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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Os dias continuam a ser férteis em notícias, umas menos interessantes do que outras.
Por um lado, tivemos a notícia de que as "aplicações financeiras da RAEM registaram no ano passado perdas de 6,5 mil milhões de patacas", o que me leva a questionar se a "volatilidade dos mercados" a que se referiu o Secretário para a Economia, quando quis justificar esse número aos deputados, não será de outra natureza.
Era interessante saber que investimentos foram feitos pelo Governo de Macau, qual o seu tipo, que riscos se correu, que entidades foram as beneficiárias desses mesmos investimentos, e quem foi o responsável pela decisões que implicaram uma perda da dimensão assinalada.
Não é por nada, mas se esse dinheiro tivesse sido distribuído à população, ou investido na rede viária, teria sido certamente muito mais benéfico para todos e sempre se teriam poupado as comissões pagas a bancos, intermediários e a todos os outros comilões que gerem esse tipo de investimentos.
Numa empresa privada, o responsável pelas perdas teria sido responsabilizado. E no Governo da RAEM? Fica tudo na mesma? Quem foram os magníficos gestores e decisores? Era importante saber, até para que no futuro não continuem a perder o dinheiro dos contribuintes.
Ontem foi também anunciada a emissão da nova geração de bilhetes de identidade (BIR) para os residentes.
A Direcção dos Serviços de Identificação (SIM) tem sido uma das pouca entidades da Administração Pública da RAEM, muito por mérito da discreta Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, que prestou ao longo dos anos um bom serviço a Macau e aos seus residentes. Justiça lhe seja feita. Mas ultimamente, desconheço se por consequência da saída daquela para exercer funções de governação, têm surgido nos SIM alguns atrasos, confusões, não sei bem como lhes chamar, em relação a algumas situações relacionadas com a emissão dos BIR.
Os objectivos que estão por detrás da emissão dos novos documentos de identificação parecem-me mais do que compreensíveis, mas como um amigo já me havia chamado a atenção, percebe-se mal que se anuncie a apresentação de pedidos online quando as fotografias para esse documento continuam a necessitar de ser obtidas em empresas que colaborem com o Governo, há limitações em matéria de idade e é obrigatório o levamento pessoal do documento depois de emitido.
Ou seja, não só continua a ser preciso as pessoas deslocarem-se, seja às lojas de fotografia ou aos serviços, sem que se perceba qual a vantagem do pedido online, como continuamos muito longe do serviço prestado noutros locais.
Querem um exemplo? O Reino Unido renova os passaportes dos seus nacionais online, mesmo para quem esteja a residir em Macau, e remete-os depois pelo correio. Limpinho, sem filas, sem agendamentos, sem deslocações a lojas específicas.