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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Desconheço se, para além da candente questão do reforço da segurança interna da Pátria, todos os Secretários do Governo da RAEM e demais altos dirigentes que os acompanharam à acção de formação que teve lugar em Pequim, no decurso da semana finda, foram alertados para os problemas de saúde pública de Macau.
Como não sei se isso aconteceu, à cautela, deixo aqui, de novo, mais um reparo e uma chamada de atenção para a situação da cidade e o que se passa no NAPE, mesmo nas barbas do Ministério Público.
Desta vez, como se pode verificar pela foto de cima, consegui apanhar a lixeira aberta, o que normalmente acontece todos os dias em períodos regulares.
Mesmo ao lado dos Serviços do Ministério Público existe uma lixeira disfarçada, mas facilmente verificável por qualquer pessoa, criada num espaço que, penso eu, devia ser uma área destinada ao comércio ou que constitui zona comum de um edifício em propriedade horizontal.
Também não tenho informação que me permita saber se as escadas interiores dessa espelunca dão acesso a algum restaurante. Estou convencido de que sim, tantas são as caixas de alimentos e o lixo que ali é diariamente depositado. O espaço, pelo cheiro que dali vem, nunca deve ter sido lavado desde que existe. Como aliás deve acontecer com quase todos os passeios e locais de depósito de lixos do NAPE, que são fonte de reprodução de baratas, rataria e seres vivos similares, os quais não são particularmente reconhecidos pelo seu contributo para a higiene e bem-estar dos humanos.
Eu também sei que o IACM anda mais preocupado em "enjaular" os espaços verdes de Coloane, fazendo obras horríveis e que não servem rigorosamente para nada na Estrada do Alto de Coloane, e que, aliás, nunca fizeram falta, assim dando dinheiro a ganhar aos vendedores de tintas, ferro e cimento, do que em conduzir uma verdadeira operação de limpeza urbana, que resgate a cidade ao lixo, aos maus cheiros, às gorduras que nos fazem escorregar nos passeios imundos, e a toda a bicharada que acima referi.
Admira-me que o Ministério Público consiga conviver lado a lado com esta inqualificável nojeira, e outras na mesma zona. Mas, apesar disso, volto a insistir para que se faça alguma coisa. Talvez a associação cívica do deputado Sulu Sou queira convidar os deputados da AL a visitarem o espaço que a foto ilustra.
Porque é uma vergonha que uma cidade que se quer internacional e de turismo continue a manter níveis de higiene típicos dos países mais pobres dos mais pobres do Terceiro Mundo.
O que se passa no NAPE é um escândalo e todos os responsáveis pela saúde e higiene públicas da RAEM deviam pedir desculpas à população.
Quanto a quem tutela o IACM já nem digo nada. Nem espero alguma coisa. Talvez o estado a que isto chegou também explique a razão para que tenham afastado eleições directas para um órgão autárquico. Assim, da maneira que isto está, e que como é previsível assim irá continuar, ninguém responde por esta e outras "nojeiras". Até quando?*
* - Desde já esclareço os poderes públicos da RAEM, bem como o senhor Presidente do IACM, de que estou disponível para lhes fazer uma visita guiada, fora das minhas horas de trabalho, pelos locais da cidade, e não apenas do NAPE, que são a vergonha de todos os cidadãos que querem bem a Macau. Para ver se eles percebem a gravidade do problema. E, já agora, até onde chega a incompetência (mas não me perguntem de quem para eu poupar alguns deles à vergonha).