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balanço

por Sérgio de Almeida Correia, em 30.03.20

Os primeiros cem dias do mandato do Ho Iat Seng como Chefe do Executivo (CE) da RAEM foram devidamente assinalados pela generalidade dos órgãos de comunicação social e constituíram objecto de breves comentários sobre a sua actuação.

O elogio foi consensual. Há razões para isso.

O tempo é curto para se fazerem apreciações detalhadas, em especial porque ainda nem sequer foram apresentadas as Linhas de Acção Governativa. E também porque pouco se sabe sobre as acções para concretização do seu programa eleitoral. 

Não obstante, como em qualquer situação da vida, é a primeira impressão que marca e acaba por condicionar o futuro. No caso de Ho Iat Seng, o facto da RAEM ter sido apanhada no turbilhão do COVID-19 serviu para colocá-lo à prova, assim como à sua equipa.

O teste a que o Executivo foi submetido desde o final de Janeiro, e que continua e vai exigir a prestação de provas diárias, a uns mais do que a outros, não foi fácil, mas revelou capacidade de gestão, acerto no controlo da crise e rapidez na tomada de decisão. Nada mau comparado com o que se viu nos últimos dez anos.

De assinalar é a verificação de uma atitude mais aberta na relação com a comunicação social e com a população. A diferença em relação ao anterior CE, que não saía do casulo e fugia das pessoas e da decisão, é abissal.

Essas foram boas surpresas. 

As críticas que neste momento poderiam ser feitas a alguns aspectos da acção governativa, como por exemplo sobre a forma como se tratou da situação dos trabalhadores não-residentes, não invalidam o que se afirmou. E certamente que numa outra ocasião poderão ser objecto de análise.

Sabemos que os tempos que correm não se afiguram fáceis, que será necessária uma dose apreciável de resiliência e indispensável uma gestão criteriosa dos recursos para se enfrentarem as vagas que se perspectivam no horizonte a nível local, regional e internacional.

Mas registo com agrado a última conferência de imprensa de Ho Iat Seng e o modo como sem rodeios se dirigiu às concessionárias e subconcessionárias. É mais fácil falar assim quando se tem uma agenda a cumprir, própria ou soprada, e daquelas não se quer depender no futuro.

Posto isto, fique-se por aqui. A procissão ainda não começou e até ao seu final haverá muito que andar. Os calos virão depois.

Aquilo que de mais negativo aconteceu, e que para já se pode apontar, não foi da responsabilidade dele.

Admitindo-se que ninguém lhes encomendou o sermão, Ho Iat Seng não pode responder pela intervenção que Davis Fong Ka Chio, Pang Chuan e Chan Wa Keong resolveram fazer no hemiciclo na passada semana.

É preciso não ter a noção da gravidade do que se disse quando se apela, sem concretizar e sem nomear, à necessidade de mais regulamentação complementar à Lei de Segurança Nacional, para prevenir "actos prejudiciais à segurança nacional", por parte de “determinadas associações políticas e civis em Macau”, apontando como caminho o recurso "a meios jurídicos, à observação perspicaz e a estudos meticulosos".

O desconchavo não poderia ser maior.

Não se disse o que devia ser dito. Que actos tão graves são esses que estão em causa e quais são as associações políticas e civis que colocam em causa a segurança nacional? Haja coragem de o esclarecer.

Desconheço que outro meio haverá para regulamentar uma lei que não seja por "meios jurídicos".

A "observação perspicaz" seria mais aconselhada para ornitólogos, além de que já aqui temos a, inominável, que é feita aos jornais, às televisões e redes sociais pelos inúmeros "espiões", candidatos a censores e bufos de ocasião das mais variadas etnias e em múltiplos idiomas.

E quanto aos "estudos meticulosos", se forem tão meticulosos como a intervenção que conduziram, o melhor seria ficarem quietos porque para desgraça já basta o que se tem visto vindo dali.

Essa intervenção teve, todavia, o mérito de ilustrar, pela boca dos próprios, a necessidade de substituição, se não de todos pelo menos de alguns dos nomeados pelo anterior Chefe do Executivo. Se antes, a avaliar pelo número e qualidade das suas intervenções, para pouco serviam, hoje, com um Chefe do Executivo activo e com uma equipa a funcionar, tornaram-se absolutamente dispensáveis se persistirem em manter o mesmo registo.

A Assembleia Legislativa precisa de gente que compreenda a acção governativa e as suas prioridades. E que, nomeada ou não, seja capaz de apresentar um trabalho de mérito à população. A começar pelas intervenções que se preste fazer.

Certo é que numa próxima oportunidade se aconselharia a dispensa dos patriotas que à força de o quererem ser só desajudem. Como também não escaparão os que se predisponham a funcionar como relógio de ponto ou câmara de ressonância do que ouvem nos fóruns radiofónicos e televisivos sem apontarem soluções adequadas e exequíveis para os problemas que nos afectam.

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repugnante

por Sérgio de Almeida Correia, em 28.03.20

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Compreendo a reacção de António Costa às palavras do ministro das Finanças dos Países Baixos no final do Conselho Europeu extraordinário de 26 de Março p.p.. 

Um português com o seu temperamento, perante o que foi dito, e tem sido dito nos últimos anos pelos ministros das Finanças holandeses, em relação aos portugueses e aos povos do Sul, teria dificuldade em reagir de outra forma.

Também percebo a resposta holandesa. O amor aos euros, como antes em relação ao florim, está-lhes na massa do sangue. E tudo justifica. Daí a sua indiferença perante a morte, e lhes faça muita confusão a preocupação com os outros que sofrem.

Mas eu não teria dado importância ao fulano.

Continuo a ter muita dificuldade em levar a sério gente, como dizia um tio que os conhecia bem, que não toma banho todos os dias; que passando férias em Portugal, em Espanha ou em Itália, onde a água não é fria, anda sempre com os pés imundos, e quando vai a um jogo de futebol, entra num bar para tomar uma cerveja, ou num avião no final das férias, normalmente cheira mal.

Tivessem eles bons hábitos de higiene, lavassem as mãos, e não fossem tão porcos e arrogantes, e certamente que não haveria hoje nos Países Baixos mais de oito mil infectados e quinhentos e quarenta e seis mortos devido ao Covid-19. De ontem para hoje foram mais cento e doze.

Isto é que para mim é repugnante. Mais a mais quando acontece num país rico e desenvolvido pelos indicadores que se usam em qualquer universidade.

Quanto ao resto, o tal de Hoekstra deve orgulhar-se dos números. Um palerma. Como o Dijsselbloem também era.

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alertas

por Sérgio de Almeida Correia, em 23.03.20

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"Coronaviruses are well known to undergo genetic recombination, which may lead to new genotypes and outbreaks. The presence of a large reservoir of SARS-CoV-like viruses in horseshoe bats, together with the culture of eating exotic mammals in southern China, is a time bomb. The possibility of the reemergence of SARS and other novel viruses from animals or laboratories and therefore the need for preparedness should not be ignored."

Nos mercados da Lombardia não se comercializam morcegos e pagolins. Mas pela preservação da "tradição cultural", que pode hoje ser comparada à irresponsabilidade, vamos pagar todos.

E ainda há quem se atreva discutir se devemos importar animais vivos para os nossos mercados.

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narrativas

por Sérgio de Almeida Correia, em 23.03.20

É claro que quando se está numa conferência de imprensa e a única lógica que se conhece não tem contraditório, será sempre possível justificar o disparate dizendo que os dados dos outros países "não são muito credíveis".

Sabendo-se que foram as autoridades de Wuhan, isto é o braço local do Partido Comunista Chinês e a Comissão Municipal de Saúde de Wuahn, que no cumprimento dessa mesma lógica e dos poderes que lhe foram outorgados por quem está acima, que perseguiram e puniram o médico Li Wenliang, o mínimo que se pode dizer é que se as autoridades chinesas tivessem tido uma atitude transparente, credível e de defesa da verdade, certamente que não estaríamos a passar pela actual situação. 

Que queiram agora, através da poderosa arma da propaganda oficial ("Beijing pushes coronavirus disinformation in propaganda offensive" e "How China is reshaping the coronavirus narrative", por exemplo), que se permite transformar os erros em sucessos, atirar areia para os olhos das pessoas, também faz parte da "narrativa", sem que com isso se possa ignorar que numa segunda fase, depois do vírus espalhado e exportado, em razão da retenção e omissão de informação e de divulgação de informação pouco credível, tudo fizeram para atalhar ao problema, ajudando quem também os ajudou.

Fica-lhes bem, mas não permite esconder a inconveniente verdade.

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vírus

por Sérgio de Almeida Correia, em 16.03.20

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(imagem daqui)

Aquilo que por aqui ninguém queria voltou a acontecer. Ontem, ao final do dia, fomos confrontados com o aparecimento do 11.º caso do COVID-19.

Há quarenta dias que não tínhamos casos novos. Voltámos a ter.

De Aveiro às encostas do Douro, passeando pelo Porto, descendo até Lisboa, contactando com mil e uma pessoas. Quantos se terão cruzado com o vírus? Alguém sabe quem o viu? Antes ou depois das 21 horas?

A taxa de progressão do vírus é desabrida. Os nossos vizinhos e amigos têm a casa a arder; saem labaredas pelas janelas.

Há gente a morrer a um ritmo impressionante. Nem os tordos caem tão depressa.

E, no entanto, o nosso tempo continua lento.

O nosso tempo não consegue adaptar-se às necessidades de um combate de vida ou de morte. Temos de ter paciência.

Continuamos a viver com todo o tempo do mundo. Ao sol, olhando o infinito azul do céu, a brancura da nossa luz.

No meu país, o tempo não tem nada de democrático. Escolhe o seu próprio ritmo, que é o ritmo das instituições. 

No meu país, o tempo é suicidário, mas pleno de ternura, de carinho e de afectos. Por isso confiamos na Virgem.

Antes e depois da decisão. Às vezes também sem decisão, no consenso dos dias.

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cumprimentos

por Sérgio de Almeida Correia, em 09.03.20

A decisão já tinha sido anunciada em Inglaterra. No fim-de-semana passado repetiu-se em Portugal. Dizem os responsáveis das ligas e da Federação Portuguesa de Futebol que estão proibidos os cumprimentos, o tradicional aperto de mão entre as equipas e os árbitros, antes do início dos jogos. Deixaria de ter lugar por razões que visam evitar a propagação do Covid-19, o novo coronavírus. 

Confesso que não percebo de todo essa decisão.

Se um dos intervenientes no jogo estiver infectado não será por essa medida que se salvará alguma coisa.

Futebol não é ténis, em que cada um está na sua metade do campo, com os jogadores normalmente afastados umas dezenas de metros uns dos outros e com o árbitro longe deles e sentado numa cadeira mais alta.

Durante os jogos de futebol são inúmeras as vezes que os jogadores tocam nos árbitros. Há choques casuais, muitas vezes com os próprios árbitros e fiscais. Há quedas que não se podem evitar junto às linhas laterais. E também acontece que os jogadores estão permanentemente em contacto corporal. O futebol é um desporto de contacto.

Depois, estão todos juntos na pequena área nas marcações de livres e cantos, quando protestam, falando na cara do árbitro e dos colegas, e há dezenas de faltas por jogo.

Os jogadores e os árbitros também transpiram, passam as mãos pelas roupas suadas, deles e dos adversários. Quando correm podem largar milhares de gotículas, não usam máscara, podem tossir, alguns cospem, outros assoam-se com os dedos, caem, e logo vêm os colegas e adversários dar-lhes uma mão, ou as duas, para os ajudarem a levantarem-se. A seguir ajeitam a melena, a camisola e os calções, e abraçam-se efusivamente de cada vez que há um golo...

Talvez pudessem obrigá-los a todos a usarem luvas ou a passarem as mãos por um produto desinfectante imediatamente antes de entrarem em campo. Para se poderem cumprimentar.

Eu farto-me de lavar as mãos. E ultimamente de me desinfectar.

Na nossa vida social já somos muitas vezes obrigados a comportar-nos como bichos. Nunca pensei que se fosse ainda mais longe.

Eles é que devem estar correctos.

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parabéns

por Sérgio de Almeida Correia, em 05.03.20

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Desconheço em que dados (científicos) a autora se baseou, porque não os apresenta, para concluir que "[e]xiste, no mundo ocidental, uma generalizada desconfiança e um generalizado desencanto com a Democracia". 

Não sei mesmo de que "mundo ocidental" fala, nem se Hong Kong, por exemplo, cabe nesse seu conceito, percebendo-se pela prosápia que a articulista confunde o desencanto com os partidos e os dirigentes políticos com o desencanto com a democracia. 

É natural que assim seja para quem veio dos cafundéus do marxismo-leninismo.

Não sei se em breve nos brindará com um texto em que concluirá supinamente pela excelência das conquistas dos regimes autoritários e totalitários, certamente os mais adequados à gestão de sociedades globalizadas, de ciganos, negros e refugiados económicos. 

Mas em dia de aniversário do Público, sabendo-se do contributo que este jornal deu para que os órfãos do maoísmo pudessem pregar nas suas páginas as virtudes do liberalismo puro e duro e do capitalismo desenfreado, mantendo o seu espaço na imperfeita democracia que ainda assim construímos, nada melhor do que o texto de hoje a questionar a adequação da democracia aos tempos da globalização.

Enquanto o People's Daily não promover a tradução para chinês, deixo aqui o link para a bonifácia homenagem aos trinta anos do Público. Um jornal, como se escreve no editorial desta manhã, "que não prescinde de cultivar a diversidade de opinião", o "cimento das sociedades livres".

Melhor homenagem e prova da sua importância na construção de uma sociedade plural, tolerante e democrática, e num mundo globalizado, não poderia haver.

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tabela

por Sérgio de Almeida Correia, em 04.03.20

Durante horas e dias a fio, canais de rádio e de televisão e inúmeras páginas em jornais, revistas e blogues dissertaram sobre os insultos a Moussa Marega proferidos no jogo entre o Vitória de Guimarães e o Porto. A indignação foi real, pelo que li, vi e ouvi. Menos real é a conclusão do episódio.

Depois de tudo o que anteriormente aconteceu com muitos outros jogadores (Hulk, Semedo, Renato Sanches, Quaresma, por exemplo), e tendo em atenção o que se vai vendo lá por fora, cujo último exemplo chegou da Alemanha e do jogo entre o Hoffenheim e o Bayern de Munique, que levou a uma "greve" em campo dos jogadores das duas equipas antecipando o final do jogo, estava convencido de que em relação ao que se passou em Guimarães viria sanção pesada.

Pura ilusão.

De acordo com a notícia de A Bola, pelo que aconteceu, no total, os "vimaranenses foram multados no valor de €17,941", dizendo as multas respeito a "deflagramento de potes de fumo e flashlights (€4017)", "entrada de materiais pirotécnicos (€3392)", "arremesso de dois fachos (€2678)", "arremesso de cadeiras (€7140)", e "insultos a Marega (€714)".

Como se vê pela discriminação das parcelas, arremessar cadeiras ou atirar uns fachos para o relvado é mais grave do que proferir insultos racistas ou imitar os urros de símios dirigidos a um dos protagonistas do espectáculo.

Para os senhores do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, os insultos a Marega não valem um corno. O valor da multa é um estímulo a que os energúmenos das claques continuem a sua acção cívica. Meia dúzia de euros resolvem o problema.

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incómodos

por Sérgio de Almeida Correia, em 02.03.20

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Aparentemente, hoje é o dia do regresso à quase-normalidade. Os serviços públicos, que têm estado fechados e em regime de semi-férias desde que a crise começou, deverão começar a funcionar em pleno. A faltar ficarão as escolas, o que não é pouco.

As medidas tomadas pelo Governo têm-se revelado eficazes na contenção da epidemia. Com os números que temos e face à inexistência de novos casos, desde há quase quatro semanas, é-se tentado a concluir que os que cá estão estarão todos limpos.

Psicologicamente as pessoas acreditam que a crise passou. As pequenas multidões que nos dois fins-de-semana passados se juntarem em Coloane em longas filas automóveis e ao longo dos trilhos, largando máscaras (lixo) pelos percursos, são sinal disso.

Com o que não me conformo é com estes apêndices com que temos de diariamente andar. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e numerosos médicos desaconselham o uso de máscaras por quem não está doente. A Chefe do Executivo de Hong Kong, apareceu na televisão, num segundo momento da crise, de cara descoberta, ao contrário do Presidente Xi Jinping que recebeu o responsável da OMS, em 28 de Janeiro, sem máscara. No entanto, alguns dias depois, sem que tivesse estado em zonas de crise, o Presidente Xi também apareceu de máscara a falar para um ecrã de televisão. Aqui ao lado, Carrie Lam pediu às pessoas para só usarem máscaras se estiverem doentes e para as reservarem para os profissionais de saúde.

Tudo isto só serve para confundir. A informação e a desinformação são imensas. Não sei qual delas será neste momento a mais grave.

Confesso que percebo a preocupação daqueles que insistem em que todos devemos andar de máscara. Quantos haverá que estando doentes disso não se apercebem e que por esta razão não usam máscara? E eu, que me recordo de ver muita gente a tossir e espirrar em locais públicos, perto de mim, sem o hábito de sequer se darem ao trabalho de desviarem o rosto, também penso que a máscara evita este tipo de situações, embora tenha sérias dúvidas quanto à sua eficácia.

Dizem que não se deve andar a pôr e a tirar a máscara. Claro, mas se temos de ir fazer uma refeição fora de casa – houve quem tivesse de trabalhar desde que a crise começou e não tem outra alternativa – não podemos comer de máscara. Temos de tirá-la e guardá-la durante o tempo necessário, recolocando-a ao sair do restaurante. E para isso ou mexemos nela pelo lado do fora, onde estarão os vírus plantados, ou pelo lado de dentro, o que será sempre pouco higiénico.

Depois, há ainda o problema dos óculos. Não os consigo usar quando estou de máscara porque ficam permanentemente embaciados. O ar quente expelido pela parte de cima da máscara e que também me causa desconforto aos olhos não perdoa.

E o calor no rosto é ainda pior. A zona do nariz e da boca estão sempre transpiradas. De tempos a tempos lá tenho de levantar a máscara para me limpar, o que não me faz esquecer a alergia aos materiais de algumas máscaras que me saíram em rifa e me deixam o rosto vermelho e com comichão, obrigando-me por vezes a que tenha de lavar a cara com um sabonete medicinal.

Também tentei correr com a máscara nos primeiros tempos e ela ficava toda ensopada com o suor. Depois, como os SSM também só nos facultam uma máscara por dia, ainda que também pagando pelas que lhes foram oferecidas, está fora de questão fazer desporto de máscara.

Apesar de tudo lá vou usando a coisa. Não quero ser olhado como um extraterrestre e importa que me proteja de quem aparece, visto que sou obrigado a contactar com muita gente e não sei em que condição os deixam entrar. Mas lá que é desagradável é, pensando muitas vezes como suportarão as crianças este calvário para se ajeitarem com o artefacto.

Os laboratórios podiam começar já, enquanto procuramos regressar à normalidade, a estudar o desenvolvimento de modelos de máscaras cirúrgicas menos incomodativas e em materiais inovadores, mais eficazes, económicas e confortáveis.

Quem sabe se Macau, com a experiência adquirida, não poderia trazer inovação ao mercado e criar aqui um nicho empresarial que ajudasse à diversificação? As máscaras serão sempre necessárias. É negócio garantido.

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