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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Eu ouvi Ana Catarina Mendes dizer quais é que eram os critérios. E concordei. E compreendo perfeitamente que haja uma mescla de veterania, experiência e juventude. Mas é evidente que há escolhas que não têm nada a ver com os critérios enunciados, porque os maus resultados políticos, o rasto de desilusão, o serviço às mais diversas "coligações", a defesa de interesses pessoais e de grupo em prejuízo da comunidade, a falta de visão política e a gestão local não recomendavam assomos à janela. Quanto mais a pretensão de lugares de proa.
Tenho pena que assim seja, mas reconheço que há um critério que continua a imperar e que foi o mesmo que os levou a apoiar todos os líderes anteriores e o actual sempre com a mesma convicção. E interesse. Falo do amiguismo. E por isso é que, perdoe-se-me a presunção, estou como o Jorge de Sena. Tenho imensas saudades do país, das gentes, dos amigos, da família, de todos vós. Do Portugal que suportam, não. E aqui, neste meu exílio voluntário, "é evidente que não alterei em nada a minha posição, nem a minha firmeza. Apenas cada vez melhor vejo as engrenagens da política, e desespero da incompetência, que vejo mais generalizada e prestigiosa".
É a vida, eu sei. E com ela não me conformo. Mesmo longe.
Li e reli. A entrevista de José Ribeiro e Castro ao Público. Já o tinha ouvido antes e a conclusão é sempre a mesma: o mal não está à direita, à esquerda ou ao centro. O mal é uma certa forma de fazer política que tomou conta do país e dos partidos. Quando se entregam os navios à rataria, é natural que a gente séria e limpa não se sinta bem nos camarotes que lhe destinam. Ninguém gosta de ficar limitado ao convés e ao que vê da sua escotilha.