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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
A desfeita que Marques Mendes e Carlos Abreu Amorim fizeram a Passos Coelho e a Paulo Portas, quando em vez de ficarem calados vieram dar razão às vozes da oposição quanto à decisão de saber quem discute com quem nos debates televisivos para as legislativas de 2015, não devia ter acontecido. António Costa deve-se ter fartado de rir, mas a mim, que já estou com remorsos do que antes escrevi, custa-me ver de fora o líder do CDS-PP.
Num momento crucial do debate político, com tanto para explicar aos portugueses, não seria justo deixá-lo de fora e não lhe dar a oportunidade de apresentar as suas ideias sem estar sujeito à tutela do líder da coligação PSD/CDS-PP e aos amuos dos sindicalistas da oposição. Da feira de Carcavelos à de São Mateus, sem esquecer alguns amigos meus da JC, o Miguel Esteves Cardoso, que disse que ele um dia havia de mandar nesta "merda", uns sportinguistas emigrados na Venezuela, a Beatriz e a Mariana, mais uns poupadinhos do BES que estão cheios de papel e não sabem que fazer com ele, sem falar numa data de chineses das mais diversas proveniências, que me vieram perguntar pelos seus cartões de desconto e lhe mandaram cumprimentos, não há quem não queira ouvi-lo.
Vai daí lembrei-me de uma solução que, assim o espero, poderá colher a compreensão de gregos, de troianos e das televisões, dando a mais gente a oportunidade de ser esclarecida. E a outros de brilharem e apresentarem as suas ideias. O líder do CDS-PP como institucionalista, homem profundamente respeitador das hierarquias e conhecedor, como poucos, digo eu, das regras do protocolo e das listas de precedências, enfim, da necessidade de a cada um se dar o lugar que lhe é devido, sem atropelos e de acordo com as regras, certamente que estará de acordo com a minha proposta.
Não sendo Paulo Portas candidato a primeiro-ministro, aparecendo ele como o número dois da lista da coligação PSD/CDS-PP por Lisboa, a minha proposta passa pela organização de um debate entre todos os números dois das listas apresentadas no círculo de Lisboa pelas forças políticas concorrentes. Um debate genuíno, entre homólogos, todos segundas figuras das respectivas listas, todos em pé de igualdade, sem necessidade de se andar à procura de umas palmilhas mais altas para alguns.
Para todos eles, mesmo para aqueles que não costumam ir à televisão, seria a hipótese de, pelo menos nesse debate, discutirem as propostas que têm para o país fazendo todos figura de número um. E esta, hein? Seria uma oportunidade de ouro para o líder do CDS-PP poder brilhar, cilindrando o Ferro Rodrigues, a Rita Rato, o Pedro Filipe Soares, a Ana Drago, o Fernando Condesso, e todos os outros que certamente não enjeitariam o convite para participar.
Como diria uma nossa conhecida, se fosse viva e a confrontassem com um convite destes, antes número um por um dia do que número dois a vida toda.
Oxalá que as televisões se entendam para todos terem direito ao seu momento de glória.
Pontos nos iis. Às vezes convém colocá-los. Um presidente da república é recebido pelo seu hómologo, um ministro fala com outros ministros, um secretário de estado com o seu equivalente. Em qualquer parte do mundo, em qualquer democracia civilizada, um candidato a primeiro-ministro debate com outro candidato a primeiro-ministro, um líder de uma força concorrente debate com os líderes das que estão em igual situação. As listas são ordenadas do primeiro para o último. Antigamente era assim que funcionava. E é capaz de continuar a ser durante mais algum tempo.
No Largo do Caldas é que será necessário arranjar um banquinho mais alto para o Dr. Paulo Portas poder chegar à janela. Ou então dar-lhe umas palmilhas novas. Como as do Sarkozy.