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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
No dia 15/02/2016 foram as notícias sobre a Parque Expo, os cambalachos cristãos e mais uma salganhada em que o CDS-PP se envolveu à custa da sua presença no Governo de Passos Coelho. No dia seguinte, no Público, José António Cerejo pôs-nos ao corrente das contratações republicanas na Câmara de Lisboa. Logo a seguir vem mais um episódio da novela da TAP, por causa dos chineses da Hainan Airlines. Como não chegava a vergonha que foi o processo de privatização, agora cai-nos na sopa mais uma mosca, desta vez "patrocinada" pelo Governo de António Costa, fazendo-se de conta que ninguém sabia da existência de um acordo desde Setembro de 2015 entre os chineses e os que ficaram com a companha aérea nacional. Como se toda a gente, em Novembro de 2015, não soubesse já o que se estava a passar entre chineses e brasileiros. Até em Macau se sabia.
Não há um dia que os portugueses não sejam confrontados com estas surpresas, que de tão rotineiras se tornaram numa banalidade. Não há nada que seja claro, que seja realizado de forma limpa, transparente, explicado numa linguagem acessível a qualquer leigo, em termos tais que todos possam desde logo compreender e julgar os caminhos que o interese público e os governantes percorrem sem necessidade de esclarecimentos adicionais. Continua-se a "queimar etapas" e a "agilizar processos", mas fazêmo-lo seguindo por becos mal iluminados, por estreitas veredas, através de caminhos pantanosos, deixando que o lodo salpique os contratos que nunca vimos e que se entranhe no calçado com que marchamos. E o pior de tudo isto é que depois queremos que o lodo saia batendo com os contratos no tampo da secretária, esfregando os pés na calçada ou com uma condecoração do Presidente da República do tipo "Torre e Espada lava tudo".
As lapas podem ser arrancadas e, pelo menos, são limpas, autênticas e saborosas. O lodo pesa no calçado. E como não se descalçam à entrada de S. Bento ou de Belém, para não ficarem com os pés frios, deixam tudo patinhado.
(fica aqui mais um link para acerto de contas)