Voltar ao topo | Alojamento: Blogs do SAPO
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
O mundo foi hoje surpreendido com o falecimento de Ennio Morricone, vítima de uma queda com uma idade (91 anos) em que devia ser proibido cair.
O aclamado compositor e maestro italiano, vencedor de dois Óscares (2007, pela carreira, e 2016, pela banda sonora de “The Hateful Eight”), foi autor de algumas das mais inesquecíveis melodias para o cinema, tendo trabalhado com inúmeros realizadores.
Primeiro com Sergio Leone, de quem foi colega de escola, a partir da década de 60 do século passado, nos chamados Western Spaghetti, depois com quase todos os grandes nomes da realização. Bertolluci, John Carpenter, Brian de Palma, Giuseppe Tornatore (no inesquecível “Malèna”), Barry Levinson ou Quentin Tarantino foram apenas alguns.
De “Por um punhado de dólares” a “Cinema Paraíso”, de “O bom, o mau e o feio”, a “Era uma vez na América”, de “Frantic” a “Os homens do presidente”, sem esquecer “Sacco & Vanzetti”, a “Missão” ou “Kill Bill”, foram mais de quinhentas composições e bandas sonoras para o cinema.
Estudou na Academia de Santa Cecília, em Roma, onde se diplomou em trompete. Reconhecido em todo o mundo pela excelência do seu trabalho, a banda irlandesa U2 dedicar-lhe-ia uma música (Magnificent).
Em Outubro de 2007 fez uma incursão pela política italiana, integrando a lista de Walter Veltroni. Participou nas primárias e acabou eleito para a então Assembleia Constituinte do Partido Democrático.
Parte o homem que, como alguém disse, não era apenas um compositor de música para filmes, mas um grande compositor.
Ficará a saudade, e uma obra monumental que continuará a ser ouvida até ao fim dos tempos.