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Linhas em jeito de diário. Inspiração. Homenagem a espíritos livres. Lugar de evocação. Registo do quotidiano, espaço de encontros. Refúgio de olhares. Espécie de tributo à escrita límpida, serena e franca de Marcello Duarte Mathias.
Não leio chinês. Aquilo que tenho aprendido não me chega para isso. Nem para coisa que se pareça. Estou por isso mesmo totalmente dependente do que me traduzem em relação ao que se vai publicando na imprensa chinesa sobre o processo do antigo Procurador, Ho Chio Meng, caído em desgraça e já desgraçado.
Curioso é, por isso mesmo, que em relação ao que se tem passado no Tribunal de Última Instância, os jornais chineses tenham tanto pudor em relatar o que lá se diz, alguns dos factos, e em apontar os nomes que vão sendo falados na audiência, dessa forma evitando identificar alguns dos intervenientes.
Uma coisa já se percebeu: os familiares da actual e da ex-Secretária para a Administração e Justiça são só isso. Isto é, "familiares". Gente sem nome. Em contrapartida já toda a gente sabe o nome do sobrinho do ex-Procurador.
Entretanto, também registara que igual pudor não têm tido com os familiares de um deputado macaense, a propósito de uma outra situação que nem sequer lhe diz respeito, mas que envolve os seus filhos, por sinal maiores e trintões, ou muito perto disso. Como se o pai tivesse de responder pelos disparates de filhos maiores e emancipados.
Não sei porquê fiquei com a ideia de que a imprensa chinesa de Macau, e alguma que se publica em língua inglesa, receia sempre alguma coisa quando se refere ao poder político, o que não sucede quando se referem a quem caiu em desgraça, sejam eles chineses, macaenses, portugueses ou outros estrangeiros.
E quanto a este caso do ex-Procurador, não há dúvida de que tratam o assunto com pinças. Tantas que até têm dificuldade em relatar para a opinião pública o que efectivamente se passa no julgamento.