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evitar o contágio

por Sérgio de Almeida Correia, em 30.11.13

O Público revela na sua edição de hoje alguns pormenores a propósito do convite e da recusa de Rui Rio em assumir a liderança do Banco de Fomento.

Fazendo fé no que ali se conta, e não há razões que me levem a duvidar da seriedade do relato ou acrescento de qualquer ponto, o episódio confirma em absoluto tudo o que eu pensava antes de quem convidou e de quem recusou. E, mais do que isso, demonstra como é fácil a estupidez cruzar-se com a inteligência mantendo-se tudo na mesma.

Desconheço se o ex-presidente da Câmara Municipal do Porto leu Mazarin e o que este escreveu em 1684 no seu "Breviarium Politicorum". Se não leu indicia todas as qualidades que poderão um dia, se lhe derem o privilégio de umas primárias, vir a ocupar à frente do PSD o lugar que espera António Costa no PS logo que lhe desimpeçam a loja.

Mesmo quem não goste, ou não morra de amores por Rio, desde que conhecesse o seu percurso e estivesse atento à forma como gere as suas intervenções públicas e os tempos em que as faz, dificilmente acreditaria que fosse homem para aceitar liderar neste momento uma instituição - com a importância que nunca terá - como o novel Banco de Fomento. Em especial com o peso político que significa para o actual primeiro-ministro. Menos ainda se o convite formulado por Passos Coelho trazia consigo, como foi o caso, a inacreditável escolha antecipada da equipa que se queria que Rui Rio dirigisse.

Nenhum homem decente, inteligente e sensato q.b. aceitaria, por muito ambicioso ou tributário que fosse ao convidante, ser colocado à frente de uma entidade como o tal Banco tendo de engolir todos os "Franquelins" que lhe fossem impingidos.

O lastro de confusões, demissões, golpadas, convites, "desconvintes" e cegadas várias em que o primeiro-ministro, ou os seus homens de confiança por ele, se tem envolvido desde Junho de 2011, bastariam para obrigar o mais desprevenido a pensar duas vezes antes de, numa altura destas, aceitar meter-se numa embarcação, em mar revolto, sabendo que o almirante que escolheu a tripulação não distingue bombordo de estibordo, é atreito a levantamentos de rancho entre a sua gente, confunde proa com popa e na embarcação que ele próprio dirige já viu a maioria dos seus tripulantes enjoar na ponte, enquanto os sobrantes e os passageiros que foram obrigados a seguir viagem, quase todos velhos, doentes e reformados, se atropelam para ver quem primeiro se atira borda fora na esperança de serem recolhidos por alguém que passe ao largo e lhes atire uma bóia e uma lata de sardinhas.

Uma das coisas que Mazarin aconselhava a um político era que se tivesse de responder negativamente a um pedido fingisse que precisava de reflectir. E que depois se mostrasse sinceramente desolado por não poder atendê-lo. Desconfio que Rio, mesmo que não tenha lido a obra que me veio à memória, nunca precisaria de recorrer a um grau tão grande de perfídia e hipocrisia para recusar o convite. Bastar-lhe-ia ser coerente, como parece ter sido.

Aquilo que para qualquer um de nós seria uma evidência, como o resultado da imposição de uma cura de emagrecimento em quem já dava sinais de subnutrição, não o foi para Passos Coelho.

Pessoalmente estou convencido, no que até Pedro Lomba ou Poiares Maduro num momento de lucidez serão capazes de admitir, que de mais este triste episódio sai um Rio de caudal reforçado que ameaça galgar as margens a qualquer momento, correndo ainda mais violento para a sua foz.

Quanto a Passos Coelho, que neste desgraçado filme comprido e chato faz papel de marujo arvorado, fica a eliminação das dúvidas que restassem sobre a preparação política que recebeu. Ou seja, confirma-se que politicamente possui a preparação de um tarimbado servente de S. Bento. A grande diferença é que este, ainda que convidado para universidades de Verão e convivendo com professores doutores, não aspira ser primeiro-ministro. Nem sequer quando com um grão na asa adormece destapado e virado para a esquerda. Um néscio político não faria pior. Bastar-lhe-ia ir ao calendário e ver que o Primeiro de Dezembro estava à porta e gritar a plenos pulmões: Viva Portugal!

 

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resistir

por Sérgio de Almeida Correia, em 29.11.13

Vejo-os a marchar contra os outros. Com ela à cabeça.

Os outros somos nós. Alguns são estrangeiros, a outros chamam-lhes não-residentes. Também os há residentes, mas vindos de fora, como eu, e os que trouxeram atrás de si os antepassados, também eles chegados de outras paragens, para que alguns como ela fossem hoje residentes.

Não é só a petulância ululante que a crisma. A falta de humildade do discurso é típica de quem cresceu sem aprender a pensar.

Que seria de Atenas, de Roma ou do Império do Meio sem o contacto com os outros, sem a influência dos outros? O estagirita Aristóteles foi meteco em Atenas durante mais de quarenta anos. Morris mostrou-nos bem como Veneza nunca teria sido Veneza sem os que vinham de fora.

Em rigor, o problema não é de xenofobia. É o lastro da ignorância que lhe tolda o senso. E contra a ignorância só há um caminho: resistir.

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indignidades

por Sérgio de Almeida Correia, em 28.11.13

 

A riqueza nunca me afligiu. Sempre convivi bem com ela mesmo quando tinha muito pouco. Porém, não deixo de pensar sobre o sentido que terá a elaboração dos rankings dos mais ricos, dos mais opulentos, dos mais ostensivos na exibição. O voyeurismo é um passatempo de todos os tempos a que sempre se dedicaram alguns pobres de espírito. Mas num momento como este, que Portugal e uma boa parte do mundo cruzam, em que a pobreza cresce a olhos vistos, em que a imprensa relata casos de crianças que chegam à escola sem pequeno-almoço, e outras ainda nem sequer adolescentes que se limitam a ter uma exígua refeição diária, faz algum sentido anunciar aos quatro ventos, como ainda há dias se dizia na rádio, que a fortuna de 870 milionários portugueses cresceu 715 mil milhões de euros, apesar da crise económica?

Saber, segundo revelava um relatório da UBS, que há mais 85 milionários no meu país devia ser motivo de satisfação. Lamento que não seja esse o caso. As novas teorias da relativização da pobreza substituíram a velha teoria da relatividade. Não sei se alguém saberá hoje qual o quadrado da distância que separará aqueles novos milionários dos novos pobres, nem se existe alguma relação proporcional entre ambas. São equações que me ultrapassam. Saber que os ricos estão mais ricos ou que aumentou o número de milionários só pode ser motivo de satisfação numa sociedade civilizada quando esse crescimento corresponde a um enriquecimento global, a uma diminuição do número de miseráveis, de sem-abrigo e de pobres em geral. Uma sociedade que se compraz a atribuir prémios de mérito a ricos que enriquecem num ambiente de miséria, desconstrução social e desestruturação dos laços de solidariedade em que assenta uma comunidade, é uma sociedade em estado terminal. E não é preciso um tipo chamar-se Mário ou Francisco para percebê-lo. Basta abrir os olhos. A pobreza e a forma como ela cresce em Portugal, perante a indiferença de uma casta de serventuários do poder, é que me aflige e nos torna a todos ainda mais indignos do chão que pisamos.

A Exame e outras revistas e jornais de negócios e de economia deviam dedicar-se à elaboração de rankings dos mais pobres. Deviam dá-los a conhecer, dar-lhes as capas das melhores revistas, o melhor papel, os melhores fotógrafos, o melhor espaço na comunicação social. Essa gente merece. A luta que diariamente travam pela sobrevivência vale mais do que o conforto de qualquer gabinete. E podia ser que dessa forma aparecessem uns quantos "Amorins" para os irem tirando da pobreza.

Uma sociedade que se alheia da pobreza que medra no seu meio está condenada a desaparecer. E temo que o que se siga não seja melhor, porque o problema não se resolve com bancos alimentares. As pessoas ainda sentem. Felizmente.

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coisas

por Sérgio de Almeida Correia, em 24.11.13

Recebem tão bem, são tão fotogénicos, a qualquer hora, que nunca se assumem como políticos. São diplomatas. Consta que na próxima vida não se importarão de ser estalajadeiros.

Que seria deles se não fossem crentes...

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sobressalto

por Sérgio de Almeida Correia, em 22.11.13

A desarmante e incisiva lucidez do discurso coerente casa mal com a demagogia populista. Custa-me ver a forma como se perde o lastro histórico no discurso histriónico. Devia haver uma forma democrática de proteger dos seus próprios excessos quem tanto contribuiu para a redução da nossa infelicidade colectiva.

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comparações

por Sérgio de Almeida Correia, em 19.11.13

Um empresário de "sucesso" da hotelaria deu uma conferência promovida pela Microsoft Portugal para uma plateia de cem directores de escolas. Não estive lá, e duvido que se estivesse em Portugal lá pudesse ir. Mas os jornais para alguma coisa servem e, graças a eles, e à Internet, já agora, fiquei a saber que o referido empresário considera que gerir uma escola ou uma universidade é praticamente o mesmo que gerir um hotel. E exemplifica: "Vocês também têm clientes, os alunos são os vossos hóspedes, e têm de tratar deles. São donos de casa como eu, servem refeições na cantina como eu sirvo no restaurante, têm de assegurar a limpeza, a segurança". E continuou referindo que "vocês são empresários como eu. Gerem uma empresa sem fins lucrativos". (DE, 18/11/2013)

Não sei se alguém saiu da conferência antes do final. Ou se todos manifestaram concordância com o sentido do que foi dito.

Descontando o "vocês", típico de alguns meios e fruto de modismos recorrentes, foi este tipo de discurso que conduziu Portugal ao patamar miserabilista em que se encontra. Esta mentalidade simplificadora de cariz económico, que equipara escolas a hotéis, é a mesma que, certamente, tem equiparado hospitais e urgências hospitalares a casas de massagens, onde o valor/hora e o custo por cama devem ser avaliados em minutos e facturados em consonância. Ou que transformou escritórios de advogados numa espécie de sociedades anónimas onde se "enchem chouriços" com taxímetro à vontade do freguês, ou que fez de agências funerárias uma espécie de sociedades de exploração de estabelecimentos nocturnos, com serviço a la carte, cafés e bolinhos, enquanto se recebem as individualidades que se vêm despedir do falecido.

Quer o referido empresário queira, quer não, ainda há algumas diferenças substanciais entre escolas e hotéis. Não consta que nos hotéis os hóspedes, ou "clientes", como ele diz, sejam ensinados a ler, a escrever, a pensar ou até a comer. Desconfio que os seus "clientes" já cheguem ensinados. E também desconfio que as empresas que o dito empresário gere não sejam "sem fins lucrativos". Caso esteja enganado, então seria aconselhável que ele as transformasse em escolas, de excelência, de preferência, e sem fins lucrativos. E, já agora, que desse depois a receita a uns quantos estabelecimentos de ensino privado cujos proprietários passaram a deslocar-se em viaturas de alta gama, exploram os escolas como se fossem hotéis e ainda se permitem queixarem-se da insuficiência dos subsídios que recebem à custa dos impostos que milhões pagam e que todos os anos são desviados das escolas públicas para os sustentar.

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a prazo

por Sérgio de Almeida Correia, em 08.11.13

Detesto estar a prazo em qualquer lado. Gosto de chegar e ficar, sem me preocupar com o momento de partir. No amor, na vida. É esse o apanágio dos homens livres.

Uma mulher a prazo é um homem incompleto. Não há amores a prazo.

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momento solene

por Sérgio de Almeida Correia, em 08.11.13

Voltar a uma assembleia geral de advogados. Em Macau.

A alguns sai-lhes o Euromilhões. A outros o convívio com os amigos, a discussão com os seus pares.

A advocacia não é uma profissão de homens livres. A advocacia é um credo. De homens livres.

E isso faz toda a diferença quando se pensa em Deus.

 

07/11/2013

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adenda

por Sérgio de Almeida Correia, em 06.11.13

"Segundo fonte do Governo de Macau, Paulo Portas, vice-primeiro ministro de Portugal foi recebido à saída do jet-foil pelo Secretário para a Economia e Finanças da RAEM, Francis Tam, e ´obviamente conduzido ao corredor VIP, não tendo existido quaisquer demoras ou dificuldades de transposição da fronteira´. As declarações da ´fonte ministerial´estão agora a causar desagrado em Macau, na medida em que colocam o ónus da culpa do atraso de Paulo Portas no governo local. Por outro lado, o HM sabe que pelas 21 horas de domingo Paulo Portas estava já no hotel onde pernoita durante a sua estadia na região administrativa especial." - Hoje Macau, 06/11/2013, pág. 2.

 

"Passaram dois dias e ontem, na reunião do Fórum Macau, as mesas foram enchendo, a comitiva chinesa e algumas comitivas lusófonas já preenchiam as cadeiras e na secção dedicada aos representantes de Portugal ainda não se via vivalma. A comitiva lá chegou, os discursos oficiais fizeram-se e o Fórum continuou o seu caminho de vago ponto de encontro para agentes decisores da China e dos países de língua portuguesa." - Hélder Beja, Ponto Final, 06/11/2013, pág. 3.

 

Tirando estes episódios novelescos com os "ligeiros" atrasos do ministro e o facto de Campos Ferreira se ter referido várias vezes à R.P.C. como "República da China", nome oficial de Taiwan, dir-se-ia que continua tudo a correr como dantes. No final, alguém dirá que as nossas gravatas eram mais bonitas do que as deles.

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cenas

por Sérgio de Almeida Correia, em 05.11.13

"Inenarrável. Recepção na residência consular. Paulo Portas chegou duas horas atrasado, não se desculpou e fez um discurso equívoco. Metade dos convidados já se tinha ido embora. A comunidade portuguesa perdeu face. Obrigadinho, senhor vice-primeiro-ministro." - Hoje Macau, 1ª página, 05/11/2013

A chamada à primeira página dispensa comentários. Um dia perceberão que nem tudo pode ser feito por amadores.

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metades

por Sérgio de Almeida Correia, em 04.11.13

Disse o primeiro-ministro que "metade do que aumentou a dívida em termos brutos, metade desse caminho são reclassificações, era dívida que já lá estava". A frase vem no Diário Económico e é mais uma frase genial que um seu ex-ministro certamente não desdenharia ter proferido.

Tinha ficado com a ideia de que o actual Governo português, entre outras missões não menos importantes, estaria vinculado ao controlo do aumento da dívida, fosse em termos brutos ou em termos relativos. Era coisa para estancar. Ponto. Dois anos e meio depois , mesmo dando de barato, e que para já não passa de pura retórica, que "metade do que aumentou" era "dívida que já lá estava", o que temos? A outra metade, diz o primeiro-ministro, são depósitos "que nós temos à ordem para pagar a dívida". Dinheiro, dinheiro vivo, portanto.

Ou seja, do aumento da dívida só metade é que é dívida, a outra metade da dívida não é dívida. É dinheiro.

Bem sei que a inteligência em política é hoje em dia um bem de tal forma escasso que qualquer coelho com uma cenoura num cartaz chega a líder partidário. E que nem todos podem ter as mesmas aptidões para dominarem os números complicados da economia nacional. Mas se isto é tão simples, se metade da dívida é dinheiro vivo, dinheiro que está em depósitos para pagar a outra metade da dívida e tudo o resto que se "herdou", por que razão foi necessário mandar fazer uma brochura com 57 páginas e 41 gráficos para o explicar aos próprios militantes do PSD?

Temo que com a dificuldade que deve ter sido encontrar esta explicação ainda haja neurónios capazes de substituírem os que entretanto se terão queimado. Engendrar a reforma do Estado, preparar o orçamento para 2014 e explicar a dívida aos militantes do PSD não são coisas fáceis.

 

Começa a ser dramático perceber qual é neste momento a metade do País que ainda pensa sem recorrer aos neurónios alheios. A distância só complica a compreensão do que é simples estando perto. Neurónios, infelizmente, não é coisa que se possa emprestar. Ou trocar por dívida. Ou por pneus. Talvez um dia, quem sabe, a ciência descubra maneira de recauchutá-los. Já não digo todos, mas talvez metade seja ainda uma hipótese em aberto.

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bela vista

por Sérgio de Almeida Correia, em 03.11.13

 

Mantém a áurea de sempre. A nobreza, o estilo, que fizeram dele uma lenda e uma jóia, até encerrar portas em Março de 1999. Naquele varanda passei muitas vezes para tomar o meu gin tónico e apreciar os calmos e pachorrentos fins de tarde na Praia Grande. Enquanto pensava na cidade, nas suas gentes, no que seria o futuro de Macau e de Portugal na Ásia. Não raras vezes a tarde prolongava-se pela noite e ficava para jantar. Fumava o meu charuto. Quer antes quer depois da intervenção que recuperou o edifício, acrescentando gosto e elevação a uma construção que sempre respirou o tempo como parte da usa essência. Os tempos mudaram. A baía já não existe. Agora são os lagos Nam Van, a torre, os néons do Nape e da Taipa que dominam a paisagem. Em vez de tornedó e Confradeiro 1995, comem-se salgadinhos e bebe-se rosé nacional. E a T. não está cá. Apesar disso, a hospitalidade e o conforto permanecem. O anfitrião é que é outro. E não é Nobre de Carvalho nem Martins Soares, embora seja igualmente acolhedor e também more logo ali por baixo, naquela que foi a residência do capitão dos portos, a estupenda fortaleza do Bom Parto, hoje residência consular.

 

Não sei se ainda haverá misses que jantem na fortaleza. A gente é outra. E por aqui a fealdade dá-se por satisfeita com o "Grand Lisboa". Mas qualquer que seja o inquilino espero que seja suficientemente inteligente para não transformar aquilo numa mercearia, numa filial de um qualquer partido ou numa mostra de vaidades.

 

O poder é efémero. E nos dias que correm desacredita-se por si. As nações, como o tempo, a boa diplomacia, o Bela Vista, a fortaleza do Bom Parto ou Macau, serão sempre eternas. Ainda bem.

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