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trapalhadas

por Sérgio de Almeida Correia, em 20.01.15

Umas são mais do domínio da intriga, da baixeza de comportamentos éticos e morais.

Outras pertencem ao mundo delirante do fantástico, da intrujice - "um banco profundamente estável", "um banco robusto, com capitais, credível", só possível em locais onde os valores na sua maioria se evaporaram e os que ficaram desceram ao nível da sarjeta.

E, depois, ainda há outras que pertencendo ao mundo das leitarias e mercearias de vão de escada são convenientemente polidas para se darem ares de scones de casa de chá no Estoril. O resultado é o que tristemente se vai lendo por aí: 

"[C]enário de profunda desorganização e falta de regras nos procedimentos"; “desconformidade de procedimentos quanto ao local de recepção do pedido de Autorização de Residência para Actividade de Investimento (ARI)”; “desarmonia na aceitação valoração dos meios de prova necessários”; “falta de regras claras”; “desorganização no modo de instrução dos processos”; "surpresa face à divisão da taxa de emissão cobrada por cada visto"; “o incumprimento das regras de competência estabelecidas para a decisão”; “controlo interno muito incipiente e fraco, havendo, inclusive, áreas em que é ineficaz”; “considerando o melindre e a ausência de explicação que suscitam alguns dos factos” ...

A mim, o que me faz mais espécie, foi que ninguém tivesse percebido logo isto quando surgiram os primeiros alertas. Agora quem responde? É que não basta dizer que se quer um manual de procedimentos porque alguém tomou a decisão política de pôr o comboio em andamento sem maquinista e com os assuntos entregues ao pessoal do vagão-restaurante das Necessidades.

Quem vai aparecer para dar a cara? Quem criou, anunciou e propagandeou os méritos da criação do programa? Quem fez o marketing da "trapalhada"?

Ou querem que seja a ministra, que ainda agora entrou e que nunca andou metida nestas andanças, tão típicas e tão trapalhonas de uma certa direita nacional, que dê a cara por esta monumental borrada pela qual só os partidos da coligação e os seus principais dirigentes, a começar pelo primeiro-ministro, que andou a querer dar lições de rigor aos outros, logo ele que andou naquelas confusões das despesas de representação e das "viagens pro bono a Bruxelas", e os ministros dos Negócios Estrangeiros podem responder? Há alguém que responda politicamente por este caos no interior de um sector tão sensível do Estado, uma situação que envergonha o País, os portugueses que não andam a garimpar nos negócios do regime e a sua Administração Pública?

Recorde-se, por fim, que a actual responsável pela IGAI foi convidada pelo ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, um dos três que levou o PSD ao Governo, para exercer as actuais funções, pelo que o Governo nem sequer se pode queixar do inquérito ter sido conduzido por gente que não lhe merecesse a máxima confiança, o que torna sobremaneira grave e inaceitável o silêncio de Passos Coelho e Paulo Portas.

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rasto

por Sérgio de Almeida Correia, em 19.01.15

G7ZldVehtYY.jpgQuem se recorda deles, dos ricos de Roma ou de Atenas? Que se recorda deles? Tirando um ou outro que é referenciado nos livros de história, a maioria viveu e partiu. Sobraram algumas pedras que hoje muitos usam para escolher a luz, o melhor plano, enquanto olham para uma câmara fotográfica. Há outros de quem se sabe o nome e de quando em vez nos recordamos ao folhear um livro. Lá está a citação, uma referência, às vezes também no Borda d'Água. Nada mais. Foram.

Um tipo pode levar a vida a trabalhar, enriquecer, deixar uma prole imensa, uma caterva de livros, como o Paulo Coelho ou o Rodrigues dos Santos, um apelido, escolher uma vida faustosa ou simples, confortável ou estóica, percorrer os caminhos da sombra ou as luzes da ribalta, deixar um monte de tralhas, uma memorabilia. E não deixar nada. Não deixar um rasto. Ou, então, deixar um rasto que se apaga mal o Sol se ponha.

Que pode valer um caminho sem rasto, uma vida sem rasto, quando os outros, os que ficarão, não conhecem os caminhos que foram percorridos, as rotas por que optámos, as veredas por onde nos equilibrámos, por onde espreitámos o ribeiro e tememos a aurora? Que pode isso valer quando não se tem um rasto por onde os que ficam nos possam seguir? Um rasto que diga aos outros por onde andámos, o que fizemos, o que escolhemos. O porquê de uma vida.

O único rasto que vale a pena deixar tem de ser útil. Tem de servir a quem fica. E aos que vierem depois, e depois, e depois, para que não se perca na espuma dos dias ou numa mesa de gamão. O rasto da participação cívica, do trabalho em prol da cidadania, do investimento na educação, a longo prazo, pode não trazer resultados imediatos mas é o único que marca. Como um ferro em brasa. O único que engrandece, o que diz aos outros por onde andámos. O que perdura na prole. Na do próprio. Na dos outros. O que perdura nunca será pó. 

 

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sublime

por Sérgio de Almeida Correia, em 18.01.15

Uma peça magnífica, uma explosão de harmonia, cor, movimento, pontuada aqui e ali por momentos de paixão. O teclado deslizando frenético para cá e para lá perante mãos que pareciam imóveis. Tudo envolvido pela afirmação de uma orquestra que é em cada dia que passa uma garantia de continuidade, de trabalho bem feito, de rigor e talento na execução, dirigida por um homem que atinge hoje o Olimpo nos movimentos largos da sua batuta. Começar a temporada com o piano de Zimerman, os músicos de Lu Jia e o Concerto para Piano n.1 em D menor, Op. 15, de Brahms, foi um gosto. Tudo bem feito. Seria bom que assim continuasse, mas eu sei que os deuses não descem à terra todos os dias.

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china

por Sérgio de Almeida Correia, em 17.01.15

Sentado na cadeira do otorrino, uma espécie de banco dos réus, de goela aberta e luz nas ventas. Deitado de bruços numa marquesa enquanto as mazelas são tratadas por mãos experientes. Há sempre uma sensação de fragilidade. Também de entrega a quem nos faz bem. Em quem acreditamos.

Vou passando ligeiramente pelas brasas, olhando para o que fica, imaginando o devir. Agora um gel e a coisa continua. Brassens chegando de mansinho. A música? Fui eu que escolhi. Toco violino. Compro os discos em Taipé.

No meio do desconforto, do incómodo, momentos únicos enquanto eles e elas, carinhosas, fazem o seu trabalho. A China tem destas coisas que longe me fazem bem. Confortam. Pieguices.

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bênção

por Sérgio de Almeida Correia, em 17.01.15

Poder dar, receber, sentir aquele brilho único do olhar cúmplice dos amigos, dois dedos de conversa, temas banais, coisas da vida, indiscrições saudáveis, um sorriso, uma foto para a posteridade, e dois dedos de Priorat. Ah, como é bom saboreá-lo assim. Repetindo entre gente.

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comendas

por Sérgio de Almeida Correia, em 16.01.15

Congratulo-me com a decisão e a postura assumida pela senhora Presidente do Conselho das Ordens Nacionais. Espero, aliás, que idêntico procedimento seja seguido em relação a todos os que se encontram na mesma situação ou que venham a estar. Não só por respeito pelo princípio da igualdade mas, igualmente, para que aos poucos se possa ir corrigindo a desbunda anual da atribuição de comendas e medalhas às mais obscuras personagens, protegendo-se aqueles que efectivamente as mereceram e não podem ficar no mesmo saco de quem, como se vê, não foi digno de as merecer.

E também espero que a cor política, seja ela rosa, laranja, azul bebé ou amarelo às riscas, não seja impedimento à actuação dos agentes do Estado que têm a responsabilidade de ajudar a República a recuperar, aos poucos, os seus princípios e a sua própria dignidade, deixando de ofender os portugueses e quem, como o Infante D. Henrique, não devia ter o seu nome envolvido no escândalo.

Escusava de ser assim, mas se a correcção da falta de critério, e também de algum bom senso de quem as tem proposto e atribuído ao longo de 40 anos de democracia, não pode ser feita de outra forma, então que seja assim. Já basta a choldra anual.

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anita

por Sérgio de Almeida Correia, em 12.01.15

F3ku45i.jpgNão foi só a actriz de Dolce Vita e a musa de Fellini. Ela foi Roma. E Roma nunca mais foi a mesma.

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provocação

por Sérgio de Almeida Correia, em 08.01.15

sabir-nazar1.jpgJá andava há uns meses tentado a escrever algumas linhas sobre uma reflexão que ultimamente me causticava o espírito em razão de textos e comentários que por aí vou lendo. O absurdo episódio de ontem obrigou-me a não deixar passar mais tempo. De certa forma, revejo-me nos que foram surpreendidos pela barbárie e que pagaram com a vida o preço de uma liberdade que as democracias se revelam cada vez mais incapazes de defender.

Não tenho qualquer dúvida que a liberdade de expressão, em todas as suas manifestações, não é um valor fundamental das sociedades democráticas. A liberdade de expressão é o valor matricial da democracia. A raiz que saída do pensamento dá luz a tudo o que necessita de se revelar aos olhos e ouvidos dos nossos semelhantes.

Se me pedissem para colocar numa escala hierarquizada as liberdades, confesso que não hesitaria em colocar, logo a seguir à liberdade de pensamento, a liberdade de expressão. É a liberdade de expressão que dá sentido ao que na nossa intimidade, em qualquer solidão, somos capazes de pensar. Sem liberdade de expressão não há pensamento articulável. Sem ela estaremos no campo da ausência de construção, sem instrumentos de composição. Só vale a pena pensar se formos capazes de construir e exprimir o que pensamos. De torná-lo acessível e estimulável pelo permanente exercício da liberdade de expressão. O modo como esta se revela é que pode tornar-se problemático porque nem todos pensamos da mesma maneira, nem todos pensam com a mesma desenvoltura, não escrevem todos o mesmo, com igual facilidade nem sob a mesma forma, e a arte do desenho, da caricatura, da composição gráfica ou gestual não foram distribuídas por igual entre todos nós. Expressamos a nossa liberdade pelas formas que nos estão ao alcance, usando as armas que melhor sabemos manejar.

Acontece que alguns de nós as manejam exemplarmente, o que faz com que a forma como esse exercício se processa também não seja igualmente compreensível por todos nós. Se não segue a mesma bitola também não se rege pelos mesmos cânones. E é aqui que perante a incompreensão, o insulto, a obscenidade, quantas vezes por simples deficiência na recepção da mensagem, somos confrontados com a barbárie. O que aconteceu na redacção do Charlie Hebdo foi o encontro da liberdade de pensamento expressa através do desenho com a incompreensão da mensagem na sua forma mais bárbara.

A dimensão desta incompreensão, antes de ser um problema da democracia, é uma questão que diz respeito a cada um de nós, cartoonista ou não, cuja resposta deverá ser encontrada na formulação de uma simples pergunta: qual o sentido da provocação?

Admito que sou por natureza um provocador. Mais quando pretendo estimular em quem me escuta ou me lê uma reacção, um movimento de resposta, de geração da discussão, de insatisfação. Perante um problema, ao manifestar o meu direito à opinião, gosto de provocar os que me escutam, os que me lêem. Porque entendo que só dessa forma a própria clareza da ideia pode sobressair e ser mais facilmente entendida pelo destinatário. Essa será a única forma, ou pelo menos a mais fácil, à laia de um beliscão, de provocar o receptor acomodado.

A provocação é um risco que só valerá a pena correr se conduzir ao efeito pretendido. Saber até que ponto a provocação vale a pena não é questão de somenos. E há dois pontos em que a provocação se torna irrelevante: 1) quando não é entendida pelo destinatário; 2) quando se torna inócua. A provocação irrelevante deixa de servir os seus propósitos. Por ignorância, incapacidade intelectual ou défice de comunicação a provocação irrelevante conduzirá, em regra, à reacção desproporcionada, desajustada, por vezes ofensiva. Na segunda situação gera a indiferença e nada mais.

Proteger a liberdade de expressão é garantir a liberdade de pensamento. Às democracias, a todos nós, compete-nos proteger a primeira se se quiser continuar a pensar livremente. E a protecção daquela passa por assegurar o exercício do direito à provocação. Até que esta no seu percurso se torne irrelevante. De caminho poderá causar incomodidade, insatisfação, desconforto, até ofender. A ofensa não torna a provocação menos legítima. Ou desmerecedora de protecção. Porque contra a ofensa, nas democracias, há sempre remédio. Talvez seja isto o que nos afaste deles. Quando não se conhece desconfia-se. Quando se ignora não se acredita.

O Estado de direito é hoje o estado da provocação permanente. Por isso se torna tão imperioso protegê-lo. E é preciso que eles o entendam pela única forma que pode tornar a provocação irrelevante: a educação na liberdade e na responsabilidade. Com a Bíblia, a Tora ou o Corão na mão, se necessário for. Como fizeram os cartoonistas do Charlie Hebdo. E como fazem homens como Sabir Nazar. No Paquistão. Até que a provocação se torne irrelevante. Até que gere a indiferença.

A provocação também se educa.

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cara-de-pau

por Sérgio de Almeida Correia, em 07.01.15

Quando está em causa o interesse e a saúde da comunidade, a incompetência de gestão não pode ser premiada, ao fim de meia dúzia de anos, com mais um ano probatório. E é preciso ter uma grande falta de amor-próprio, ausência de brio, e possuir um espírito de tal forma subserviente para depois de ser descomposto publicamente, recebendo uma reprimenda por manifesta falta de competência pelo responsável governativo, que o tinha ali ao lado, ter estofo para se manter em funções.

Que o homem não tinha perfil, nem qualidades, que o indicassem para o lugar era há muito público e notório. Que estivesse disposto a levar para casa um desaforo dessa grandeza, como se fosse uma criança mal comportada, aceitando que lhe dessem mais um ano para mostrar que nada vale, é que é novidade. 

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jean-pierre

por Sérgio de Almeida Correia, em 07.01.15

BIGjean-pierre-beltoise_brm-p160b_monaco_1972-545xNasceu em 26 de Abril de 1937, em Boulogne-Billancourt, nos arredores de Paris, e desde muito cedo mostrou a sua fibra. Depois de ter conquistado entre 1961 e 1964 onze títulos de campeão de França de motociclismo, empreendeu uma carreira no automobilismo. O seu nome era sinónimo de liberdade, rebeldia e espírito de combate. A sua primeira corrida, como ele próprio disse, poderia ter sido a última, quando o seu carro, um Djet, preparado por Bonnet, derrapou e se incendiou nas 12 horas de Reims. A sua morte chegou a ser anunciada aos microfones. Miraculosamente sobreviveu e dez meses depois, tendo escapado a uma amputação do braço esquerdo, voltou às pistas. Vingou-se com uma vitória em Fórmula 3 nessa mesma pista de Reims, como que dizendo ao destino que estava ali para vencer. Campeão de França de Fórmula 3 em 1965, campeão da Europa de Fórmula 2 em 1968, tornado famoso pelas páginas de Michel Vaillant, cunhado do inesquecível François Cevert, correndo ao lado de Henri Pescarolo e Jean-Pierre Jarier, a sua carreira ficaria marcada pela sua única vitória na Fórmula 1, numa tarde chuvosa de Maio, em que desafiando nomes como Jackie Ickx e Emerson Fittipaldi arrebatou a coroa de glória do Grande Prémio do Mónaco, ao volante do BRM n.º 17 com as cores da Marlboro, equipa onde viria a encontrar Niki Lauda e Clay Regazzoni. As 85 corridas que fez na Fórmula 1 não lhe deram nenhum título e após a morte do seu cunhado, nos treinos de Watkins-Glen, em Outubro de 1973, decidiu colocar no ano seguinte um ponto final na sua carreira na F1. Em 1976 faria história em Le Mans, na categoria GTP, onde fazendo equipa com Pescarolo levou o Inaltera-Rondeau à vitória. Nos Sport-Protótipos obteria mais 12 vitórias para lhe rechearem o palmarés. O seu nome ficará para sempre associado ao de um piloto talentoso, excepcionalmente combativo, que como qualquer ser humano teve horas de sorte e de azar. Transportou sempre consigo uma aura de romantismo e glória. Desapareceu agora aos 77 anos, fora das pistas, vítima de um acidente vascular cerebral, sofrido em Dacar (Senegal), mas será como um herói que permanecerá para sempre na memória dos amantes do automoblismo de competição.      

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