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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Nos mercados da Lombardia não se comercializam morcegos e pagolins. Mas pela preservação da "tradição cultural", que pode hoje ser comparada à irresponsabilidade, vamos pagar todos.
E ainda há quem se atreva discutir se devemos importar animais vivos para os nossos mercados.
É claro que quando se está numa conferência de imprensa e a única lógica que se conhece não tem contraditório, será sempre possível justificar o disparate dizendo que os dados dos outros países "não são muito credíveis".
Sabendo-se que foram as autoridades de Wuhan, isto é o braço local do Partido Comunista Chinês e a Comissão Municipal de Saúde de Wuahn, que no cumprimento dessa mesma lógica e dos poderes que lhe foram outorgados por quem está acima, que perseguiram e puniram o médico Li Wenliang, o mínimo que se pode dizer é que se as autoridades chinesas tivessem tido uma atitude transparente, credível e de defesa da verdade, certamente que não estaríamos a passar pela actual situação.
Que queiram agora, através da poderosa arma da propaganda oficial ("Beijing pushes coronavirus disinformation in propaganda offensive" e "How China is reshaping the coronavirus narrative", por exemplo), que se permite transformar os erros em sucessos, atirar areia para os olhos das pessoas, também faz parte da "narrativa", sem que com isso se possa ignorar que numa segunda fase, depois do vírus espalhado e exportado, em razão da retenção e omissão de informação e de divulgação de informação pouco credível, tudo fizeram para atalhar ao problema, ajudando quem também os ajudou.
Fica-lhes bem, mas não permite esconder a inconveniente verdade.