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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Li há pouco na Business Macau que a PSP decidiu encaminhar para o Ministério Público aquela trupe de bacanos que andou a desfilar pela cidade em apoio à futura lei de segurança nacional de Hong Kong.
Uma vez mais a decisão está errada. O mal já vem de trás, porque também o caso das filhas do deputado Au Kam San não devia ter sido remetido ao MP.
O excesso de zelo dos funcionários dá nisto, mas era previsível que passasse a ser assim a partir do momento em que se alterou a lei do direito de reunião e manifestacão e as competências que deviam ser do IAM foram transferidas para o Comando da PSP.
Quando se tem alguém com perfil de polícia a exercer funções políticas e jurídicas misturam-se os papéis, e os erros de análise são sucessivos e constantes porque a perspectiva está errada desde o início. O resultado só poderia ser este. Mau. E não foi por falta de alerta.
"A história do Novo Banco é conhecida, tem quase seis anos. No final de 2014, com a perspectiva de eleições em Outubro, a ex-ministra das Finanças de Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, impôs ao BdP a venda rápida do Novo Banco. E a equipa do supervisor, liderada por Carlos Costa — que seria reconduzido pela ministra em Julho de 2015 —, encarregou o BNP Paribas de encontrar um comprador para o Novo Banco. Foi a primeira tentativa de o vender.
No final de 2014 e início do ano seguinte, foram produzidos pelo menos dois documentos, concebidos por entidades internacionais diferentes, BNP Paribas e auditora PwC, ambos por encomenda do BdP, que contrariam os fundamentos das sucessivas injecções de capital pedidas pelo Novo Banco ao Fundo de Resolução, depois da mais recente venda ao Lone Star, e que já totalizam 2,7 mil milhões de euros, dos quais 2,1 mil milhões de empréstimos do Estado.
E isto, porque o actual presidente executivo, António Ramalho, desde a venda ao fundo norte-americano, tem vindo a descobrir buracos relacionados com “problemas do antigamente”. Traduzindo: do BES." (Banco de Portugal garantiu que banco estava limpo em 2015, Cristina Ferreira, Público, 13/06/2020)
"Na véspera de o BES ser intervencionado, a 2 de Agosto, o governador reuniu-se com Vítor Bento, a quem garantiu que o banco só seria vendido ao fim de cinco anos, dando tempo para o sanear. E foi com esta promessa que Bento saiu nesse dia do BdP, o que evitou que se demitisse naquele momento, a horas de Costa anunciar a resolução ao BES. Um mês depois, Carlos Costa anunciou que o banco seria colocado no mercado em dois anos, como pretendia Maria Luís Albuquerque. E Bento demitiu-se." (Vítor Bento desmente Carlos Costa sobre o BES, Público, 13/06/2020)
A jornalista Cristina Ferreira, do Público, trouxe ontem mais alguns dados sobre o escândalo do Novo Banco e tudo aquilo que foi prometido aos portugueses. Não teria custos para o contribuinte, disseram-nos. Nunca mais me esqueci.
Quem em tempo oportuno duvidou da solução encontrada e dos mundos e fundos que aquela malta apregoou (Ante-escuta do segredo, Uma fraude que só serve para enganar os portugueses, Tudo do avesso, Tiro e queda, Está a fazer um ano, Rocambolesco), não tem que se admirar. Mas lá que fico triste e revoltado, isso fico.
E depois ainda falam das contas do Centeno...
Quem engendrou a solução para o Novo Banco devia prestar contas aos portugueses na barra de um tribunal. Seria o mínimo.