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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
"Mas fosse o Governo cair daqui a 12 dias, a 12 meses ou a 12 anos, há um nome que nunca poderia constar de uma lista de ministeriáveis de uma democracia digna, responsável e madura. Refiro-me ao novo ministro da Administração Interna, João Calvão da Silva.
Há 14 milhões de razões para João Calvão da Silva não poder ser nomeado ministro, uma por cada euro que Ricardo Salgado recebeu do construtor José Guilherme. E nenhuma razão para que alguém se lembre de o pôr à frente da Administração Interna, tendo em conta que ele foi um dos dois distintos professores de Direito de Coimbra a assinar um parecer atestando a idoneidade de Ricardo Salgado para continuar à frente do BES após ter embolsado a famosa “liberalidade”. - João Miguel Tavares, Público
Um recebia empréstimos de milhões do amigo para viver acima das suas possibilidades. Outro viajava para Bruxelas para tratar dos assuntos de terceiros e só recebia as despesas de transporte e alojamento. Um outro serviu o país e a Europa tão desinteressadamente que hoje acumula dezenas de tenças; e ainda há aquele velhote que recebe centenas de milhares de euros dos chineses, diz ele, "por mérito". Este de que fala agora João Miguel Tavares vai a ministro depois de ser pago para justificar "liberalidades" de 14 milhões dadas a um banqueiro que se esquecia de declarar milhões ao fisco e levou um dos bancos do regime à falência, deixando os portugueses a arder e a pagarem pelos desmandos que praticou.
Enfim, tudo gente altruísta cujo espírito de serviço público é atestado por quem lhes dá posse. A idoneidade, essa, já foi atestada pelo cartão do partido, pelos fatos de bom corte e, em especial, pela subserviência a quem lhes paga o sebo que os faz brilhar nos salões. É Portugal no seu melhor. O deles.