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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
O ministro da Saúde foi ao parlamento debater com a Comissão de Saúde a acessibilidade ao Serviço Nacional de Saúde. O espectáculo das perguntas e respostas foi o costumeiro. As juras confundem-se com as negações. A dado passo, em resposta a um dos interpelantes, a excelência sai-se com esta: “o deputado está claramente afectado”. Acontece que o deputado em questão, por acaso, e talvez mesmo só por acaso, é médico, pessoa educada e um dos melhores daquela casa, e limitou-se a responder que o ministro tinha perdido uma boa oportunidade para estar calado. Também me parece, embora tanto num caso como no outro creia que não sejam esses os termos mais indicados para um debate parlamentar. Atenta a frequência com que cenas deste tipo se repetem naquela casa e a orgulhosa pesporrência dos ministros que ali vão, seria bom que o primeiro-ministro e a senhora presidente da AR promovessem, quem sabe se com apoio da União Europeia ou da Fundação Manuel dos Santos, uns cursos de etiqueta e boas maneiras. A rapaziada aprendia alguma coisa que lhe ficou a faltar em criança e que as "jotas" e o convívio com os banqueiros e donos dos robalos não ensinou a tempo. Com a incalculável vantagem de se poupar o povo à audição parlamentar de diálogos próprios de carroceiros.