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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Há um ano por esta hora a Região era fustigada pelo maior tufão a que me foi dado assistir em mais de trinta anos. O que então aconteceu continua a ser objecto de análises, de recriminações várias e de muitas interrogações. Passado este tempo muito pouco mudou. Foi aprovado um novo código de sinais de tempestade tropical e um novo sinal de ventos fortes de monção. Tirando isso as marés continuam a subir, o lixo a navegar e o ar pesado e carregado de partículas nocivas para a saúde. A Nova Era, que prometia um mundo radioso no transporte público de autocarros, feneceu. Morreu, não existe mais. A desconfiança no Governo e nas instituições é hoje muito maior. Só rolou a cabeça do Director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos. A preocupação passou dos tufões para o controlo da informação e a criminalização do rumor. Isso é que é importante. As prioridades continuam invertidas. O desleixo com a imagem do Centro Cultural de Macau, um dos ex-libris da cidade e que continua sem pala desde o tufão Hato, é bem o espelho de tudo o que não se fez e continua por fazer. Não se arranjou, não se sabe quando retomará o estado original, nem se alguma vez se irá recuperar ou quanto irá custar a sua reposição na versão pré-tufão. Caiu, disfarça-se, dá-se um jeito e faz-se de conta que está tudo bem. As moscas não querem ser importunadas.