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leitura

por Sérgio de Almeida Correia, em 29.11.22

f4121930-6776-45c1-aba5-0576dd2c3e40_206e403d.jpg(fonte: Getty Images/TNS)

My Take, by Zhou Xin (South China Morning Post, 29/11/2022)
China faces moment of truth on its zero-Covid-19 policy amid public defiance, pandemic fatigue

"China’s zero-Covid drive is not going as smoothly as Beijing wished: the country has found itself locked in an impossible battle after trying for nearly a year to contain the Omicron variant, using its old playbook of mass lockdowns and mandatory testing to fight a faceless enemy that cannot be eradicated.
That approach, which had once convinced Beijing of the supremacy of its governance system, is looking increasingly cumbersome, costly and unsustainable.
A well-implemented zero-Covid policy is supposed to do the trick of containing the virus while keeping economic activities humming and ensuring that development is on track. But the hard reality is that the virus is now out of control, the economy is in tatters, and angry citizens are showing public defiance.
The Chinese government this month relaxed some Covid-19 controls and introduced what is known as the “20 measures”, offering hope that the country is finally pivoting to living with the virus. But if this counts as a pivot, it is a weak one, as Beijing’s overall guiding principle remains unchanged. Unsurprisingly, the move has created confusion and the big question lingers: what does Beijing really want?
For local governments, it is a burning question that awaits a clear answer. If Beijing’s ultimate goal continues to require rooting out virus transmissions in communities as quickly as possible, local authorities have no choice but to maintain universal testing, impose snap lockdowns and drag patients into makeshift hospitals deemed by some people as “coronavirus gulags” that often consist of hundreds of beds crammed together under one big roof.
A number of Chinese cities, including Shanghai, have even imposed fresh restrictions, such as keeping domestic travellers away from restaurants and pubs – a clumsy upgrade of a similar three-day ban in Hong Kong directed at international arrivals. That means tourists at the Shanghai Disney Resort can have fun taking rides and watching character parades, but they cannot dine in indoor restaurants.
Yet under the new “20 measures”, local authorities are explicitly told to refrain from imposing additional restrictions. In other words, they are directed to steer left even when the destination is on the right. Some grass-roots officials have resorted to the informal way of governance by giving out verbal instructions for lockdowns so as to leave no written evidence for people to file complaints to higher-level authorities.
Such tricks, however, have backfired as residents under lockdowns demanded proof of authorisation. In Beijing, several communities tried to negotiate over the weekend with grass-roots Communist Party committees, which are legally self-organised bodies without government authority, to lift lockdowns. Piece by piece, China’s zero-Covid system is crumbling under its own weight.
t has been a year since the World Health Organization declared the arrival of Omicron, calling it a new and different variant that would change the pandemic trajectory. Since then, many countries are forced to, or have voluntarily chosen to give up on zero-Covid-19 as a strategy.
But China, which achieved stellar performance in minimising death while maintaining economic growth in 2021, neglected the warnings and doubled down on its approach, wrongly assuming that Omicron would make no difference.
China earlier this year budgeted a 5.5 per cent GDP growth target for 2022, a clear sign of excessive confidence, and it briefly pushed for mainland-style universal testing in Hong Kong. In May, the government promptly quashed debates about Shanghai’s painful two-month lockdown by declaring war against any words or actions that “doubt, distort and negate” zero-Covid.
A lot of things have happened over the past year. China’s pursuit of zero-Covid is losing support and no longer resonates with the great majority of the population, who have had enough lockdowns and testing. It is time for Beijing to face the reality and make the right choice."

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esclarecer

por Sérgio de Almeida Correia, em 28.11.22

1-RM_LiCanfeng_RaimundodoRosario3.jpg.webp(foto daqui, do Macau Daily Times)

Numa terra onde os arguidos em processos criminais normalmente escusam-se a falar e a esclarecer, preferindo a opção pelo direito ao silêncio, registam-se as declarações prestadas em juízo pelo anterior director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.   

Que tenha rejeitado as imputações de culpabilidade que lhe foram feitas pelo Ministério Público, e se tenha declarado inocente da prática dos crimes por que vem acusado, não é nada que se estranhe.

Importante é, todavia, o facto de se ter declarado inocente apontando responsabilidades, quanto às decisões tomadas e a todos os atropelos verificados no projecto de Alto de Coloane, a Chui Sai On e ao actual Secretário para as Obras Públicas, acusando o primeiro de ter dado as ordens para o reinício das obras e "coordenado pessoalmente" o processo, com  instruções específicas para que andasse depressa, logo no primeiro dia no cargo.

É público que a escolha do ex-director das Obras Públicas foi uma opção pessoal de Raimundo do Rosário, secundada pelo anterior Chefe do Executivo. Na altura em que essa decisão foi tomada, o próprio Chui Sai On justificou a escolha dizendo que Li Canfeng foi escolhido depois de avaliadas "a sua disciplina, as suas habilitações e a sua experiência", critérios que foram tidos em consideração. Chui Sai On ainda acrescentou que Li Canfeng foi nomeado pelo secretário em consideração a tais critérios, e que embora tivesse sido testemunha no processo de corrupção que envolveu o ex-secretário Ao Man Long "nunca foi arguido". Saiu, pois, em sua defesa.

Recorde-se que no processo de Ao Man Long, a então testemunha evidenciara preocupantes sinais de falta de memória. Agora vê-se que recuperou. Eu congratulo-me com isso. Ainda bem que assim foi. Urge tirar partido desse facto antes que o arguido volte a ter falhas de memória, apurando-se com urgência todas as responsabilidades.

A prudência, e tudo o que aconteceu naquele processo que ditou a prisão do antigo secretário, aconselharia a que quem directa ou indirectamente tivesse estado envolvido naquela pouca vergonha nunca mais pusesse os pés na Administração Pública e no Governo da RAEM, ou que para este trabalhasse, fosse como dirigente, a apresentar projectos ou a fiscalizar obras. Mas não foi isso que se viu. Fizeram-se ouvidos moucos a todas as suspeições e críticas. 

Para quem está de fora, olhando para os factos conhecidos, os "artistas" – alguns que antes eram amigos dos arguidos e disso se ufanavam continuam inexplicavelmente na sombra  – e as noticias publicadas ao longo dos anos, verifica-se que corresponde tudo ao mesmo padrão de actuação, aos mesmos esquemas, que acabavam sempre com o enriquecimento de uns quantos figurantes, respectivas famílias e amigos. Sempre os mesmos.

Seria por isso importante que perante a gravidade das acusações feitas – até porque poderá haver gente de boa fé envolvida na lama contra a sua vontade, por temer represálias, e que tem o direito de ver o seu bom nome protegido, seja o secretário ou o contínuo, o caso Sun City ainda não acabou e os negócios desta empresa cruzaram-se múltiplas vezes com a acção governativa e diversos departamentos, evidenciando-se ao longo dos anos ligações múltiplas e extensas ao poder político –, se investigasse tudo até ao fundo.

Isso também poderá ajudar a avivar a memória de mais algumas pessoas, evitando-se que pelo meio haja quem procure atalhar a que se saiba o que não é conveniente, para alguns, para assim se impedir que a verdade a que todos os residentes têm direito não seja integralmente conhecida. 

O Ministério Público tem a obrigação de investigar tudo, a começar pelas denúncias feitas em juízo, mandando extrair certidões e iniciando novos processos, mesmo que isso envolva anteriores administrações ou gente ainda em funções, apurando-se eventuais pressões ilegais ou enriquecimentos injustificados dos próprios, das respectivas famílias e dos seus amigos e parceiros de negócios.

O combate à corrupção tem de ser integral e não pode proteger ninguém. Muito menos quem no passado tiver praticado actos com contornos criminais que provocaram, a diversos níveis, o empobrecimento da RAEM.

Macau e as suas gentes já foram demasiadamente prejudicadas. É urgente esclarecer.

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critérios

por Sérgio de Almeida Correia, em 21.11.22

9e13084c13d3e9fe8df1c7a178a6e7de.jpg(foto daqui)

Seria importante perceber quais os critérios do Governo de Macau e dos Serviços de Saúde em matéria de controlo dos riscos epidémicos porque há cada vez mais gente que não consegue entender a razão para que sejam tomadas decisões díspares num curto espaço de tempo.

Em 30 de Outubro pp., detectada que foi a existência de um caso de Covid-19 numa trabalhadora de um casino e seus filhos, as autoridades determinaram de imediato o encerramento do casino, o sequestro dos hóspedes do hotel e frequentadores do casino durante vários dias no seu interior, o cancelamento do último dia da Festa da Lusofonia, bem como de diversas outras actividades desportivas e culturais, obrigando-se toda a gente na cidade a fazer testes durante vários dias.

Pouco mais de duas semanas volvidas, em plena semana de Grande Prémio e com um festival gastronómico a decorrer na cidade em barracas ao ar livre, em situações em tudo idênticas às verificadas na Festa da Lusofonia, mas com muito mais gente, e durante mais dias, há uma turista vinda do interior da China, em 14 de Novembro, que se hospeda no Hotel Harbourview e que quatro dias depois de se andar a passear pela cidade testa positivo. Uma outra pessoa, também vinda do outro lado, instalou-se no edifício "The Residencia Macau", na Areia Preta.  

E que dizem os Serviços de Saúde? Que o risco para a comunidade é baixo, não se mostrando necessário realizar testes em massa, e podendo, naturalmente, o Grande Prémio e o Festival de Gastronomia, que trouxeram à cidade uns milhares de visitantes, prosseguir sem limitações, ainda que ninguém tivesse de apresentar testes de ácido nucleico negativos para se sentar nas bancadas ou conviver à volta de uns petiscos.

A mim não me pareceu mal que as actividades programadas continuassem a decorrer durante o passado fim-de-semana, uma vez que entendo que a situação devia ser gerida de outro modo e que Macau, não sendo propriamente uma aldeia nos confins do mundo entregue a um chefe tribal, já há muito devia ter regressado a uma vida normal.  

Uma coisa é os visitantes de um conhecido restaurante da cidade não compreenderem a razão para deixarem de ter guardanapos decentes às refeições. Este é apenas um problema deles e de quem gere os custos insignificantes dos guardanapos, e que só tem repercussões no bem-estar dos comensais e na imagem e nível do estabelecimento. Um problema privado de caserna.

Outra coisa é todos os residentes perceberem quais são os critérios que guiam as autoridades sanitárias, para além obviamente dos políticos, para que em situações em tudo aparentemente idênticas haja diferentes decisões. Aqui, contrariamente ao exemplo anterior, os custos são elevadíssimos, dizem respeito a toda a população e têm graves consequências na saúde e bem-estar dos residentes e das empresas. Um sério problema público.

Não se percebem as exigências absurdas, e com custos elevados, para algumas situações que à partida não oferecem qualquer risco visível – outro caso de absoluta desproporcionalidade foram as limitações impostas à publicidade, aos advogados e ao exercício de direitos de defesa de arguidos num julgamento que está a decorrer invocando-se razões sanitárias –, e outras em que, pese embora estejam envolvidas milhares de pessoas que nem sequer residem em Macau, trazendo o vírus do exterior e circulando livremente pela cidade, se relaxem as medidas.

Todos nós percebemos que há cada vez mais discriminação em relação aos estrangeiros e não falantes de mandarim, embora também não compreendamos, mas ao menos que se conheçam, as razões em matéria de saúde.

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distúrbios

por Sérgio de Almeida Correia, em 16.11.22

Em Macau nunca houve qualquer problema em matéria de segurança, fosse antes ou depois da aprovação da Lei n.º 2/2009 (Lei Relativa à Segurança do Estado). Esta lei nunca foi aplicada.

Recentemente, algumas sumidades criaram a ideia da necessidade da sua revisão e alteração para fazer face a umas ameaças que nunca ninguém disse claramente quais eram. Mas ontem, na Assembleia Legislativa, de acordo com o relato da imprensa, o Chefe do Executivo disse que "[Em 2022] foi, de forma abrangente e eficaz, prevenida a interferência e a destruição de Macau por forças externas e elementos relacionados com o terrorismo". 

Não sabemos que interferência e destruição seriam essas, que forças externas estariam tão interessadas em ocupar o Clube Militar, apropriarem-se do nosso minchi e da água do Lilau, em especial sabendo-se que devido às restrições pandémicas continuamos praticamente fechados ao exterior, o que, todavia, não invalida que fiquemos satisfeitos e sumamente agradecidos, enquanto residentes, por termos sido protegidos, por mim falo, dessas ameaças.

Em Hong Kong, onde não havia legislação que desse cumprimento ao artigo 23 da Lei Básica, Pequim encarregou-se de aprovar a legislação necessária, substituindo-se ao Legislative Council, e acabou com as manifestações, com os pró-democratas, correu com os arruaceiros, com os cortes de estrada, com o sistema eleitoral anti-patriótico e colocou travão à destruição de propriedade pública. Agora, felizmente, é só progresso e prosperidade.

Ontem, curiosamente, aqui na provincía ao lado de Macau e de Hong Kong, onde existe uma lei de segurança nacional em vigor há vários anos, onde o acesso à Internet é limitado, onde as redes sociais são censuradas, onde existe um sistema socialista, onde não há forças externas, onde impera a tolerância zero e a liberdade de imprensa é, diria, a suficiente para a prosperidade e felicidade do povo, ficámos a saber que os casos de Covid-19 continuam a ser aos milhares – quando se estão quase a perfazer 3 (três) anos sobre os primeiros registos do vírus – e que as pessoas violaram as regras do confinamento imposto pelas autoridades, foram para as ruas, destruíram propriedade pública, manifestaram-se, provocaram distúrbios, viraram um carro da polícia, enfim, fizeram tudo o que não era natural fazerem numa "democracia que funciona" com boas leis, com boa governança e tolerância zero.

Não se compreende a sua insatisfação e tão despropositada reacção estando as autoridades a protegê-las. 

Em que ficamos? Então para que servem as leis numa "democracia que funciona"?

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inacreditável

por Sérgio de Almeida Correia, em 15.11.22

tdm14112022.jpg

Compreendo que todos queiram saber o que se passa na sua terra. E também me parece pertinente que lhe seja dado algum destaque no espaço informativo mais importante do único canal de televisão em língua portuguesa. Só que daí até ao que se tem visto, começa-me a parecer um exagero sem sentido e sem qualquer justificação.

Refiro-me ao tempo de antena que é dado às conferências de imprensa dos Serviços de Saúde e às descrições detalhadas dos percursos de cada vez que aparece um infectado. Sim, um infectado. Ou dois, vá lá.

Um director de serviços agarrado a uma folha de papel a descrever minuciosamente todos os passos do infectado? O telejornal dando-lhe cobertura durante minutos a fio? Ninguém se enxerga?

Bem sei que somos candidatos a "Centro Mundial de Turismo e Lazer" com a dimensão e a mentalidade de uma recôndita paróquia transmontana ou beirã nos anos 50 do século passado, mas era escusado brindarem-nos com os números "CT" do pai, da mãe, da filha, e com a descrição detalhada da vida de cada um, do estágio que a filha está a fazer num restaurante, com indicação do nome deste, mais o que fizeram às 11:18, as carreiras de autocarros que utilizaram, e por aí fora. Podemos agradecer que não se fizessem acompanhar de animais de estimação, com o que nos pouparam aos resultados dos testes do canário e da tartaruga e ao percurso do cachorro quando foi à rua alçar a perna.

Enfim, se há momentos deprimentes em televisão, os do Telejornal da TDM, a propósito da situação epidémica, nalgumas ocasiões conseguem bater todos os recordes. Ontem foi um deles. Estavam lá ingredientes com fartura para se mudar de canal. A descrição detalhada e desinteressante para o público em geral, as imagens descoloridas num cenário vazio, o tom monocórdico, um tempo longo e vagaroso, a sensação de que nunca mais acaba a lengalenga, o martírio. E depois, quando a apresentadora regressa, as cores frias e distantes do fundo e a falta de gosto do painel também não ajudam. Cores mais alegres e mais quentes também são importantes para o estado de espírito de quem está em casa a ver. Ou em observação num hotel de quarentena.

Se em vez de um caso, de tempos a tempos, como tem acontecido, tivéssemos dezenas ou milhares de casos diários, iriam fazer o mesmo com todos? O director dos SSM não tem mais nada com que se entreter? Qual o interesse de durante largos minutos nos estarem a dar a vida do infectado e da família próxima? E a TDM tem de embarcar nisso? Isso não podia ser resumido? Qual é o critério editorial?

Tomem as medidas que se impõem, aprendam a viver com o vírus, evoluam, usem os neurónios. E poupem-nos a mais deprimência. Já basta como estamos.

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hércules

por Sérgio de Almeida Correia, em 15.11.22

Unknown-5(foto de Reinaldo Rodrigues/Global Imagens)

A frase tem tanto de genuína e singela quanto de ingénua. Revela bem a natural preocupação de um pai pelo destino, neste caso político, do seu filho. E pertence ao pai do novo secretário-geral do Partido Comunista Português.

Mas qual é a frase?, perguntar-se-á com razão.

Pois bem, o que o pai de Raimundo disse foi tão só que ter um filho, de 46 anos, a receber um partido nas mãos, nas condições em que o PCP está neste momento, não é algo que se deseja”.

Ele lá saberá por que a disse naquele momento. E não valerá a pena discorrer, por agora, sobre o que estará na base da sua conclusão sobre "as condições em que o PCP está". Presume-se que não sejam as ideais.

Para já acompanhemos o pai de Raimundo na sua apreensão, manifestando-lhe a nossa solidariedade.

Por muito que acredite nas competências e potencialidades do filho, e com ele partilhe dos mesmos ideais, o homem não anda a dormir, e não se deixa cegar pela ideologia ou o amor filial.

Assim se vê, não a força do PC, mas antes qual a natureza dos trabalhos em que o Raimundo se meteu.

Os comunistas deviam conversar com o senhor José Raimundo. O Paulo Raimundo, depois do discurso que fez na sua cerimónia de entronização, também. Fazia-lhes bem uma aproximação à realidade. Aos portugueses. Deixarem-se de ronaldices.

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fantochada

por Sérgio de Almeida Correia, em 14.11.22

noticia_0000040627_0000000001.jpg

Na passada sexta-feira, 11 de Novembro, as autoridades da RPC anunciaram a redução das suas quarentenas para observação médica para um período de cinco dias mais três, sendo os primeiros em hotel.

Como seria de esperar, logo o Governo da RAEM e os Serviços de Saúde de Macau, que, ao contrário do que acontece com os seus homólogos de Hong Kong, seguem acriticamente tudo o que seja feito do outro lado da Porta do Cerco, sem ao menos curarem da respectiva utilidade para Macau, copiaram a decisão do Governo Central e reduziram as quarentenas em Macau, para quem chega de Hong Kong, de Taiwan ou do estrangeiro dos anteriores sete dias mais três (7+3) para cinco dias mais três (5+3).

Aparentemente tratar-se-ia de uma redução. Na prática não é, e isto foi desde logo notado pelo Macau Daily Times e por todas as pessoas que não embarcam na conversa para tontos das autoridades locais. A redução é afinal um aumento de quarentena de 7 para 8 dias.

Na verdade, se antes uma pessoa estava em quarentena sete dias e depois saía, poderia fazê-lo com código amarelo, o que sendo limitativo da sua liberdade de deslocação e para poder levar uma via normal, pelo menos permitir-lhe-ia deslocar-se livremente durante os três dias seguintes sem necessidade de ficar confinado às paredes de uma casa.

Agora, com a tal "redução", as pessoas saem com código vermelho, são obrigadas a ficar em casa, só podem sair para irem fazer testes nos três dias seguintes, os táxis podem recusar-se a transportá-las, não podem andar de transportes públicos, não conseguem sequer ir às compras, caso não tenham nada em casa, e as próprias habitações devem cumprir regras especiais se as pessoas não viverem sozinhas. O único benefício será uma redução do custo do hotel para quem tem de pagá-lo. Mas se houver uma única dessas pessoas que nos três dias seguintes à saída do hotel testar positivo, todos os que o rodeiam, e que vivam na mesma casa e no mesmo prédio, estarão em risco. Os transtornos serão superiores aos benefícios.

É óbvio que esta "redução" não tem qualquer impacto para o turismo, para a melhoria da economia da RAEM ou para a vida das pessoas, servindo apenas a propaganda oficial e para enganar os tolos para quem os SSM continuam a falar nas conferências de imprensa.

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perspectivas

por Sérgio de Almeida Correia, em 10.11.22

Nunca se tinha visto nada assim.

Ontem, o Diário de Notícias referia que em Portugal, país onde toda a gente sabe que a democracia tem imensos problemas, não sendo tão boa como a "nossa", "a taxa de desemprego foi estimada em 5,8%".

Aqui, na nossa avançada "democracia", graças à magnífica governança e à política de tolerância zero dinâmica, a taxa de desemprego no final do terceiro trimestre já era de 5,5%

E para termos um Natal diferente ainda vieram os senhores deputados manifestar-se preocupados com as "perdas milionárias no Fundo de Segurança Social, Fundo de Pensões e Reserva Financeira" e a queda nesta última de quase 13 mil milhões de patacas, só no mês de Agosto.

As perspectivas podem não ser risonhas, mas vermelhas são com toda a certeza.

 

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adjectivação

por Sérgio de Almeida Correia, em 03.11.22

Benfica goleia Haifa, ultrapassa PSG e assume a liderança do Grupo H da Champions  League | LANCE!

Jogar de amarelo não é normal. Na Liga dos Campeões ainda menos. E se me perguntassem o que penso disto iria certamente começar a adjectivar. Mas hoje não há adjectivação. Só factos. E estes estão à vista de todos. Não há muito para dizer. É mesmo melhor que cada um guarde para si o que tem a dizer e se limite a viver o momento. A senti-lo. Porque há muitos anos que não se via nada disto. E só nós sentimos assim. Disse-o um dia o Mário Coluna. E sabia o que estava a dizer.  Este é um desses dias. Que seja eterno enquanto dure. A bênção, Senhor. 

Benfica only pipped PSG to the top of the group on away goals following a list of tie breakers

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exercício

por Sérgio de Almeida Correia, em 02.11.22

Trilho3010.jpg

De vez em quando também há boas notícias. Nem tudo são quarentenas, máscaras, rondas de testes em massa, tufões, cretinos e afins.

Desta vez o motivo é de regozijo e prende-se com a instalação por parte do IAM de equipamento desportivo na Estrada do Alto de Coloane. Quem teve a ideia, lembrou-se bem.

E se não for pedir muito, pode ser que numa próxima oportunidade possam ser instalados revestimentos anti-derrapantes para as mãos nalgumas barras, para que aquelas não fiquem todas queimadas e cheias de calos. Quando está calor não dá muito jeito andar de luvas.

 

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