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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Da autoria de Fraçois Boucher, pintor que viveu entre 1703 e 1770, "Diana saindo do banho" foi pintado em 1742 e mostra a deusa, depois de uma caçada e de um banho retemperador, a preparar-se para se arranjar enquanto segura um colar de pérolas. A seu lado uma ninfa que a ajuda. O quadro é todo ele um hino à feminilidade e à beleza da mulher, sendo Diana apresentada em toda a sua graça e sensualidade, em comunhão com a natureza. A luz vem toda da esquerda e a profundidade do azul faz realçar ainda mais a frescura e brancura da pele da deusa e o verde da vegetação. Ao seu lado, no chão, os troféus da caçada.
Detesto a sensação de desconforto seja qual for a razão. As coisas que nos desconfortam são muitas vezes necessárias. Escrever é muitas vezes desconfortável. Não pelo acto da escrita em si; antes porque nos obriga a pensar e a registar o que a consciência nos impõe. Para que esta se mantenha lúcida e a liberdade de pensamento e de análise possam continuar a viver sem se sentirem constrangidas por aquilo e aqueles que nos rodeiam. Para que o exercício da cidadania continue a fazer sentido.
Viver é também a confrontação com o desconforto, para dele nos libertarmos e sentirmos prazer no que fazemos. Por nós. Pelos outros em especial.