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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Leio numa curta notícia os nomes das entidades que beneficiaram de subvenções estatais em 2012. Desconheço as razões que estarão por detrás desses donativos que saem do bolso de todos os portugueses numa altura de tão grande crise, mas tirando uma ou outra que é susceptível de gerar desconfiança, a maioria até será compreensível. Contudo, há um caso que pela sua imoralidade diz muito da forma como o dinheiro público é gerido. Refiro-me à subvenção de mais de nove milhões de euros para a Federação Portuguesa de Futebol.
Todos sabemos as receitas que o futebol gera, os milhões que se movimentam na sua sombra e como a gente a ele ligada, e não só nessa entidade, se costuma tratar. Se a subvenção à FPF em si já é questionável, e eu sou adepto de futebol, ainda o será mais sabendo-se agora que cerca de 8,8 milhões foram dados por nós, contribuintes, para serem pagas as dívidas dos clubes ao fisco. Os mesmos que compram jogadores em todo o mundo pagando milhões pelos passes e oferecendo aos contratados salários principescos, sendo que alguns daqueles são de mais do que duvidosa qualidade na sua arte.
Em anos de tantos sacrifícios, com tanta gente a passar mal, o que esta subvenção nos diz é que o patamar em que este Governo e a sua camarilha operam em nada o distingue dos anteriores que conduziram o País à situação actual. Triste sina a do meu povo.