao que verdadeiramente motivou estas linhas, isto é, quanto às plantas dos jardins e parques de Macau, o Chefe do Executivo devia mandar fazer uma auditoria à gestão do IAM sobre este pelouro. E ele próprio devia prestar atenção à forma como são destruídas plantas nas imediações do Palácio da Praia Grande, inquirindo sobre a sua real necessidade, as vantagens da sua destruição (eu podia abrir um negócio e criar mais uns quantos empregos na RAEM se me derem as plantas que destroem), os inconvenientes da sua manutenção, os custos para o erário público e as alternativas.

É lamentável que a TDM perca tempo com banalidades e lugares-comuns, a "encher chouriços", a escutar nulidades e gente que nada tem para dizer, e a agradar aos amigos de alguns, em vez de fazer jornalismo de investigação a sério para não incomodar os maus régulos e piores sobas, de duplas e triplas nacionalidades, que o colonialismo aqui deixou, e que o mau patriotismo, interesseiro e comprometido com muitas décadas de roubalheira, cambalachos e péssimas práticas acolheu e autorizou, não inocentemente, que continuasse a medrar. Para prejuízo de Macau e das suas gentes.

NAPE flores 2101 2025.jpg

Taipa 1201 2025 .jpg

TAIPA 1201 2025 2.jpg

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