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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Sentado na cadeira do otorrino, uma espécie de banco dos réus, de goela aberta e luz nas ventas. Deitado de bruços numa marquesa enquanto as mazelas são tratadas por mãos experientes. Há sempre uma sensação de fragilidade. Também de entrega a quem nos faz bem. Em quem acreditamos.
Vou passando ligeiramente pelas brasas, olhando para o que fica, imaginando o devir. Agora um gel e a coisa continua. Brassens chegando de mansinho. A música? Fui eu que escolhi. Toco violino. Compro os discos em Taipé.
No meio do desconforto, do incómodo, momentos únicos enquanto eles e elas, carinhosas, fazem o seu trabalho. A China tem destas coisas que longe me fazem bem. Confortam. Pieguices.
Poder dar, receber, sentir aquele brilho único do olhar cúmplice dos amigos, dois dedos de conversa, temas banais, coisas da vida, indiscrições saudáveis, um sorriso, uma foto para a posteridade, e dois dedos de Priorat. Ah, como é bom saboreá-lo assim. Repetindo entre gente.