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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Da próxima vez que voltar a embarcar num avião da Emirates lembrar-me-ei dele. Porque mártir não é o estafermo que se faz explodir sem sentido, cobardemente ceifando vidas inocentes e tornando inútil toda e qualquer fé. Mártir é o que morre no cumprimento do dever, salvando vidas alheias, sem se preocupar com a sua e sem outra recompensa que não seja a expressão, através da sua atitude, de um sentimento de gratidão aos outros. Não há forma mais digna e honrosa de morrer do que esta. Pelo que ela ainda representa de esperança no futuro da Humanidade. Fico triste por saber que foi assim, mas satisfeito por ver que o seu sacrifício, o seu sentido do dever e a sua crença no bem ao próximo não foram em vão. Curvo-me respeitosamente, pequenino e agradecido, perante a memória de Jassim Issa Al Balooshi. Porque é o exemplo e a coragem de homens como ele, nos dias difíceis que atravessamos, que nos ilumina e nos guia, que nos ajuda a suportar a dor e o sofrimento e dá dimensão e sentido aos nossos dias. Aos meus dias.