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autonomia

por Sérgio de Almeida Correia, em 28.02.16

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A detenção de Ho Chio Meng é uma tristeza, nunca se esperando que um homem à partida inteligente e bem preparado caia na tentação do vulgar larápio que não perde uma oportunidade. Mas para além de uma tristeza é também um cisma político, ético e moral de dimensões e consequências imprevisíveis para Macau.

Em quinze rápidos anos a voragem de meia-dúzia de bandalhos deu cabo de uma autonomia prevista para, pelo menos, mais cinquenta anos. Em vez de terem trabalhado para o seu aprofundamento e para o bem das gentes de Macau, andaram a trabalhar para eles próprios por todo o lado por onde passaram, inflacionando, especulando, poluindo, comissionando. 

Dir-me-ão que aprenderam muito com alguns portugueses de má memória que por cá andaram, sim, eu sei, e com alguns outros que por cá pregam com a Lei Básica numa mão e o missal e um livro de cheques na outra, mas ao menos que tivessem respeitado o povo de Macau e a confiança e o empenho de Portugal e da R.P. da China na garantia da construção de um futuro melhor para os seus cidadãos.

Assim, quando tudo isto terminar, não ficará nada de pé. A autonomia de Macau, o segundo sistema, os direitos humanos, o oásis no estuário do Rio das Pérolas, os sonhos de todos, não passarão de uma miragem num sistema neo-colonial de prestação de contas ao cuidado de ovelhas e grilos falantes. Um desastre. 

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esquemas

por Sérgio de Almeida Correia, em 26.02.16

O problema de algumas situações, como a que José António Cerejo dá conta nas páginas do Público, não é, como lhe chamaram os senhores juízes, a "falta de consciência da ilicitude". Num país como o nosso o mais comum é a "falta de consciência do esquema", que é a qualificação e a figura jurídica adequada para essas situações que decorrem do chico-espertismo nacional. De facto, se há umas coisas que só o coração alcança, há outras que não estão ao alcance nem deste nem da razão. E há, ainda, umas outras, como é o caso de toda a história relatada e o simples percurso "profissional" do rapaz, que só estão ao alcance do "esquema". Aliás, como é próprio de um país de esquemas, cunhas e compadrios.

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tap

por Sérgio de Almeida Correia, em 26.02.16

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Das poupanças nas PPP com que andaram a encher páginas nos jornais sabemos agora que só conseguiram 25% do anunciado, isto é, falharam em 75%. A TAP foi só a cereja no topo do bolo da escandaleira das privatizações. Não por haver empresas que foram e deviam ter sido privatizadas, mas porque havia muitas maneiras de privatizar e eles escolheram a pior, a mais desonesta, a menos transparente, refugiando-se agora nas trincheiras da Assembleia da República.

Quando leio hoje que "[a] Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) estará a ser pressionada por Bruxelas para que seja garantido, por todas as vias, que a TAP não acaba controlada por accionistas não-europeus" e que em causa "está a posição de David Neeleman, sócio minoritário do consórcio Atlantic Gateway, mas também os acordos comerciais, operacionais e financeiros que se têm estabelecido desde a privatização da TAP com outras empresas da esfera do empresário norte-americano", só me dá vontade de lhes dizer que foi pena não terem manifestado as suas preocupações antes, quando Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e o fedayin Monteiro andaram a fazer asneiras, à pressão, sem tomarem as cautelas necessárias para protecção dos interesses nacionais. Enfim, nessa altura é que os deviam ter espremido e avisado. Eles e os amigos safaram-se. Os portugueses ficarão com as chatices, com os prejuízos e com as suas contas mal enjorcadas.

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lodo

por Sérgio de Almeida Correia, em 18.02.16

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No dia 15/02/2016 foram as notícias sobre a Parque Expo, os cambalachos cristãos e mais uma salganhada em que o CDS-PP se envolveu à custa da sua presença no Governo de Passos Coelho. No dia seguinte, no Público, José António Cerejo pôs-nos ao corrente das contratações republicanas na Câmara de Lisboa. Logo a seguir vem mais um episódio da novela da TAP, por causa dos chineses da Hainan Airlines. Como não chegava a vergonha que foi o processo de privatização, agora cai-nos na sopa mais uma mosca, desta vez "patrocinada" pelo Governo de António Costa, fazendo-se de conta que ninguém sabia da existência de um acordo desde Setembro de 2015 entre os chineses e os que ficaram com a companha aérea nacional. Como se toda a gente, em Novembro de 2015, não soubesse já o que se estava a passar entre chineses e brasileiros. Até em Macau se sabia.

Não há um dia que os portugueses não sejam confrontados com estas surpresas, que de tão rotineiras se tornaram numa banalidade. Não há nada que seja claro, que seja realizado de forma limpa, transparente, explicado numa linguagem acessível a qualquer leigo, em termos tais que todos possam desde logo compreender e julgar os caminhos que o interese público e os governantes percorrem sem necessidade de esclarecimentos adicionais. Continua-se a "queimar etapas" e a "agilizar processos", mas fazêmo-lo seguindo por becos mal iluminados, por estreitas veredas, através de caminhos pantanosos, deixando que o lodo salpique os contratos que nunca vimos e que se entranhe no calçado com que marchamos. E o pior de tudo isto é que depois queremos que o lodo saia batendo com os contratos no tampo da secretária, esfregando os pés na calçada ou com uma condecoração do Presidente da República do tipo "Torre e Espada lava tudo".

As lapas podem ser arrancadas e, pelo menos, são limpas, autênticas e saborosas. O lodo pesa no calçado. E como não se descalçam à entrada de S. Bento ou de Belém, para não ficarem com os pés frios, deixam tudo patinhado.

 

(fica aqui mais um link para acerto de contas)

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hemingway

por Sérgio de Almeida Correia, em 15.02.16

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Apesar de ser um admirador da obra de Hemingway e do personagem que o mito criou atrás do nome, desconhecia de todo o episódio da passagem do escritor e jornalista por Hong Kong entre 22 de Fevereiro e Abril de 1941, numa altura em que a II Guerra tomava conta da Europa e o conflito sino-japonês continuava a endurecer.

Aproveitando o facto de se comemorarem os 75 anos da chegada a Victoria Harbour do clipper da Pan Am que transportou o escritor, Stuart Heaver publicou na edição de ontem do Post Magazine, suplemento do South China Morning Post, um magnífico trabalho sobre essa visita com o sugestivo título de "The importance of being Ernest".

Ao longo do texto, cuja leitura recomendo a quem consiga ter acesso ao jornal, Heaver percorre os lugares, muitos deles ainda hoje existentes, por onde passou o escritor e a, ao tempo, sua mulher, a também jornalista Martha Gellhorn, com quem se havia casado em Cuba em Novembro de 1940, a tal ponto que a viagem à Ásia foi descrita como a sua "lua-de-mel."

Hemingway já era ao tempo uma celebridade em razão das suas crónicas de guerra e da publicação de "For whom the bell tolls", cuja primeira publicação ocorrera em Outubro de 1940, depois de ter sido escrito em passagens por Cuba, Key West e o Idaho, em 1939.

Depois do desembarque, que fora anunciado nas páginas da imprensa local com grande destaque nas semanas anteriores, Hemingway e Martha deslocaram-se de Kai Tak, onde existia o velho aeroporto, para a ilha usando o Star Ferry e hospedando-se depois no famoso Hong Kong Hotel, em Pedder Street. O Hong Kong Hotel foi o primeiro hotel de luxo da cidade e depois de diversas vicissitudes acabaria por ser demolido em 1952.

O texto do SCMP aproveita o testemunho de Peter Moreira, que foi um dos grandes jornalistas do Post e autor de um livro publicado em 2006 onde é recordada a passagem do casal Hemingway/Hagellhorn pela Ásia cujo título é "Hemingway on the China front". Por aí se fica a saber o que terá sido essa jornada do casal por estas paragens, onde hoje de novo me encontro, e no modo como essa experiência terá sido vivida. Hemingway em nada defraudou as expectativas e tudo o que o tornou famoso, no bom e no mau sentido, repetiu-se em Hong Kong nas semanas seguintes.

Ao chegar ao hotel onde se alojou, Hemingway tomou conta do seu bar, o The Grips, onde se rodeou de um grupo de habituais frequentadores, sempre prontos a contarem novas histórias, a divertirem-se e a ingerirem quantidades industriais de álcool das mais diversas origens. O estado de espírito do escritor era tal que a um jornalista que quis entrevistá-lo aconselhou "drink up, drink up, I am in the money".

Enquanto Hemingway bebia galões no The Grips e ia "socializando", relata-nos Heaver, Martha foi tomar o pulso à cidade, já então sob a pesada influência do conflito sino-japonês e acabou a visitar mercados, bordéis, casas de ópio e a inteirar-se das condições dos refugiados que demandavam a colónia britânica. Na altura, entre as companhias do escritor estavam Emily Hahn, famosa pela aventura extraconjugal com o capitão Charles Boxer, distinto linguista que colaborava com os serviços secretos ingleses e cuja mulher fora evacuada em Junho, mas também alguns poderosos tycoons locais a quem Hemingway se referiu como YT e CK, um oficial superior da polícia de HK, diplomatas, as tripulações de folga da CNAC e um judeu polaco conhecido como Morris "Two Gun" Cohen, que foi general no Kuomintang e guarda-costas de Chiang Kai-chek. Cohen foi o grande companheiro de Hemingway em Hong Kong e aquele que o apresentou a Madame Sun. De acordo com o relato de Heaver, baseado num escrito de Martha, foi Hemingway quem introduziu o Bloody Mary em Hong Kong e o escritor, em carta para um amigo, terá escrito que, com a possível excepção do exército japonês, ter-se-á ficado a dever-se a essa bebida a responsabilidade pela queda de Hong Kong.

Durante os meses que permaneceram pela região, ao que rezam as crónicas, Hemingway também funcionou como espião, recolhendo informações para o seu país, em especial para Henry Morgenthau, que era o Secretário do Tesouro, a partir de fontes tão fidedignas como Cohen e Boxer.

A Martha Gellhorn não era dada a mesma atenção, apesar da sua mulher já ser uma autora reconhecida no seu país, pois tinha publicado dois romances, era correspondente do Collier's Magazine e, entretanto, já estivera em reportagem na Alemanha, efectuara a cobertura da Guerra Civil espanhola e testemunhara a ocupação da Finlândia pela União Soviética. Como recorda Heaver, 75 anos depois a sua descrição de Hong Kong ainda se mantém actual: "To newcomers, Hong Kong seems like a combination of Times Square on New Year's eve, the subway at five-tirthy in the afternoon, a three alarm fire, a public auction and a country fair".

O trabalho de Heaver está repleto de episódios e relata histórias tão interessantes como a do encontro em Chungking com o Generalíssimo Chiang-Kai-chek, em 14 de Abril, no dia seguinte à assinatura do pacto de não-agressão entre Estaline e o Japão, quando aquele num evidente sinal de respeito para com os visitantes retirou a placa da sua dentadura para receber o escritor, ou do encontro entre Martha e a senhora Chiang. Sobre esse encontro Martha referiu que o Generalíssimo parecia embalsamado, que Chiang era "still a beauty and famous vamp" e que esta, em resposta a um comentário de Martha, escandalizada com o facto de haver leprosos nas ruas, lhe disse que "China had a great culture when your ancestors where living in trees and painting themselves blue".

O casal ainda se encontrou com Zhou Enlai (também romanizado como Chu En-Lai), que viria a ser em 1949 o primeiro primeiro-ministro da República Popular da China, encontro que aconteceu na sequência de uma abordagem clandestina feita num mercado e de quem Hemingway, que teve de explicar à mulher de quem se tratava, disse ter sido "the one really good man we'd met in China".

Martha ainda viajaria para Singapura, pela Birmânia e a Indonésia, mas a estadia pelas paragens orientais deteriorou de tal forma as relações do casal que aquela acabaria por publicar um livro (Travels with myself and another) de onde ressalta a forma como passou a referir-se ao seu ex-marido: "UC", isto é, "the unwilling company". Note-se que Martha tinha 32 anos e era uma mulher de uma grande beleza, um espírito liberal e independente, mas nada disso terá sido suficientemente forte para prender o escritor e manter acesa a chama do encontro no Sloppy's Joe Bar, em Key West (Florida), por alturas do Natal de 1936, quando conheceu Hemingway.

Para o escritor, e do que resulta do excelente trabalho de Heaver e dos relatos de Moreira, impossíveis de aqui reproduzir na íntegra, Hong Kong foi uma cidade que o seduziu e que se deixou seduzir por ele, espantado com os glamorosos jantares e corridas em Happy Valley, para onde o cônsul norte-americano Addison Southard fazia questão de convidar o casal e ser o anfitrião. De acordo com o texto do Post, o escritor terá ficado impressionado com a quantidade de mulheres que os "500 milionários" de Hong Kong recrutavam do outro lado da fronteira.

Depois da estadia no Hong Kong Hotel, com Martha farta dos rebentamentos de panchões, o casal mudou-se para o Repulse Bay Hotel, no lado sul da ilha, local onde hoje existe um conjunto de apartamentos, mas em que se teve o cuidado de preservar a fachada do velho hotel, ainda existem os locais com os nomes de então, como o Verandah Restaurant e o Bamboo Bar. Depois de uma renovação em 2009 existe uma placa recordando a passagem de Hemingway por lá.

Após o regresso da China, Hemingway instalou-se sozinho no Peninsula Hotel, especulando-se sobre se terá sido mesmo verdade que foi aí que o escritor dormiu com três prostitutas ao mesmo tempo. Sobre esse facto, Heaver menciona a descrição feita pelo autor em Islands in the Stream, texto póstumo publicado em 1970, mas não há certezas sobre isso.

Em 6 de Maio, Hemingway partiu de Hong Kong rumo a Manila, onde certamente terá continuado a sua aventura. Nunca mais voltaria à Ásia. Como escreve Heaver, a sua partida foi também o fim da lua-de-mel com Martha, para quem o casamento "was just too boring" e que acabaria por se desfazer no regresso a Londres. Martha, de acordo com o relato de Heaver, foi a única mulher que deixou o escritor e esse facto terá sido algo que este nunca lhe perdoou.

O documento que Heaver deixou ontem nas páginas do Post Magazine é um trabalho notável pela quantidade de informação e de referências que aí se lêem, ajudando a iluminar essa parte esquecida, porventura escondida, da vida do escritor.

Ter a sorte, apesar de muitas vicissitudes recentes, de poder continuar a ser um homem livre e um viajante, percorrendo textos e locais como os descritos, deixa-me com uma vontade especial de regressar em breve a Repulse Bay. E certamente que quando voltar a passar por Pedder Street ou a tomar um copo no Peninsula, que continua a ser um local de culto da cidade, não deixarei de recordar as páginas de Heaver e de aqui trazer algumas fotos desses locais por onde Hemingway passou e que agora fiquei a conhecer, repartindo com os leitores do DO o que aqui e ali vou vendo e aprendendo.  

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anedotário

por Sérgio de Almeida Correia, em 14.02.16

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Ter um primeiro-ministro acompanhado por um presidente de câmara e da respectiva vereação a inaugurar, em pleno no século XXI, uma escola com capacidade para pouco mais de trezentos alunos do ensino pré-primário e primário não devia ser motivo de notícia, a não ser pelo ridículo que daí pudesse resultar.  

Agora, ter um ex-primeiro ministro, líder da oposição, a inaugurar em Fevereiro de 2016 essa mesma escola que, por acaso, entrou em funcionamento no ano 2013/2014, além de ridículo é sinal de uma cultura provinciana e clientelar de tal forma aberrante que dir-se-ia ter a escola sido paga com as contribuições dos militantes do partido a que preside, e não com o dinheiro dos contribuintes portugueses. 

E não, não se trata de uma escola numa região remota da Sicília ou da Calábria. É em Lordelo, concelho de Paredes, e espera-se que não falte a banda da terra e o padre da paróquia. A cena é de tal forma surrealista que é anunciada na página oficial do PSD. E também não consta que alguém se tenha rido.

 

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conselheiro

por Sérgio de Almeida Correia, em 11.02.16

Na parte que lhe toca – porque quanto ao resto temos as inerências e as escolhas da Assembleia da República – esteve em geral bem e não poderá ser atacado pelos critérios quanto à recondução de Leonor Beleza ou à escolha de António Guterres. A inclusão de Eduardo Lourenço é uma excelente notícia, porque é no Conselho de Estado  que gente como ele deve estar, e Lobo Xavier é um dos homens livres da direita, um dos que sabe pensar pela sua cabeça. Incompreensível é a chamada de Marques Mendes. Para além de nos últimos anos ter andado a fazer de megafone do Governo e de porta-voz oficioso dos interesses instalados, o que recentemente se soube sobre a facilidade com que se oferece para pegar no telefone e pedir favores, não abona muito a favor de um Conselheiro de Estado. Não se trata, evidentemente, de um problema de corrupção, nem de coisa parecida, mas de uma questão de atitude e de mentalidade. Esperemos que o futuro não nos reserve mais surpresas sobre o personagem.

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