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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Não deixa de causar espécie como é que gente prudente a gerir o seu dinheiro é apanhada em situação de precisar do apoio de terceiros, isto é, do Governo e dos contribuintes, para evitar o descalabro numa das suas instituições. No caso está em causa uma das âncoras do sistema bancário nacional. O facto de muitos dos gestores que aparecem nas bancadas dos partidos do "centrão" e nos executivos que nos levaram à actual situação saírem do Grupo Espírito Santo e suas associadas ou participadas, e em especial os erros crassos que por alguns daqueles têm sido cometidos quando em funções públicas, não abona a seu favor. Mas o que de todo não joga com a imagem cultivada pela instituição BES é a figura de banqueiro pelintra e com contas "gatadas" que agora nos surge. É coisa que não bate certo com a conversa da gestão criteriosa e rigorosa que nos habituámos a ouvir por parte dos seus responsáveis, nem com os conselhos públicos dirigidos a ministros, nem com a figura de rico que cobra caro pelos serviços que presta enquanto derrete milhões em campanhas publicitárias com porquinhos, mealheiros e futebolistas. Se por alguma razão, que espero não aconteça, formos obrigados a pagar mais um banco, nessa altura a gestão do BES em nada se distinguirá das que deram cabo dos seus congéneres. Podem mudar os nomes que no fim sobrará a imagem chamuscada, tanto mais que o dinheiro para cobrir os prejuízos sairá, uma vez mais, do mesmo bolso. Do nosso.