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patacôncios

por Sérgio de Almeida Correia, em 17.06.14

Cobrem-nos de honrarias antes mesmo de fazerem qualquer coisa. O País está permanentemente aos seus pés. Tempo de antena, publicidade, contratos milionários, mochilas "xpto", garinas rendidas, frotas de luxo, brincos de todas as cores e feitios, almoços e selfies com o Presidente da República, que nestas coisas é tão português como todos os outros, são o pão nosso de cada dia. Depois sempre discursa o Bento, sargentão ao estilo dos nossos dirigentes políticos, que tem tanto de trabalhador quanto de teimoso, antes da imprensa começar a anunciar que somos uma equipa temível e que todos os outros estão borrados de medo. Na hora da verdade, tal como o seleccionador alemão anunciara, para os adversários da selecção portuguesa a única coisa que importa é saber onde anda Ronaldo - o "Cris", diz Paulo Bento - e controlá-lo. Os restantes, com a preciosa ajuda da mentalidade nacional, tratam de se anular a si próprios para depois se desculparem com o árbitro. Falta de atitude competitiva, ausência de estatura psicológica, erros grosseiros para profissionais pagos a peso de ouro, não faltou nada à selecção nacional para a festa alemã ser completa. Na baliza a displicência e aselhice estiveram imbatíveis. A defesa levou noventa minutos à procura das marcações. O meio-campo não chegou a perceber se o jogo tinha começado, enquanto na frente o único ponta-de-lança se atrapalhava com o bigode. Enfim, com excepção de um outro ou outro, como o capitão, Coentrão ou Moutinho, os que lá andaram exibiram o habitual, o que aprendem nas academias dos clubes e o que fazem todo o ano nos relvados nacionais. Lá fora nem sempre. Nos livros continuaremos a figurar como uma selecção indisciplinada, zaragateira, que usa os braços, as mãos, os cotovelos, o tronco, às vezes também os pés para jogar futebol. A cabeça é que só serve para usarem chapéu e ostentarem o último grito em matéria de cortes de cabelo. O que quer que façam contra os Estados Unidos e o Gana já não apagará a má imagem que deixaram em Salvador. E o desgosto com que cobriram a nação. O Brasil também. Como todos os portugueses, eu também gostava de ter tido mais. Duvido é que o mereçamos.

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