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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Existe uma lei de prevenção e controle do ruído ambiental na RAEM. Existe um serviço público denominado "de protecção ambiental".
Este teria, entre outras funções, a obrigação de fiscalização do cumprimento dos limites máximos à produção de ruído. Mas em matéria de ambiente, e não apenas no que ao ruído ambiental diz respeito, é como se não existisse. O camarada que lá está continua a fazer figura de corpo presente. É apenas mais um instrumento ao serviço da máquina de propaganda do poder político. Os atropelos à lei persistem.
Há dias, os serviços do Ministério Público mudaram-se para novas instalações. Deixaram as instalações "provisórias" onde permaneceram a alimentar o senhorio durante mais de duas décadas.
Desde então, aqui no meu escritório, os níveis de ruído tornaram-se insuportáveis para quem trabalha. Os berbequins e os martelos começam logo de manhã e prolongam-se por todo o dia. O pó que os operários produzem a entrar e a sair é de tal ordem que o Condomínio se sentiu na obrigação, sem que eu o pedisse, de me mandar lavar o carro que está na garagem. Conseguir falar ao telefone, como fiz para a DSPA, ou ler aos outorgantes um acto notarial é um exercício permanente de berraria.
Continuo sem compreender por que razão não se estabelecem horários diferentes para a execução de obras em edifícios de escritórios, locais onde seria possível fazerem-se depois das 18 horas, bem como aos sábados, aos domingos e em dias feriados sem o perigo de se perturbar o trabalho dos residentes e de visitantes, ou o descanso de quaisquer moradores.
Disse-o antes. Voltarei a insistir. Alguém tem de continuar a fazê-lo. Para não nos habituarmos a viver como ratos fora dos intervalos em que se ouve o hino.