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aristides

por Sérgio de Almeida Correia, em 28.01.19

"As we mark Holocaust Remembrance Day on Sunday, we should honor this man who engaged in what one historian called "perhaps the largest rescue action by a single individual during the Holocaust.", Richard Hurowitz, New York Times, 27 de Janeiro

Pese embora o esforço que alguém fez para obscurecer a sua indelével marca, é reconfortante saber que passados todos estes anos um dos mais conceituados e lidos jornais do mundo honra a sua memória, mantendo-a viva para os seus leitores.

Um exemplo que nunca será demais recordar, em especial porque ele não o fez a troco de dinheiro, de títulos ou da glória, ao contrário de algumas sumidades locais que gostam de mostrar a sua beneficência.

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esquecimentos

por Sérgio de Almeida Correia, em 25.01.19

O ruído, seja ele qual for, é sempre um problema para quem tem de escutá-lo durante horas a fio. E por aqui, quer-me parecer que só estão  preocupados com aquele que é produzido durante as horas de descanso, que para a maioria das pessoas são as do período nocturno.

É pena que não se preocupem também com o ruído durante as horas de trabalho, nos edifícios onde funcionam serviços públicos, escritórios, clínicas, consultórios, creches, salas de estudo; isto é, locais de trabalho onde a realização de obras segue os mesmos horários dos edifícios residenciais, o que me parece não fazer qualquer sentido.

Se há direito ao descanso, e há, também há um direito ao trabalho e ao estudo com condições ideais de concentração e sossego. E com berbequins a toda a hora, com o chão a tremer, e o pó a entrar pelos gabinetes, vindo pelas condutas e de mais sei lá onde, ninguém faz nada de jeito. Um tipo só ganha em irritação e dores de cabeça.

Digo isto porque me parece que seria do mais elementar bom senso que em edifícios de escritórios, como aquele onde trabalho, cujo ar condicionado é central e só funciona das 8:00 às 18:00, exactamente porque a partir desta última hora a maioria sai, fosse adoptado um regime horário para execução de obras nas fracções que não perturbasse quem está, quer e precisa de trabalhar ou estudar.

Seria por isso ajuizado que em edifícios exclusivamente de serviços e escritórios se impusesse a regra de que obras ruidosas só poderiam realizar-se, por exemplo, entre as 18:30 e as 08:00, durante os dias úteis, aos sábados a partir das 13:00, e aos domingos e feriados a qualquer hora do dia. Podem ter a certeza de que toda a gente agradeceria, incluindo aqueles que querendo dar conta das encomendas e dos prazos ficam impedidos de dar continuidade às obras ao domingo.

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leituras

por Sérgio de Almeida Correia, em 21.01.19

eliete.jpg

"Somos a nossa memória, começou por dizer, a memória determina o que sentimos, o que sabemos, o que imaginamos, o que intuímos, somos a nossa memória e quando lhe perdemos o acesso, mergulhamos num vazio inimaginável, sem acesso à memória não poderemos saber dos valores morais que nos guiam, dos amores e dos medos, das ambições, dos erros e fracassos, tornamo-nos tão imprevisíveis e misteriosos como qualquer recém-nascido, mas enquanto o recém-nascido é um desmemoriado programado para criar memória, para se tornar um adulto autónomo e independente, estes desmemoriados estão impedidos de criar e guardar memórias, estão impedidos de tornar a ser, de mentis, do latim, mente vazia, podemos dizer sem exagero que se assiste à construção do nada, percebe?" (Dulce Maria Cardoso, Eliete, Tinta-da-China, Lisboa, 2018, pp. 244/245)

 

Parti para a sua leitura sem saber o que iria encontrar, embora pensasse que de uma consagrada como Dulce Maria Cardoso, vencedora de inúmeros prémios, traduzida e publicada em duas dezenas de países, nunca se pode esperar pouco. E não me enganei.

Não sei se existe aquilo a que já alguém chamou uma "escrita no feminino", expressão que considero detestável mas que entendo como querendo referir-se a uma escrita feita por mulheres e que por isso mesmo carregaria um estilo muito próprio, com preocupações que não seriam as decorrentes de um texto sobre o mesmo tema escrito por homens.

Pensei nisso várias vezes ao longo da leitura desta "Parte I A Vida Normal". A vida de uma mulher escrita por outra mulher, num período histórico muito próprio, percorrendo momentos pré e pós-revolucionários, a revolução social operada em Portugal e o universo muito particular e espacialmente localizado de Cascais e da linha do Estoril, percorrendo a emancipação profissional e sexual da mulher, os dramas da família e do casamento, a partida, a separação, a ausência, a dor, o esquecimento, o nascimento, a velhice e a morte. Um olhar que até no julgamento que faz de Jorge se torna cruel de tão cristalino. 

Está lá tudo numa narrativa consistente, com uma escrita poderosa, que flui e nos agarra ao longo das quase três centenas de páginas, antes de um final que será tudo menos expectável. A linguagem é desprovida de ornamentos, forte, por vezes mesmo agreste, rude, apesar de perfeitamente enquadrada nas cenas descritas, nas deambulacões da personagem principal. 

Costumo dizer que os melhores livros são os que me surpreendem pela qualidade da escrita do seu autor e pela projecção da narrativa. Quando um livro me faz esquecer as suas páginas ao longo da leitura, para me fazer saltar as suas próprias barreiras e é capaz de me levar para uma outra dimensão do pensamento e da palavra, com a mesma simplicidade com que me transporta ao longo dos seus parágrafos, quase como que projectando as suas diversas histórias numa só, e misturando as nossas com as do texto, é sinal de que está muito para lá daquilo que é o romance ou a novela convencional, fazendo esquecer a obra em que todos os cânones se revêem, são respeitados, onde tudo surge muito limpinho, muito formal, muito compenetrado e insípido.

O sal da escrita de Dulce Maria Cardoso está na luz que projecta, no modo como ilumina ao leitor o trajecto de Eliete e o faz dele participar, muitas vezes sem que seja possível para quem lê aperceber-se logo das opções tomadas pela autora e da multiplicidade de sentimentos que assolam vidas aparentemente simples e normais. Como que a dizer-nos que não existem vidas simples nem normais. Há apenas vidas. Cada uma tem a sua cor. O segredo está em saber colocá-las todas nas páginas de um livro, sem cansar e enriquecendo-nos a memória.

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frase

por Sérgio de Almeida Correia, em 18.01.19

4913426918493990.jpeg(Fotograf: Beat Mumenthaler, Schweiz)

"Há uma nova geração de judeus húngaros, que ele [Viktor Órban] não os ataca directamente, porque tem agora inimigos diferentes, que são os refugiados. Os refugiados são os judeus de hoje (...)" – Eva Koralnik, 82 anos, sobrevivente do Holocausto, tradutora em 1961 no processo de Eichmann, ontem, na Universidade de Macau

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reacções

por Sérgio de Almeida Correia, em 17.01.19

"The ultimate measure of a man is not where he stands in moments of comfort and convenience, but where he stands at times of challenge and controversy" (M. L. King)

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preocupações

por Sérgio de Almeida Correia, em 13.01.19

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Quando era miúdo não apreciava por aí além, até as coisas mudarem depois de adulto. De Verão nunca foi uma tentação, mas a partir do Outono e, em especial, durante os dias de inverneira azul dava por mim, muitas vezes, a pensar quando chegaria o Domingo para irmos comer um cozido à portuguesa. Sem frango nem batatas, que para mim sempre estavam a mais.

Hoje quis cumprir esse ritual e fui à procura do cozido. Não há?, foi ontem. Ontem? Mas ontem foi sábado. E ninguém avisa? Pois, agora é assim.

Vai ser menos uma preocupação. Até que possa voltar à Paisagem e ao senhor Paulo, ou ao Camponês, acabou-se o cozido ao Domingo. Passa a ser um dia como todos os outros.

Sem cozido, é certo, mas também sem o espectáculo da mesa da frente, onde um cachorro vestido de rapaz, com o impermeável azul que devia ter ficado à porta, lambia sofregamente o prato do doce. No final a mãe limpou-lhe a boca. 

Os tempos mudam. E não avisam.

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limites

por Sérgio de Almeida Correia, em 12.01.19

 

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(direitos reservados, foto de Teresa de Almeida Correia)

"Viver na sua cidade e não se sentir escorraçado dela é um direito primário que assiste a qualquer um. Ser mais bem tratado na sua cidade e no seu país do que aquele que vem de fora, para visitar ou viver, é o mínimo que um cidadão tem direito de esperar do seu governo" (Miguel Sousa Tavares, Quantos turistas queremos?, Expresso, 12/01/2019)

 

O Dr. Alexis e a Dra. Maria Helena deviam ler e mandar traduzir para chinês. Para que os senhores do Gabinete de Ligação também possam ler. Antes que nos afundemos todos em gás pimenta.

(com os meus agradecimentos à Estátua de Sal por tão oportuna partilha)

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futuro

por Sérgio de Almeida Correia, em 10.01.19

shenzhen-all-taxi.jpg

Aqui há uma década, um amigo meu quis desenvolver um projecto pioneiro na área dos veículos eléctricos, a ser concretizado no Algarve. Procurou para esse efeito obter o apoio do Governo, nomeadamente do responsável pela pasta do Ambiente, bem como sensibilizar os autarcas e a influente estrutura regional. Embateu então num muro invisível de betão, feito de desconfianças pessoais e políticas, muitas promessas e, acima de tudo, falta de vontade política. Perdeu-se o projecto e uma boa oportunidade de dotar o Algarve e Portugal de uma rede pioneira de automóveis de aluguer eléctricos.

Noutras paragens, as necessidades de combate à poluição urbana, de redução das emissões e de protecção da saúde dos cidadãos aguçaram o engenho. Sem fundos europeus a financiarem os projectos, mas com um poderoso investimento público, a opção pelo transporte eléctrico avançou. Desde logo em relação aos transportes públicos, mas com extensão aos veículos privados, sejam motociclos ou automóveis, dos mais pequenos e familiares aos desportivos.

Já em tempos neste espaço dei conta do choque, no bom sentido, que foi para mim regressar a uma pacata e atrasada vilória de pescadores que em pouco mais de duas décadas passou de alguns milhares de habitantes para mais de 12 milhões.

Quanto nessa altura voltei a Shenzhen, é esta a cidade de que se trata e hoje uma das capitais tecnológicas do novo Império do Meio, por onde aliás têm passado membros do Governo português, fiquei surpreendido com o desenvolvimento, a pujança de que a cidade dava mostras e a revolução urbana que empreendera: avenidas largas, passeios seguros, relativo equilíbrio entre zonas arborizadas e cimento e autocarros eléctricos.

Se quanto à frota de autocarros já se sabia desde o ano passado qual o nível atingido –  no final de 2017 havia mais de 16 mil autocarros eléctricos em circulação –, desde ontem ficamos igualmente a conhecer que a cidade tem agora a maior frota de táxis eléctricos do mundo. Num universo de mais de 21 mil táxis, 99% são eléctricos.

Os resultados alcançados,no seguimento do que aconteceu numa outra cidade chamada Taiyuan (Shanxi), são notáveis em matéria de redução de emissões e qualidade de vida dos habitantes da cidade e das regiões vizinhas.

Bem sei, daquilo que me dizem os especialistas, que ainda não existe uma solução que resolva de vez o problema das baterias usadas. Em todo o caso, ainda assim, creio que os ganhos são superiores aos custos e não posso deixar de pensar como é possível fazer tanto em tão pouco tempo numa cidade com a dimensão de Shenzhen.

E nesta pequena cidade onde vivo, com pouco mais de 600.000 almas e rios de dinheiro e desperdício, não é sequer possível substituir um número infinitamente menor de autocarros e táxis velhos e poluentes pelos seus congéneres eléctricos num prazo de meia dúzia de anos. 

Shenzehn é por isso mesmo a prova final, para quem ainda duvidasse, de que não basta dinheiro. É preciso arrojo, boa governança, capacidade de planificação e de decisão política, gente qualificada, transparência nas escolhas, critério no investimento público e, sobretudo, um controlo impedioso da corrupção e do tráfico de influências.

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explicações

por Sérgio de Almeida Correia, em 08.01.19

A notícia divulgada esta manhã pela TDM-Rádio Macau de que se prepara para iniciar funções na Assembleia Legislativa de Macau uma juíza-desembargadora recrutada em Portugal, poderia ser motivo de satisfação para todos os que estão verdadeiramente preocupados com a escassez de quadros técnicos especializados na RAEM, com a falta de juristas qualificados e conhecedores do sistema jurídico de Macau, com os atropelos à Lei Básica e com a crescente ausência de portugueses.

Porém, as circunstâncias em que acontece levam-me a recordar brevemente o que sucedeu de 14 de Agosto de 2018 para cá.

Por essa altura, o Presidente da AL, Ho Iat Seng, comunicou, por carta, aos assessores Paulo Cardinal e Paulo Cabral Taipa a não renovação dos respectivos contratos de trabalho. Sem qualquer justificação.

Depois disso, o próprio Presidente da AL e o seu Vice-Presidente, irmão do Chefe do Executivo, convém recordá-lo, esclareceram, em diversos momentos, que se tratava de uma decisão perfeitamente normal, que não havia nada a apontar aos "dispensados", que da sua saída não adviria qualquer prejuízo para o trabalho da Assembleia Legislativa, tanto mais que essa casa continuava a ter um quadro de mais de duas dezenas de assessores, entre os quais quatro juristas portugueses, e, finalmente, que estaria em vista uma reestruturação dos serviços de assessoria, pelo que nesse contexto seria normal a saída daqueles quadros.

Muita gente estranhou. Nada fazia sentido. Houve deputados que não ficaram satisfeitos com a decisão, pediram explicações, não obtiveram respostas.

A opinião pública ficou com a certeza da partida de dois quadros valiosíssimos, tomou nota das palavras do presidente da AL e ficou a aguardar a reestruturação.

Creio que ninguém, talvez com excepção de alguns caciques dependentes do poder político e dos seus favores, acreditou na bondade das palavras e das intenções do Presidente da AL e da Mesa.

O pouco, muito pouco, que ainda restava de confiança num potencial futuro candidato a Chefe do Executivo agora perdeu-se de vez.

Não é só pelo facto desta decisão ser, de novo e a totods os títulos, incompreensível, face às circunstâncias e atentas as explicações então dadas para a dispensa dos assessores Cardinal e Taipa da AL, e de ser um desastre comunicacional e um violento descarrilamento político por parte de quem a tomou aos olhos da opinião pública. É que esta decisão volta a colocar a nu (pelo menos para quem ainda não as conhecesse) as debilidades de Ho Iat Seng enquanto dirigente, Presidente da AL e potencial interessado no cargo de Chefe do Executivo.

Escusado será enumerar aqui, tantas e tão evidentes são, todas as suas fragilidades (deixo essa análise para o pessoal do Gabinete Central de Ligação da RPC na RAEM), mas seria no mínimo legítimo que alguém questionasse:

(1) As explicações que foram oportunamente dadas pelos Presidente e Vice-Presidente da AL para a dispensa de Paulo Cardinal e Paulo Cabral Taipa;

(2) O processo de recrutamento de quem vem, isto é, quando e como começou, por decisão e recomendação de quem e que outras candidaturas foram apreciadas;

(3) As qualificações e qualidades que recomendam a pessoa contratada para assessora da AL, designadamente se tem experiência de produção legislativa;

(4) O grau de conhecimento que a pessoa recrutada tem de Macau, da RPC, do sistema jurídico e judiciário da RAEM, em especial das matérias ligadas ao jogo e aos direitos fundamentais na Lei Básica;

(5) Se frequentou, e quando, algum "curso de adaptação" para aprofundamento dos seus conhecimentos do Direito local, já que isso também é exigido pela AAM a qualquer advogado que venha de Portugal e queira exercer a advocacia na RAEM;

(6) Se a pessoa contratada tinha anteriormente trabalhado em Macau, na RPC ou na RAEM;

(7) Se é bilingue, isto é, tem conhecimentos de português e chinês, posto que esta seria uma mais-valia face aos dispensados;

(8) Se a contratação se insere no processo de renovação da AL;

(9) Se inserindo-se, eventualmente, nesse processo de renovação da AL há alguma explicação para se contratar uma pessoa a caminho dos sessenta anos;

(10) Qual o lugar que vai ser atribuído à pessoa contratada na hierarquia dos assessores da AL (talvez o CSM devesse ter sabido disto antes de dar autorização para evitar que a contratada fique na desconfortável – e desprestigiante – posição de alguns outros que de cócoras a tudo se adaptam).

Finalmente, interessa não perder de vista que a decisão de contratar um cidadão português não esconde o que aconteceu. E só serve para atirar areia para os olhos dos incautos.

Os atropelos cometidos no processo de levantamento da imunidade ao deputado Sulu Sou, e a forma como alguns residentes falantes de português reagiram ao que se fez, é quanto basta para se ter a certeza de que a nacionalidade não é garantia de coisa alguma. 

Lamento que a senhora juíza-desembargadora chegue a Macau no actual quadro. Espero que tenha sucesso e possa contribuir para o bem da AL e da RAEM. Resguardando-se, e à magistratura portuguesa, do que aí vem.

Porque em matéria de dignidade, lisura de processos e nobreza de carácter o que a dispensa da AL dos assessores Paulo Cardinal e Paulo Cabral Taipa e o processo Sulu Sou têm gerado dariam para um tratado com vários volumes sobre a pequenez e a mediocridade de alguns seres. E faz-nos temer pelo futuro. Muito.

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