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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Continuo a pensar que ver portugueses em lugares de destaque em instituições internacionais é bom para os próprios e para o País. E é natural que os melhores técnicos sejam contratados. De qualquer modo, ao saber da notícia de que o ex-ministro das Finanças vai assumir um lugar no FMI de aconselhamento sobre finanças públicas e assuntos fiscais de países membros dessa organização, não posso deixar de pensar, face às declarações de madame Lagarde, se essa escolha, tão pouco tempo passado sobre a demissão de Gaspar fará sentido. Caso semelhante já se tinha passado com Manuel Pinho com uma cátedra nos USA subsidiada por uma empresa anteriormente dependente do ministro. Em causa não está o mérito dos escolhidos. Era importante, sim, saber, ainda que apenas numa perspectiva ética, qual o período de nojo que em política deve ser considerado razoável para se regressar à actividade política - casos de José Sócrates, como comentador televisivo, ou de Miguel Relvas, como conselheiro nacional do PSD -, ou para que alguém possa ir trabalhar, ser pago ou beneficiar dos apoios, contrapartidas ou salários, de uma entidade que pouco tempo antes negociava com esse mesmo contratado. Mesmo que não seja esse o caso, e não creio que o seja, na opinião pública pairará sempre a ideia de que se tratou de um pagamento de favores. E isto não é bom nem para o contratado, nem para a imagem das instituições. Em especial, neste último caso, para o governo de onde se saiu. Que por acaso, e talvez mesmo só por acaso, é o Governo de Portugal.